Capítulo 5 - "Nem tão cedo"

904 Words
OITO MESES DEPOIS… – Meu pai não tinha a p***a do direito de fazer isso, Amora! Não tinha! - Esbravejo, andando de um lado para o outro. – Ele não tinha que ter chamado ele pra ficar aqui sem me consultar! – Giovanna, você a meses atrás disse que não se importaria de vê-lo novamente, disse inclusive que já tinha superado essa história! O que tu pediu pro seu pai foi pra não contar sobre a Clarinha e mesmo ele discordando disso, não disse nada. E posso mandar a real? Passou da hora da criatura saber que tem uma filha, uma filha muito linda por sinal! - Falou olhando para Ana Clara que estava concentrada babando no mordedor. – Ele foi embora, eu não! Eu fiquei aqui, sofrendo, cuidando da minha filha sozinha, sem o apoio daquele i****a, ele se quer me ligou uma maldita vez.. - Desabei. – O que vai adiantar eu falar que ele tem uma filha agora? Alessandro nunca vai poder ficar, o trabalho dele sempre vai ser mais importante e ela não vai sofrer como eu sofri, não vai mesmo! É melhor para os dois continuar sem saber que são pai e filha, isso é o certo! – Ok, senhorita esperta! Mas daqui a algumas horas ele estará aqui. E o que a Deusa Atena vai fazer? Esconder a minha afilhada embaixo da cama o fim de semana inteiro? - Fala me fazendo revirar os olhos diante sua ironia. – Não Amora! Vou pensar em alguma coisa. Mas ele não pode saber que a Clara é filha dele, entendeu? - Pergunto e me sento na cama. – Eu não vou falar már nada, não adianta mesmo! - Amora fala e se levanta da cama, caminhando a passos curtos até a porta, onde para e volta a me encarar novamente. - Boa sorte com isso, tu vai precisar.. até porquê, pelo menos das fotos que EUZINHA vi, minha princesa é a cara do pai! DROGA! Como ela podia ser tão irritante? Ela tinha mesmo que me lembrar o tempo todo o quanto Ana Clara se parece com ele? Amora tem razão, eu nunca conseguiria esconder por um final de semana inteiro que a minha filha não era a minha filha. De uma coisa é certa, meu pai me meteu na pior enrascada de todas! Quando cheguei na casa da Serra ontem, meu pai me informou que Alessandro estava de volta ao Brasil, por uma curta temporada, mas estava e o convidou para passar o finde conosco. Eu acho que, no fundo, meus pais tem a esperança que eu conte para ele sobre a Clara, mas eu já expliquei que isso nunca irá acontecer. Se depender de mim, ele morre sem saber que é pai! Eu sei, e até acredito que meu pai nunca contaria para Alessandro que temos uma filha juntos, até porquê ele me prometeu isso. Mas, essa promessa não impede de ele tentar criar situações para que EU conte. Um exemplo disso é essa palhaçada de convidar Alessandro para passar o fim de semana inteiro com a gente. Como eu vou sair dessa? Eu não posso simplesmente dizer que ela é minha filha. Ele vai associar a idade dela ao tempo em que estivemos juntos e... bingo! Vai saber que é papai. Alessandro não é burro, não vai ser fácil enganar um agente federal, não mesmo! Ou seja...Tô ferrada! Respira Giovanna, não esquenta a cabeça com isso agora. Ainda tem tempo até ele chegar, tempo suficiente para um banho longo e relaxante. Suspirei, olhando para a minha filha que agora dormia tranquilamente com o mordedor entre os dedinhos. Sorrio, pegando-a devagar para colocar no berço e beijo sua cabecinha de leve. Minha filha é a coisinha mais linda desse mundo. Ela realmente é a cara do pai, a semelhança é uma coisa impressionante. Principalmente os olhos, Ana tem os olhos grandes e pretos, idênticos aos de Alessandro. Minha pequena dormia toda inocente, sem a menor noção que daqui a algumas horas ela conheceria o pai. Deixo-a dormindo e sigo para o banho. Lavo meu cabelo e fico bastante tempo embaixo do jato de água quente. Preciso pensar como vou sair dessa. Talvez eu diga que Ana é minha filha com um cara que transei e nem me lembro do nome ou eu posso dizer que ela é filha da Amora e eu fiquei de babá durante o fim de semana. Mas droga, como vou fazer isso se a loira tá aqui? Eu tô fodida! Nesse momento ouço o choro baixinho da minha filha. Desligo o chuveiro, e quando vou pegar a toalha pra sair do banheiro, ouço a voz da Amora: – Pode acabar o banho, Deusa. Eu cuido do meu potinho! – Valeu! - respondo e ouço a porta do quarto se bater. Termino meu banho com calma, depois coloco um short jeans, e uma regata preta. Saio do quarto e vou em direção a sala. Escuto risadas e quando chego, congelo no mesmo lugar. Eu não posso está vendo isso. Luto com todas as minhas forças para não desaba em um choro ali mesmo, porque ver a minha filha no colo do pai, é algo que eu achei que não veria nem tão cedo. Alessandro está parado no meio da sala com Ana Clara nos braços. As mãozinhas dela estão agarradas no rosto dele, e ela se recusa a soltá-lo. Esse é o motivo das risadas.
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