Capítulo 1
Natacha
— Natachaaaa...
Minha adorada mãe correu com os braços abertos para me acolher, era bom estar de volta em seu abraço aconchegante, tinha cheiro de lar. Depois ela beijou as minhas bochechas, e fixou o olhar em Felipe ao meu lado.
— E você deve ser o noivo da minha filhota. Estou certa?
— Sim, senhora. Me chamo Felipe Sampaio. Estou muito encantado em conhecê-la, agora percebo onde a Natacha herdou tamanha beleza.
Dona Clarinha ficou toda derretida, indo, sem perder tempo, cumprimentá-lo com um abraço e um beijo no rosto, ganhando as flores dele. Mostrou-se agradecida.
— E eu não tive nada haver com isso, não é? — Comentou Vitor Fernandes em tom de brincadeira vindo me abraçar bem forte. — Quero vê quando vocês tiverem filhos e todos dizerem que é a cara da mãe.
— Vou adorar que sejam iguaizinhos a minha noiva. Ela é linda demais.
Meu príncipe falando desse jeito a mamãe se deslumbrou por ele na hora.
— E quem são esses rapazes atrás de vocês? — Cochichou papai no meu ouvido.
— O Senhor logo saberá... — Respondi de volta.
Em seguida foi falar com Felipe.
— Então... é o homem que roubou o coração da minha caçula, não é rapaz? Eles apertaram as mãos cordialmente se olhando.
— Bom, na verdade foi ela que roubou o meu primeiro senhor Fernandes.
Meu noivo deu um mirada fofa na minha direção piscando o olho.
Seus irmãos se aproximaram mais e nós também.
— Pai, mãe, esses homens são os irmãos Sampaio, meus cunhados.
Sou obrigada a demostrar imparcialidade, um pouco distante, mas eles sabiam que eu os amava igualmente.
— Boa noite senhor e senhora Fernandes, isto aqui é pra vocês.
Fernando entregou a garrafa de vinho nas mãos do meu pai, que logicamente adorou e os dois até trocaram meias palavras.
— Senhora Fernandes, isto é seu, nossos singelos cumprimentos.
Ricardo entregou a caixa de bombom, alegrando ainda mais a dona Clarinha, ela adora chocolate, é uma chocoólatra assumidissima.
— Já conheceram Fernando e Ricardo. — Digo apontando. — E esses são Fabrício e Fábio.
Terminei de apresentar a família toda. Mamãe já conhecia Fabrício por telefone, então ela se sentiu super a vontade.
Trocamos algumas amenidades, em seguida fomos sentar no grande sofá branco da imensa sala de estar. No caminho Fábio fez o favor de pegar as rosas da mamãe e colocou num vaso com água.
Ficamos nessa ordem; papai e mamãe juntos, eu e Felipe ao lado deles de mãos dadas. Como o sofá fazia um formato de C, nos encaravamos frente à frente, permanecendo na mira dos outros irmãos.
— Por acaso estão de visita ou moram debaixo do mesmo teto? Dividem espaço nessa majestosa mansão?
Começou as curiosidades do senhor Vitor...
— Papai... — Adverti.
— O quê foi? Só estou perguntando uma coisa simples, não vejo nada demais nisso, você está morando aqui, somos seus pais e não sabemos...
— Moramos todos aqui senhor Vitor Fernandes, faz um ano que nos mudamos para vivermos mais unidos, entre outros motivos que precisávamos urgentemente resolver. — Relatou Fernando, sem desviar os olhos de interesse na minha pessoa.
Vitor, mesmo sussurrando no ouvido da minha mãe, pude escutar claramente o infeliz comentário que ele estava declarando... " Esse noivo da minha filha é um verdadeiro príncipe, não podemos negar, porém, deve estar querendo virar chifrudo mesmo, concorda? Onde já se viu um bando de homens desse porte morando na mesma casa? Parece um harém de machos!"
— Para homem! — Reclamou dona Clarinha.
E mesmo assim ele iria continuar. Via-se pelo seu olhar.
— Senhor devo lhe informar que sou advogado, eu que estou cuidando do caso do seu filho Josué. E ter a Natacha conosco é para proteção dela mesma. Ela foi ameaçada através de um bilhete anônimo.
— Obrigado de coração por isso e por ter pego o caso, quando eu como pai, negou ajuda, quero pagar seus honorários...
— Não precisa, faço porque tenho carinho pela minha cunhada. — Fabrício não pode se conter em demostrar sua afeição.
Meu amor.
— E eu sou o juiz que vai dá a sentença, sou experiente e sei que o filho de vocês é inocente, sem sombra de dúvidas.
Papai suspirou de alívio.
Meu lindo beijou nossas mãos unidas, reparando de viés os irmãos se contorcendo, incomodados por serem proibidos a fazerem àquilo que tanto desejavam. " Mostrar sua paixão por mim"
— Eu e mais uma dupla de investigadores estamos procurando o verdadeiro culpado. Estamos protegendo sua filha de um possível psicopata. Pronto! Falei até demais sobre as buscas e o caso. Mas... é claro que ter uma mulher atraente como nossa querida cunhada, alegra os nossos dias sombrios. Sua filha é um ser adorável, somos gratos por tê-la em nossas vidas.
Fernando precisa dizer essas coisas no final?! Aff!
— Sei... — Fala papai num misto de ironia e desconfiança. — ... Então são todos solteiros?
E... Vitor volta a atacar outra vez.
— Provavelmente como são dotados por esse estereótipo da beleza, são semelhantes a galãs de novela das nove, devem ter uma namorada.
— Papai! Isso não é da nossa conta. Deixe eles em paz!
Já estava ficando passada com tantos interrogatórios.
— Pode deixar querida cunhadinha.
A expressão de sacana se fez naquele sorriso típico de safado.
— Somos solteiros, solteirões na pista.
O olhar de Fernando encontrou o meu que devia soltar faíscas.
Hammm... Fernando... Vai pagar caro por isso... Vai ficar de castigo.