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As guardiãs da floresta de Hybria (fantasia medieval/gay)

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Fantasia medieva gay - O livro conta a história de dois príncipes que são forçados a se casar para cumprir uma antiga profecia e se tornarem reis de Hybria. Segundo a crença popular, só o casamento dos dois reis marcados pode salvar o povo da tirania e só quem pode ler as marcas nos corpos das pessoas são as guardiãs da floresta. Assim, com a ajuda delas, essa união passará por muitos percalços e nada pode garantir a permanência dos dois reis no governo de Hybria.

- Fantasia medieval lgbtqia+

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Prólogo - As terras de Hybria
Aquelas eram terras antigas. Agora divididas em duas: Hybria, ao sul do rio, e Shakya ao norte. E entre o rio e o reino de Hybria havia a grande, densa e misteriosa floresta, onde habitava um povo oculto e recluso e não menos misterioso, que despertava curiosidade, fascínio e as mais variadas e insensatas superstições na população do reino. Além de um grande medo.  Entre o povo da floresta, como era chamado, habitavam também, as guardiãs. Seres quase míticos, semi-etéreos e meio inacessíveis, do qual pouco se sabia, mas muito se inventava. A história de Hybria remontava à Antiguidade, quando um povo de pele morena e dourada do sol, vindo do sul, fugindo de guerras distantes e de inimigos desconhecidos foi parar naquela floresta úmida. Muito tempo depois, apareceu um povo de pele mais clara, vindo do norte, tentando escapar das hostilidades do inverno rigoroso. A floresta também era fria, mas sua baixa altitude deixava seu clima muito mais suportável e tornava a vida muito mais fácil que em Shakya, no norte. Os povos que ali chegaram primeiro viviam em paz, porque ninguém queria saber daquela floresta, que podia ser menos gelada que o norte, mas ainda era muito fria para os habitantes do sul. Então, ninguém chegava até aqueles recônditos do mundo, pois achavam que nada havia para aqueles lados. Mas o povo de pele clara chegou. Precisou chegar. E na época de sua chegada a terra já era habitada, mas não havia divisão entre Hybria e a floresta. Todos viviam em união e o território não tinha donos. Para a sorte do povo de pele branca, a terra era habitada por seres pacíficos e generosos e aqueles homens claros como a neve da qual fugiam foram acolhidos, alimentados e integrados. E conviveram em paz por muito tempo, quando quase tudo lá ainda era floresta e o que não era floresta era rio.  Viveram em paz por tempos difíceis de registrar. E poucos sabiam ler os registros, que se misturaram e se fundiram. Tornaram-se um único povo, tornaram-se Hybria.  Eram um só povo, um grupo. Até que um homem decidiu transformá-los em um reino. E assim os problemas começaram. Foram construídos os primeiros castelos e foram feitos os primeiro escravos. Mas eles não sabiam que eram escravos até que a última pedra, trazida do frio do norte, fosse colocada no muro do castelo. Muro que os separaria para sempre. E assim veio a primeira guerra. Com ela, os primeiros dissidentes fugiram para o que ainda era floresta e não cidade. Os que ficaram se tornaram súditos. E assim foi iniciada a primeira dinastia de Hybria.  A maioria dos que fugiram para a floresta era mulher e foi formado o primeiro núcleo de guardiãs contra os soldados do rei. Por necessidade, por proteção. Muitas tinham crianças pequenas e idosos para cuidar e proteger. Não puderam fugir muito para o norte. Não suportariam o frio extremo. Sabiam viver na floresta, não na neve. Precisaram aprender a se esconder, a se proteger contra o reino de Hybria. Foi assim que nasceram as guardiãs. Juntas. desenvolveram, ou perceberam, não se sabe ao certo, a habilidade de ler o passado e o futuro das pessoas nas marcas de seu corpo. Mas isso era algo que atribuíam à união que elas tinham entre si e à ajuda dos espíritos de suas ancestrais guerreiras. Atrelavam essa capacidade especial também à floresta, ao contato direto com a natureza bruta e primitiva. Por isso acreditavam que apenas juntas conseguiam ler as marcas de nascença. E era, inclusive, as marcas que indicavam o nascimento de uma nova guardiã. Ou que indicaria o nascimento o rei tão esperado. Houve um tempo em que elas chegaram ao número de 108. Mas  dependendo do rei que estivesse governando Hybria, esse número diminuía. Porque o reino e o povo da floresta nunca mais se uniram. E no período mais nefasto de sua história, houve apenas uma guardiã e se ela tivesse morrido sem reconhecer outra, teria sido o fim. Mas houve também um tempo de paz. Houve dois, na verdade. Mas um deles foi realmente promissor, porque além de as guardiãs não serem mais caçadas, havia a promessa de que os reinados acabariam, ou que uma mulher pudesse enfim reinar e mudar tudo ao redor. Porque uma mulher no governo de Hybria, pensavam as guardiãs, poderia impedir que elas fossem caçadas para sempre, assim como as mulheres da florestas, para serem usadas como prostitutas no reino. Um mulher reinando, acreditavam elas, poderia significar maior liberdade para todas as outras mulheres. Do reino e da floresta. Era muito difícil conseguirem capturar uma guardiã. Mas elas eram caçadas como animais pelos soldados do rei e quando as conseguiam, eram exibidas nuas pelas ruas da cidade, como um prêmio. Para que fossem humilhadas, antes da vida degradante que teriam dali em diante. Por isso a prostituição era terminantemente proibida na floresta. De homens e mulheres. E lá as mulheres eram livres. Livres, mas viviam escondidas. Uma guardando e protegendo a outra. Por esse motivo, as guardiãs procuravam pelo homem que tinha a marca. A marca que poderia salvá-las, que poderia salvar seu povo e muita gente. Porque aquela marca indicaria um período de transição, elas sabiam. Indicaria a volta do tempo de paz. Aguardavam marca daquele rei, um daqueles que as deixou em paz no passado e que voltaria para salvar o futuro. Que as deixou dançar livres pela floresta, sem saber o que era medo. As guardiãs esperavam encontrar a marca, porque ela significava a volta do rei bondoso. Esperavam a volta do rei que, ao contrário dos outros, não teve uma rainha.  Esperavam o rei que se casou com um príncipe.

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