Por Anastácia.
— Estou tão feliz Anastácia! Agora não verei meu filho definhando enquanto te esperava - Grace diz essas palavras bem humoradas, mas elas me atingiram de forma desgostosa.
— Christian lhe contou o que levou o fim do nosso casamento?
— Não, ele nunca tocou nesse assunto, talvez esse tempo que tenham passado separados tenha sido bom, vocês amadureceram emocionalmente, isso é algo que todos podem ver, e por mais que eu quero saber o que aconteceu entre vocês eu entendo que isso é algo apenas entre vocês. Agora vamos sair dessa conversa, hoje é um dia feliz - ela planta um beijo em minha bochecha e vai em direção a Carrick.
Me encosto na parede e observo Christian, é óbvio que ele quer vir para mim, mas meu pai segura seu ombro e fala algo em seu ouvido, levanto a taça brindado silenciosamente ao nosso casamento e ele faz o mesmo.
No pequeno salão há apenas quatro mesas contento a nossa família, diferente do nosso primeiro casamento, ele havia sido simples, mas havia bastante pessoas.
Christian consegue finalmente se livrar do meu pai e anda até mim, seu camisão está desabotoado deixando-o despojada, um belo homem.
— O que meu pai estava dizendo?
— Ele estava tentando colocar medo em mim, mas devo dizer que qualquer coisa que ele diga é inútil, eu mudei, nós mudamos.
— Definitivamente mudamos.
Ele abraça minha cintura e faço o mesmo envolvendo a sua, Christian toma meus lábios e tomamos rumo a um beijo lento, eu estou beijando meu marido.
Marido.
Eu sinto que dessa vez tudo dará certo.
***
— Se não fossemos fazer t*****r tão depravadamente agora eu poderia dizer que você parece um anjo com essa lingerie branca.
Dou uma volta na sua frente e suas mãos pousam em minha cintura puxando-me para si - Queria te dar uma lua de mel.
— Já conversamos que isso não será possível, volto a trabalhar na próxima semana - ele assente contrariado - Então agora faça o seu maravilhoso trabalho de tirar essa lingerie de mim.
— Vou fazer mais que isso…
***
A dor em minha cabeça martela com força, parece que ela vai explodir, sento lentamente na cama e olho para o lado, Christian dorme de bruços depois da noite muito bem aproveitada
Coloco os pés para fora da cama e quando vou me levantar sinto a tontura tomar meu corpo, será que isso é a consequência do champanhe?
Tento levantar-me mais uma vez e consigo me firmar em meus pés, ando em direção ao banheiro e assim que avisto a pia uma necessidade de vomitar começa a me sufocar.
— Christian, Christian - chamo-o, porém não alto o suficiente, porém ele aparece ao meu lado segundos depois sonolento.
— Ana?
— Não estou me sentindo bem - murmuro.
— O que está sentindo?
— Minha cabeça e meu corpo está doendo - assim que termino de falar começo a vomitar na pia.
— Deus Ana! Vou te levar ao hospital!
Simplesmente não consigo parar de vomitar, Christian passa sua mão em minhas costas e afasta os fios de cabelo do meu rosto, olho-me no espelho e vejo uma pessoa fraca, essa não sou eu.
— Vamos, vou colocar uma roupa em você.
— Ainda não - falo trêmula, sinto a ânsia vindo cada vez mais forte.
Novamente começo a vomitar e a força começa a ser drenada do meu corpo, Christian pega-me em seu colo e essa é a última coisa que me lembro.
***
Alguns anos atrás - Por Christian.
— O que meu marido tem doutor? - ouço a voz de Anastácia, porém ela parece estar tão distante…
— Seu marido contraiu um vírus agressivo na lua de mel, tudo que posso prescrever é remédios para a dor, ele irá melhorar com o passar dos dias.
— Tudo bem, vou levá-lo para casa.
— Ana, o que eu tenho? - pergunto, minha língua se enrola, ela está diferente, grossa, minha voz sai estranha.
— Você pegou um vírus Christian.
— Preciso ir trabalhar.
— Não, você não precisa.
— Anaaa, tenho que traba… - porém não consigo terminar a frase e tudo ao meu redor se torna escuridão.
***
Meu primeiro instinto ao abrir os olhos é chamar por Anastácia, tento abrir a boca e chamá-la, mas não consigo emitir nenhuma palavra.
— Estou aqui - ouço sua voz suave e com dificuldade viro o rosto para o meu lado, Anastácia está sentada na cama com um pano na mão.
— Vou limpar sua boca, você não está conseguindo engolir a saliva - delicadamente ela passa o pano molhado no meu queixo, rosto e pescoço - Sua febre abaixou, acho que foi por isso que você conseguiu acordar.
— Não estou me sentindo bem - murmuro, minha garganta dói, como se abelhas estivessem picando varias vezes.
— Daqui alguns dias você irá ficar melhor - ela sorri, seu sorriso é tão lindo, belo…
— Obrigado por cuidar de mim.
— Na saúde e na doença Christian.
— Na saúde e na doença… - murmuro novamente e volto a cair na sonolência.