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1095 Words
Ananda Narrando E eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva . - o padre disse e o Murilo vem me beijar . Nesse dia eu estava radiante, realizando o meu sonho de casar na igreja, minha lua de mel em Noronha, eu parecia está vivendo um conto de fadas, m*l sabia que estava vivendo uma farça e o começo do meu pesadelo . Me chamo Ananda, tenho 30 anos, 1,60 de altura tenho pequenos traços indígenas por meus avós serem descendentes . Conheci o Murilo num jantar que meu pai sempre dava em nossa casa, meu pai ele é militar reformado, mas é daqueles que não larga o osso nunca vive se envolvendo ainda. Na época minha mãe era viva, então os jantares tinham o toque especial dela e ela amava receber as pessoas e eu fui crescendo nesse meio e aprendendo. Amanda - Filha, quando eu não estiver mais aqui você dará continuidade a tudo, mas nunca se esqueça de você e quem você é. - ela sempre dizia. Minha mãe desenvolveu um câncer de mama, onde fez tratamento, teve que retirar a mama, mas ela era muito vaidosa e logo colocou uma prótese. Mas o câncer voltou mais forte em outras áreas do corpo e agora ela só fazia tratamento porque infelizmente era maligno. Eu via meus pais como exemplos, meu pai sempre cuidadoso com a minha mãe e minha mãe com meu pai e eu sempre dizia que queria ter um amor assim pra mim, o meu felizes para sempre. Minha mãe ainda era viva quando eu conheci o Murilo, como eu disse foi numa das festas na casa dos meus pais. Ele um homem alto, forte, bonito, tinha um sorriso bonito mas o sorriso não chegava aos olhos, gosto de pessoas que sorriem com olhos digo que é o sorriso mais sincero que existe. Começamos a conversar sobre praticamente tudo, nossa conversa fluía naturalmente, na época eu estava me formando em medicina e queria ser cirurgiã geral, queria passar por todas as áreas da cirurgia para numa emergência eu poder saber atuar. Entre várias conversas nós trocamos contatos e fomos nos falando ao longo dos dias, como as vezes nossos horários nunca batiam e ele estava com várias missões na corporação dele só viemos nos ver pessoalmente um mês depois. Saímos pra jantar e acabou rolando, fomos ficando sério até ele me pedir em namoro, depois de um tempo noivamos e marcamos a data mas tivemos que adiar várias vezes por causa da doença da minha mãe que se agravava ao longo do tempo. Infelizmente ela faleceu antes de me ver casando, mas organizou tudo comigo, eu não dispensei nenhum detalhe que ela falava, eu queria o toque dela em tudo e assim eu fiz. Eu me formei na faculdade, comecei minha residência ainda noiva e me casei já oficialmente uma cirurgiã muito requisitada. Financeiramente eu não dependia dele pra nada, mas emocionalmente ele me fez ficar assim. Os dois primeiros anos de casada foi o céu, no terceiro em diante foi aonde tudo começou. Ele começou a pedir pra eu reduzir o tempo no plantão, mas eu colocava meus plantões no mesmo dia que os dele na delegacia, mas mesmo assim eu revi e diminuí, depois ele começou a implicar com os residentes novatos do hospital, dizia que eles davam em cima de mim e que eu dava ousadia, só porque viu um residente me chamar de doutora linda sendo que ele é gay e chama todos assim, expliquei e ele não acreditou. Em um certo momento do nosso relacionamento as brigas começaram a ficar constantes, ele começou a me ofender verbalmente e até ameaçar a me bater ele fez, só que não, não dessa vez ele fez. Fui trabalhar arrasada, não sabia o que estava acontecendo, não sabia porque tinha chegado a esse ponto meu casamento. Fui na casa do meu pai, fazia um tempo que eu não tinha aparecido por lá e pra minha supresa ele estava com duas mulheres dentro de casa praticamente nuas vestindo um vestido ou sei lá o que que me olharam com cara de nojo e ele sentado no sofá da sala fumando o seu charuto. Eu nem falei nada com ele e ele nem expressou reação nenhuma quando me viu, parecia que era a coisa mais normal do mundo aquilo, fui dar meia volta pra ir embora e ele disse : Gonzaga: Seja o que for que você estiver passando, vai ter que aguentar, sua mãe aguentou ! Quando ele disse isso eu engoli em seco e minhas lágrimas rolaram automaticamente pelo meu rosto e me virei pra ir embora, saindo dali desnorteada e com o coração partido. Minha mãe aguentou, então eles viviam um casamento de fachada por mim ? Pela sociedade? Meu Deus ! Cheguei em casa chorando muito, nem sei como eu cheguei viva, quase que bato duas vezes no caminho dirigindo, olhei o carro do Murilo estava estacionado e lá vamos nós pra mais uma batalha. Murilo - Você estava aonde Ananda? Te liguei e você não atende, esqueceu do nosso jantar hoje com o procurador ? E que cara é essa de acabada ? Anda, vai se recompor e no máximo em trinta minutos você esteja pronta. - ele fala rude com um copo de whisky na mão. Ananda - Eu não tenho condições nenhuma de ir, eu não estou me sentindo bem. - nem bem termino de falar e ele vem em minha direção e pega com força no meu braço que chega a doer e tenho certeza que ficará marca. Murilo - Não me interessa se você está bem ou não, você vai sim, não vai me deixar passar essa vergonha lá, anda vá se trocar e coloca uma cara melhor e uma roupa de manga comprida e não demora não. - ele fala me empurrando e eu vou chorando para o quarto. Meu Deus que inferno eu não merecia está vivendo isso de jeito nenhum, será que minha mãe sabia de tudo que meu pai fazia, a forma que ele falou “sua mãe aguentou”, vou para o meu closet e escolho um vestido preto na altura dos joelhos que modela bem o meu corpo e com as mangas longas, vou para o banheiro tomo um banho rápido, faço minhas higienes e uma maquiagem básica, deixo meu cabelo solto, coloco meus acessórios dourados, meu salto fino preto e pego minha bolsa com meus documentos , celular e dinheiro , coloco meu perfume e estou pronta para esse bendito jantar.
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