UM NOVO CAMINHO PARA RECOMEÇAR (morro)

cap 78 eu consigo controlar

Lara...

O quarto fica em silêncio e eu sinto a cama afundar do meu lado.

— Prometo que ela não vai mais te atormentar com nada. — Ele diz, e eu sinto seu braço se apoiar na cama. — Eu não tenho nada com ela. Você não é amante coisa nenhuma, Hellen e eu terminamos já faz... nem sei quanto tempo.

Ele tenta tocar meu rosto, mas eu me afasto, levantando da cama.

— Não toca em mim, Cobra! Eu tô com raiva. Você deixou isso acontecer! — Ele me olha apreensivo. — Tô nem aí se vocês têm alguma coisa ou não. Deveria ter controlado essa maluca!

Cruzo os braços na cintura, olhando pra ele.

— Ela não vai mais vir atrás de você. — Ele diz.

— Ela pode até ser maluca, mas achou uma que é mais doida que ela. — Respondo.

Ele ri fraco e eu levanto uma sobrancelha.

— E você acha engraçado? Seu ridículo! — Jogo um travesseiro da cadeira da penteadeira nele, e ele ri mais alto.

— É que ela ficou morrendo de medo de tu. — Ele segura o riso. — Nem eu tenho paciência com ela, Lara. Já quase enforquei ela.

— Isso não é engraçado, Cobra.

— Não é. — Ele para de rir, levantando da cama. — Só admiro que você saiba se defender sozinha. — Ele diz, se aproximando.

— Ótimo que acha isso. Poderia ter deixado aquela arma na minha mão. — Falo, me afastando dele pelo quarto.

Se ele chegar perto demais, a gente incendeia esse quarto. E eu não quero isso. Nem pensar. Imagina o que eu não teria feito se ele não tivesse chegado?

— Não ia fazer nada. É só pra ela aprender a não se meter comigo. — Ele diz, me olhando sério. — Lara, o papo é reto. — Ele me encurrala na parede. — Você é funcionária minha numa loja que tá dentro da lei, por isso minha mãe é dona. E se a Hellen resolve fazer uma denúncia contra você?

Fico calada. Nem tinha pensado nessa possibilidade.

— Se a Hellen te acusa de tentativa de assassinato? Você tem que se controlar, p***a. Sei que o que ela fez não foi certo, também tô puto com essa história, mas ligasse pra mim! Eu colocava a Hellen no lugar dela rapidinho.

Levanto as sobrancelhas.

— Imagino como você coloca. — Insinuo, e ele me encara.

Que droga. Eu tinha que ficar era calada.

— Não como coloco você no seu lugar. — Olho pra ele com desdém. — Você nunca fez isso.

Ele coloca o outro braço perto da minha cabeça, deixando o rosto bem perto do meu, e eu empino o nariz.

Nunca que vou deixar ele pisar em mim. Aqui ele não é autoridade nenhuma.

— Já fiz sim. Abaixe a tua guarda rapidinho... é só te beijar aqui... — Ele se aproxima e beija meu pescoço, subindo devagar com o rosto, passando a ponta do nariz pela minha pele até os lábios chegarem no meu ouvido. — E te lembrar de tudo o que você já falou enquanto meus dedos estavam dentro de você. — Ele sussurra no meu ouvido.

Que droga. Por que ele tem esse efeito sobre mim?

Empurro ele, me afastando.

— Já terminou de me dar a bronca? Pode ir. — Olho pro outro lado, sem querer manter contato visual.

— Pode se fazer de difícil, Lara. Isso só torna as coisas mais interessantes. — Olho pra ele, irritada com a prepotência. Por que ele ainda acha que é isso tudo? Eu consigo controlar minhas vontades. Ele não é o único no mundo.

— Quem vê até pensa que você é isso tudo. — Digo.

— Quem não aguenta ficar sem mim é você. — Ele levanta uma sobrancelha.

— Eu?! — Ele coloca a mão no peito e sorri. — Não fui eu que pedi pra tu voltar quando tava doente.

— Eu tava delirando. — Respondo, e ele balança a cabeça, sorrindo.

— Momento de carência, talvez. Mas já passou. Não sinto mais sua falta. Vou achar outro pra suprir minhas necessidades. — Digo, olhando minhas unhas.

— Você se acha demais...

Sorrio com o comentário.

— Já falei que tá no meu nome. Você não vai ficar com mais ninguém.

— Então senta e assiste. — Falo, encarando ele em desafio.

Ele vai perder esse jogo. Sabe que, em sedução, eu sou muito melhor. Eu consigo controlar muito mais. Ele, qualquer coisinha, já mostra no meio das pernas que tá afim.

— Vou sentar e assistir você vir sentar pra mim de novo. — Ele sorri, mexendo a cabeça, desacreditado. — Não quero você em briga de novo. — Ele franze a testa. — Tá avisada.

Ele sai do quarto sem que eu fale nada.