Capítulo 1

3050 Words
Maitê Martins A música quase ensurdecedora tinha um ritmo contagiante. O meu corpo vibrava intensamente, impulsionado pelo efeito inebriante do álcool. As luzes coloridas da boate trocavam de tom o tempo todo, iluminando a minha pele em diversos ângulos. O suor que escorria por meu corpo denunciava a noite incrível que eu estava tendo. Eu dançava ao lado da minha melhor amiga, Agatha. Como presente de aniversário, ela exigiu que eu a acompanhasse até uma balada próximo ao condomínio onde morava. E não tinha como dizer “não” para ela. A ruiva controladora. Era assim que eu a chamava. ― Pode começar a me agradecer ― Agatha balbuciou em meu ouvido, ainda mais alcoolizada que eu. ― Pelo quê? ― Ora, por eu ter insistido para você vir. Senão, teria perdido esse festão! Agatha movimentava sedutoramente o corpo de acordo com o ritmo da nova música. O top preto tomara que caia valorizava nitidamente os seus fartos peit*s siliconados, apesar de ameaçar deixá-los expostos a qualquer momento. ― Insistido? ― debochei. ― Você me obrigou a vir! ― acabo deixando um riso, embriagado, escapar. ― Por um excelente motivo! Além de ser o meu aniversário ― Agatha se aproxima de mim, colando os nossos corpos. Os seus peit*s roçam nos meus e as suas mãos percorrem prazerosamente da minha cintura até minha bund*, apalpando-a sob o tecido colado do vestido azul-marinho. ― Aqui tá cheio de cara gostoso ― sussurrou em meu ouvido. Umedeci os meus lábios, sentindo uma leve excitação percorrer pelo meu corpo, causada pela apalpada da ruiva. ― E aquele ali, não parou de te olhar. Deslizei o meu olhar entre a multidão, notando um cara em uma mesa no fundo da boate, rodeado por strippers. E eu tive uma leve impressão de já tê-lo visto. ― Acho que você deveria tr*nsar um pouco. Sabe, dar uma relaxa ― sorriu maliciosa. ― Inclusive, eu vou fazer isso agora ― ela dá uma rápida checada em direção ao bar. Um homem a observava tentadoramente. Ambos fazem contato visual, e sem mais ou menos, Agatha me abandona no meio da multidão e segue em direção ao homem no bar. A minha boca entreabre, vendo o descaso da ruiva em relação a mim. Uau! Fui trocada por sexo! Soltei um riso irônico e balancei a cabeça. Eu não ficaria sozinha no meio daquela multidão de desconhecidos. Antes de ir embora, tomaria um drink para finalizar a noite, já que eu não sabia quanto tempo a minha hiper-mega-melhor-amiga iria demorar. Do outro lado do bar, em uma área menos movimentada, arrasto um banco para me sentar. Coloco a minha bolsinha de festa sobre o balcão. ― Uma tequila, por favor. Deslizo o meu olhar para a tela do meu celular enquanto o barman não trazia a minha bebida. E, no i********:, a primeira publicação que encontro, o meu ex-namorado com uma asiática. Claramente, eu não deveria segui-lo depois de tudo o que ele fez para mim. Talvez, eu parecesse muito idiot* ou... Não tivesse um pingo de amor-próprio. Mas, vê-lo com uma outra pessoa, de certa forma, me reconfortava. Me fazia pensar que eu finalmente havia conseguido me livrar de um babaca, e que, existiam garotas mais idiot*s que eu. E, o ponto principal. Apesar de tudo, foi graças a ele que aprendi a desconfiar de todos os homens que se aproximavam de mim. Aprendi que se apaixonar por alguém te deixa idiot*. Cego. Vulnerável. E, eu não quero me sentir assim. Não quero que essa tal “paixão” atrapalhe os meus objetivos. E, a única coisa que eu preciso de um homem, é s*xo. Nada mais. ― Os seus drinks. O barman colocou dois copinhos de tequila sobre o balcão. ― Com licença, eu só pedi um. ― O segundo é por conta daquele cara. Olhei em direção para onde o barman apontava, notando aquele homem que Agatha havia mencionado. Desta vez, eu pude o ver com um pouco mais de clareza, diferente de quando o vi da pista de dança. Ele usava uma camisa social preta, com os dois primeiros botões desabotoados, deixando à mostra um pouco do seu peito. O típico cara que desejava seduzir as pessoas por sua volta. O seu olhar se chocou contra o meu, fazendo-me recuar institivamente e voltar a observar os copos de tequila. O meu coração parecia que iria sair pela boca. Eu não queria que ele pensasse que eu estava interessada nele. Ou agradecida pelo copo de tequila. Bem, talvez nessa segunda parte eu estivesse. Quem não gostava de receber algo de graça? Umedeço os meus lábios e levo um dos copos de tequila à minha boca, tomando a bebida em um só gole. Travo o maxilar e aperto os olhos ao sentir o gosto do líquido escorrer pela minha garganta. ― Posso me sentar? Por algum motivo desconhecido, aquela voz arrepiou o meu corpo por inteiro. Era uma voz que... Era suave, mas intensa ao mesmo tempo. Tinha um tom grave, mas o suficiente para ser sexy. Era ridiculamente bonita. Claramente, aquela voz combinava harmoniosamente com ele. ― Está ocupado. Respondo curta e grossa, observando aquele cara somente com os cantos dos olhos. ― Suponho que não seja pela sua amiga. A vi sair com o meu amigo agora a pouco. Só o que faltava... Agatha tinha que ter escolhido logo um dos caras do grupo dele? Xingo-a mentalmente. ― Desculpe. Mas, eu não vou passar muito tempo aqui. Já estou quase de saída. O olho de relance, tentando desmotivá-lo a conversar comigo. ― Sem problemas. É o suficiente ― ele diz e senta-se no banco ao meu lado. ― Qual o seu nome? Que insistente... Contorço-me no balcão. E por que ele queria saber o meu nome? ― Drika ― minto. ― É um nome bem... Especial ― ele diz em um ar irônico. Sim, inventei de última hora. ― E o seu? ― digo em desdém. ― Pode me chamar de Eros. Arqueei as sobrancelhas. E desta vez, viro-me para olhá-lo. ― E ainda achou o meu nome estranho? ― digo em um tom sarcástico e acabo abrindo um sorriso divertido. ― Eu não disse que era estranho ― replica, com um sorriso de canto de boca. ― Apenas, especial. Igual o que eu vejo em você. Acabo não conseguindo conter o riso, que soava mais pelo efeito do álcool. Balanço a cabeça, em desaprovação. Que cantada meia-boca! Ele nem me conhece para supor que eu sou especial! Mas, já era de se esperar... ― Acho que a sua amiga te deixou na mão. Olho de relance para o final da boate, em direção a saída. Agatha estava saindo com o tal homem que ela havia trocado olhares de prazer. Movo os ombros em desdém. ― Estou acostumada. ― Volto o meu olhar para o copo de tequila. ― Você não veio para cá para ficar sozinha, veio? ― O objetivo era comemorar o aniversário da minha amiga. Mas... Pelo visto, ela encontrou uma outra forma de comemorar ― solto um riso nasal, em ironia. ― E por que você não encontra a sua própria forma de se divertir? O olho de relance. Os seus olhos negros me observavam atentamente. Umedeço os lábios, um pouco envergonhada. ― Bem... Estou um pouco limitada agora. O meu celular vibra sobre o balcão. Era uma mensagem da minha mãe. “Queremos que você encontre um novo lugar para morar” Travo o maxilar ao ler aquela mensagem. Um nó em minha garganta se forma. De princípio, seria uma honra sair daquela casa, mas, em contrapartida, eu me sentia magoada por minha mãe e minha irmã não valorizarem tudo o que eu fazia por elas. Era eu quem sustentava aquela casa. A minha mãe não conseguia trabalhar porque era uma usuária de drogas e minha irmã, era a criatura mais egoísta, egocêntrica, soberba e ambiciosa que eu já havia conhecido. “Amanhã eu vou pegar as minhas coisas” ― envio a mensagem. Desculpa, Agatha, mas... Você terá que me aguentar em seu apartamento por mais alguns dias. Pressiono os lábios em uma linha rígida e seguro o segundo copo de tequila em mãos. O levo à minha boca, bebendo novamente em um só gole. ― Acho que o conteúdo da mensagem não foi um dos melhores ― comentou o homem de preto. ― Acertou em cheio, senhor ― forço um sorriso, vendo a sua intromissão. Levanto-me do banco, e, de repente, vejo o mundo girar. Sinto os braços de alguém por volta do meu corpo, impedindo-me de cair. Os meus olhos fitaram os seus intensos olhos negros. Por que aquela sensação de já tê-lo visto antes, continuava a me cercar? ― Acho que você está muito alcoolizada para voltar para casa sozinha. Saio de seus braços. ― Não está sugerindo me dar uma carona, está? ― abro um sorriso alcoolizado, em deboche. ― Porque... Não vou receber carona de um desconhecido. ― Eu não ia sugerir isso. Mas, que você ficasse em um dos meus quartos. ― Em um dos seus quartos? ― arqueei as sobrancelhas. ― Sim. No andar de cima. ― E... Por que você tem tantos quartos em uma boate? Você é algum tipo de... Maníaco? Eros solta um riso nasal. ― Esta boate é minha. ― Ah! ― faz sentido. ― Obrigada, mas... Eu terei que recusar. Prefiro voltar para casa sozinha ― sorrio forçado e dou dois tapinhas em seu peito. Viro-me para ir embora, mas eu estava alcoolizada o suficiente para tropeçar em meus próprios pés. ― Claro que está... Escuto Eros resmungar e quando me deparo, estou em seus braços. ― Ei! Me coloque no chão! ― esbravejo em seu ombro. ― Por que está me levando? Ei! ― debato-me. Como aquelas pessoas na boate não repararam que eu estava sendo carregada por ele?! Vejo degraus passarem por minha visão. Eros cessa os seus passos e o rangido de porta soa pelo corredor silencioso. Bem diferente do andar de baixo. Sou colocada em uma cama redonda, com lençóis vermelhos de cetim. O quarto exalava um cheiro deliciosamente doce. ― Se precisar de uma aspirina, está na gaveta do criado-mudo. E tem água no frigobar. Eros disse e em seguida caminhou para a saída do quarto ― Ei! ― o chamo, com um ar rabugento. Mas ele ignora e sai do quarto. ― Grosso ― resmungo. Suspiro e apoio minhas mãos na cama, olhando ao redor. O lugar parecia muito uma suíte de motel. Só que... Ainda mais chique. As luzes eram baixas, em um tom avermelhado, combinando perfeitamente com o ar libidinoso do local. Levanto-me da cama e sigo ao criado-mudo, à procura da aspirina que Eros havia dito. Abro a primeira gaveta e surpreendo-me com os itens guardados nela. Vibradores. Uma variedade de vibradores. Cada um com tamanhos e formados diferentes. Definitivamente, aquilo foi tentador. E, por que não seria? Segurei em mãos um da cor rosa, o menor que tinha entre eles ― eu diria que caberia em minha bolsa. Umedeci os lábios, pensativa e voltei a sentar na cama. Olhar para aquele objeto estava fazendo o meu corpo pulsar. Eu nunca havia usado um vibrador antes. Agatha dizia que a sensação era extraordinária. E, estar ali, com aquele objeto de prazer em mãos, me instigou a querer experimentar daquela sensação que muitas diziam ser incrível. Nenhum deles pareciam ter sido usados ainda. Estavam todos com embalagem, então... Por que não? Encostei minhas costas nos travesseiros da cama e subi um pouco o meu vestido. Um certo frio percorreu por minha barriga, ansiando pelo meu primeiro contato com aquele vibrador. Umedeci os meus lábios novamente e os pressionei, um pouco hesitante, ao mesmo instante que eu me encontrava excitad*. Deslizei a minha calcinha por minhas coxas e a coloquei sobre o lado esquerdo da cama. Com as pontas dos dedos toquei em minha virilha, e com a outra mão liguei o vibrador e o deslizei em encontro com o meu clitór*s. Put* merd*! O primeiro contato. A primeira sensação. O meu corpo cedeu no mesmo instante. Foi como se, uma onda de sensações exorbitantes invadisse o meu corpo. Eu me sentia livre. A vibração em minha pélvis fez o meu corpo se enrijecer. Os meus pés estremeceram. E, aquela sensação, só no primeiro instante, foi muito além do que eu sentia quando somente me tocava. Eu queria mais. Queria sentir mais intenso. Mais quente. Eu queria me esbaldar no meu íntimo. Eu queria me contorcer de prazer. Eu... A porta do quarto é aberta repentinamente, revelando Eros. Envergonhada, quase salto da cama, cobrindo-me com os travesseiros. Diferente de mim, que estava completamente constrangida, Eros parecia encarar aquela cena como se tivesse visto a coisa mais comum do mundo. Mas, talvez, para ele fosse. ― Esta bolsa é sua? ― ergueu a pequena bolsa de ombro brilhosa. ― Estava sobre o balcão do bar. Concordei com a cabeça, sem coragem de encará-lo. Eros caminhou até a cama e colocou o objeto sobre ela. ― Obrigada ― murmurei. ― Não há de quê. Ele se vira para ir embora, contudo, no mesmo instante, parece mudar de ideia, e vira-se novamente. ― E se você quiser ter um orgasmo de verdade, sugiro que tente outra coisa. ― Como é? ― os meus olhos saltam até ele. ― E o que você sabe sobre isso? ― arqueei as sobrancelhas. ― Tenho experiência pelas parceiras que já tive. Desviei o meu olhar do seu. ― Pode conversar com o seu namorado e dizer do que você gosta na hora do s*xo. ― Eu não tenho... Namorado. ― Quase cochicho a última palavra. Olhei de relance para Eros e pude perceber que ele parecia impressionado em saber que eu não tinha namorado, ao mesmo instante que aparentava ter gostado de ouvir aquela resposta, apesar de não ter manifestado reações claras. ― Ao menos... Já teve um orgasmo? Por que ele queria saber disso? Enrugo a testa. ― Desculpe a minha intromissão em sua vida intima. Mas... Você está usando um dos meus produtos, então... Preciso saber a sua opinião. Só o que faltava, ele era dono de uma marca de vibradores também? Evito olhar para ele, focando o meu olhar no travesseiro vermelho sobre minhas coxas. ― Não. Aquelas palavras quase saem rasgando a minha garganta. Os caras com quem eu já havia ficado, nunca me levaram ao verdadeiro ápice. ― Mas, e daí? Não é falta de ética perguntar sobre a vida intima dos seus clientes? ― repliquei. ― Eu nunca usei um vibrador antes. Então, a sua pergunta foi completamente invasiva. Eros cruza os braços e abre um sorriso lateral. ― Qual é a graça? ― o olhei perplexa. ― É, você me pegou. Não tem nada a ver com você estar usando os vibradores do quarto. Apenas fiquei curioso e... Agora, surpreso. Como alguém nunca conseguiu te fazer ter um orgasmo? Movo os ombros. ― Tive o azar de sair com caras que só pensavam no próprio prazer. Eros baixa o olhar e solta um pequeno riso nasalado. Depois, ele retorna para mim. E, mais uma vez, eu me encontrava encarando aqueles intensos olhos negros, que causavam uma intrigante pulsação em meu corpo. ― É uma pena que não nos conhecemos antes. Automaticamente, franzo o cenho e não consigo conter o riso. ― Por quê? Acha que me daria prazer de verdade? Eros simplesmente move os ombros. ― Apenas testando pra saber. Suas palavras me golpeiam, na mesma medida que o seu olhar me provocava. Um frio percorreu por minha espinha e senti uma certa ardência no meio das minhas pernas. Eu ainda continuava excitad*. ― Enfim, vou deixar você terminar o que estava fazendo. Eros se vira para sair do quarto. Eu precisava admitir. Ele era muito atraente. E, eu estava queimando por dentro. Mordo o meu lábio inferior. ― Espera! Surpreendo-me com a minha própria atitude. Eros se vira. ― É... ― Travo. Como eu diria aquilo, com o receio de receber um fora e a cena ser humilhante? ― Eu sei que irei esquecer tudo no dia seguinte, então... ― Umedeço os lábios. ― Quer que eu te dê prazer? A sua resposta me surpreende. ― Só que... Eu não vou tr*nsar com você. Não transo com mulheres que não estão sóbrias. E, como ele me daria prazer? Eros fecha a porta e caminha até a cama. Silencioso, ele retira o travesseiro sobre as minhas coxas e senta-se ao meu lado. O meu coração dispara, assim que eu sinto a sua respiração quente contra o meu ouvido e a sua mão tocar a minha virilha. ― Eu não vou te fazer ter um orgasmo. Mas, vou fazer você gemer pra c*****o. Mordo o meu lábio inferior e sinto a sua boca depositar beijos demorados em meu pescoço. O meu corpo se arrepia. E, naquele instante, eu estava prestes a sair da minha zona segura. Sinto os seus dedos brincarem com o meu ciltór*s. Arfo. Os seus movimentos tinham um ritmo enlouquecedor. Quando eu estava próximo de goz*r, Eros reduzia drasticamente a velocidade, como se quisesse causar algum tipo de efeito controverso em mim. Como se me quisesse sob o seu controle. E, por um instante, pensei que ele estivesse falhando em me dar prazer. Mas, sou surpreendida. Eros pega o vibrador ao meu lado e o leva ao meu clitór*s, movimentando-o lentamente, causando-me uma sensação extremamente gostosa. E os seus lábios deslizam até a minha clavícula, onde a sua mão livre escorre a alça do meu vestido pelo meu ombro, deixando os meus peit*s livres. E, deliciosamente, a sua boca se encontra com o bico endurecido do meu peito, lambendo-o com a língua. Aperto o lábio inferior e jogo a cabeça para trás, fechando os olhos e deixando o meu corpo responder aos impulsos prazerosos que Eros me provocava. Espontaneamente, o meu corpo se contorce, e dessa vez, ele me deixa goz*r. E... Put* merd*! Que delícia! Minhas pernas tremem e meus músculos se contraem. Ofegante, umedeço os lábios. Sinto a sua respiração quente de volta ao meu ouvido. E sedutoramente, Eros murmura. ― Espero tr*nsar com você um dia. Suas palavras arrepiam o meu corpo. E em seguida, o escuto se afastar, deixando-me sozinha no quarto, completamente extasiada.
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