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MURILO

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Blurb

Beatriz finalmente está aproveitando sua chance ao lado de seu marido, trabalhando com o que sempre sonhou, mas ainda falta algo para que ela possa alcançar a felicidade que tanto almeja. E essa felicidade tem nome...

LIVRO 2 DA SÉRIE "DESTINO"

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PARTE 1
Beatriz sorri ao ver a cidade do Rio de Janeiro surgir por entre as nuvens. Ela olha para Flávio que dorme tranquilamente ao seu lado. Aquela viagem ao Peru foi bem desgastante para ele. Bee toca no rosto do marido o fazendo despertar e ele beija a mão de sua esposa, sorrindo.  — Lar, doce lar – comenta Flávio beijando os lábios de Bee.  — Sim – responde Beatriz olhando mais uma vez pela janela. A cidade os recepciona com seu calor intenso e céu azul. Os dois caminham para o carro estacionado e em pouco tempo chegam à mansão da família Wilkinson. Todas as vezes que Bee chega à mansão, suspira como se fosse à primeira vez. Ela segura na mão de Flávio e entra sendo recepcionada por Leninha que se aproxima com os olhos arregalados.  — Dona Beatriz, a senhora está tão bonita – elogia Leninha segurando a mala da patroa. Ela caminha ao lado de Bee enquanto fala dos acontecimentos — A dona Sônia ligou dizendo que semana que vem já está na cidade, a dona Miranda também ligou para saber se já estavam em casa. E também ligaram lá do antiquário do seu Flávio. E o almoço já está servido.  — Obrigado, Leninha– agradece Flávio tocando no ombro da empregada — Se alguém ligar diga que ainda não chegamos e nós vamos almoçar daqui duas horas – finaliza sendo encarado pela empregada, confusa.  — Obrigada, Leninha. –responde Beatriz sendo praticamente puxada para dentro do quarto por Flávio. Ele tranca a porta e segura a esposa nos braços a fazendo sorrir. Flávio beija Bee e a carrega para a cama, onde deita junto com ela.  — Enfim sós – diz Flávio tocando nos botões da blusa de Beatriz — Longe de nossa realidade...  — Mas nós estávamos a sós essa semana toda – recorda Beatriz — Aliás, sempre ficamos sós...  — Tem algo te incomodando?–pergunta Flávio, erguendo a sobrancelha.  — Não... Só... Foi uma reflexão – responde Beatriz mordendo os lábios. Ela segura no pescoço do marido — Eu não me canso de ficar a sós com você.  — Essa é a minha garota – comenta Flávio beijando Beatriz. **** Depois das duas horas de descanso, Beatriz e Flávio descem e almoçam no jardim tranquilos. Estão rindo das gafes que cometeram em Lima, quando o telefone de Flávio toca. Ele bufa encarando a esposa, dizendo com olhos “de volta a realidade”, e atende ao telefone:  — Diga Luiz – Flávio para o sócio do antiquário — Hummm... Não tem como esperar até amanhã... Eu entendo que seja uma conta grande Luiz, mas você sabe que não é uma prioridade para mim... Agora – sorri e toca na mão de Beatriz que o encara curiosa — Luís... Eu sei... Eu vou até aí, mas ficarei só meia hora... Uma hora... Só uma hora... Não vou ficar mais que isso... Adeus – finaliza quase jogando o celular na mesa.  — Problemas? – pergunta Beatriz limpando os lábios.  — Conta nova. Eu prometo que volto o mais rápido possível – garante Flávio beijando a esposa. Ele se levanta e caminha em direção a escada. Beatriz permanece sentada, admirando o jardim e pensando na conversa anterior. Nos últimos meses têm sentido a sensação de que falta algo em sua vida. Não que o Flávio não a fizesse feliz, mas ela se sentia incompleta. Ela balança a cabeça, afastando seus pensamentos e se levanta indo se arrumar para ir à Decor & Salto Alto ver como as coisas estão e preencher o tempo. **** Beatriz chega à empresa e vai direto para sua sala. Os funcionários ainda estavam aproveitando as férias coletivas cedida pelas duas amigas. Assim que ela liga seu computador, a foto sorridente de Ashley surge como seu protetor de tela. Bee toca no monitor sorrindo, encantada e com saudades de sua afilhada. Está tão distraída que leva um susto ao escutar alguém bater à porta de sua sala.  — Eu não acredito que você está aqui!–exclama Beatriz de sua mesa ao ver Sônia segurando na mão da pequena Sofia. Ela estende os braços para a bebê ruiva que caminha desajeitada e sorrindo em sua direção. Bee a segura nos braços a enche de beijos — Como você está linda, Sofia!  — E arteira – completa Sônia praticamente se jogando na cadeira. Ela se abana, cansada — Aprontou o vôo inteiro.  — Quando vocês chegaram? – pergunta Beatriz, curiosa, beijando a bochecha de Sofia – A Leninha disse que você só viria semana que vem.  — Sim, mas eu tenho um assunto para tratar com você, urgente – explica Sônia, misteriosa.  — Que assunto? –pergunta Beatriz, preocupada.  — Como sabe vivo mais em Paris do que aqui, já que a maioria das empresas que o meu marido trabalha é lá. Aliás, só venho para cá por conta da Decor – alega Sônia limpando o rosto da filha — Então eu decidi que era hora de tomar uma decisão na minha vida: Vou passar a minha parte da empresa para você.  — O quê? – grita Beatriz surpresa com a notícia — Como assim? Você ama a empresa? Tem certeza que pensou direito?Beatriz sorri ao ver a cidade do Rio de Janeiro surgir por entre as nuvens. Ela olha para Flávio que dorme tranquilamente ao seu lado. Aquela viagem ao Peru foi bem desgastante para ele. Bee toca no rosto do marido o fazendo despertar e ele beija a mão de sua esposa, sorrindo.  — Lar, doce lar – comenta Flávio beijando os lábios de Bee.  — Sim – responde Beatriz olhando mais uma vez pela janela. A cidade os recepciona com seu calor intenso e céu azul. Os dois caminham para o carro estacionado e em pouco tempo chegam à mansão da família Wilkinson. Todas as vezes que Bee chega à mansão, suspira como se fosse à primeira vez. Ela segura na mão de Flávio e entra sendo recepcionada por Leninha que se aproxima com os olhos arregalados.  — Dona Beatriz, a senhora está tão bonita – elogia Leninha segurando a mala da patroa. Ela caminha ao lado de Bee enquanto fala dos acontecimentos — A dona Sônia ligou dizendo que semana que vem já está na cidade, a dona Miranda também ligou para saber se já estavam em casa. E também ligaram lá do antiquário do seu Flávio. E o almoço já está servido.  — Obrigado, Leninha– agradece Flávio tocando no ombro da empregada — Se alguém ligar diga que ainda não chegamos e nós vamos almoçar daqui duas horas – finaliza sendo encarado pela empregada, confusa.  — Obrigada, Leninha. –responde Beatriz sendo praticamente puxada para dentro do quarto por Flávio. Ele tranca a porta e segura a esposa nos braços a fazendo sorrir. Flávio beija Bee e a carrega para a cama, onde deita junto com ela.  — Enfim sós – diz Flávio tocando nos botões da blusa de Beatriz — Longe de nossa realidade...  — Mas nós estávamos a sós essa semana toda – recorda Beatriz — Aliás, sempre ficamos sós...  — Tem algo te incomodando?–pergunta Flávio, erguendo a sobrancelha.  — Não... Só... Foi uma reflexão – responde Beatriz mordendo os lábios. Ela segura no pescoço do marido — Eu não me canso de ficar a sós com você.  — Essa é a minha garota – comenta Flávio beijando Beatriz. **** Depois das duas horas de descanso, Beatriz e Flávio descem e almoçam no jardim tranquilos. Estão rindo das gafes que cometeram em Lima, quando o telefone de Flávio toca. Ele bufa encarando a esposa, dizendo com olhos “de volta a realidade”, e atende ao telefone:  — Diga Luiz – Flávio para o sócio do antiquário — Hummm... Não tem como esperar até amanhã... Eu entendo que seja uma conta grande Luiz, mas você sabe que não é uma prioridade para mim... Agora – sorri e toca na mão de Beatriz que o encara curiosa — Luís... Eu sei... Eu vou até aí, mas ficarei só meia hora... Uma hora... Só uma hora... Não vou ficar mais que isso... Adeus – finaliza quase jogando o celular na mesa.  — Problemas? – pergunta Beatriz limpando os lábios.  — Conta nova. Eu prometo que volto o mais rápido possível – garante Flávio beijando a esposa. Ele se levanta e caminha em direção a escada. Beatriz permanece sentada, admirando o jardim e pensando na conversa anterior. Nos últimos meses têm sentido a sensação de que falta algo em sua vida. Não que o Flávio não a fizesse feliz, mas ela se sentia incompleta. Ela balança a cabeça, afastando seus pensamentos e se levanta indo se arrumar para ir à Decor & Salto Alto ver como as coisas estão e preencher o tempo. **** Beatriz chega à empresa e vai direto para sua sala. Os funcionários ainda estavam aproveitando as férias coletivas cedida pelas duas amigas. Assim que ela liga seu computador, a foto sorridente de Ashley surge como seu protetor de tela. Bee toca no monitor sorrindo, encantada e com saudades de sua afilhada. Está tão distraída que leva um susto ao escutar alguém bater à porta de sua sala.  — Eu não acredito que você está aqui!–exclama Beatriz de sua mesa ao ver Sônia segurando na mão da pequena Sofia. Ela estende os braços para a bebê ruiva que caminha desajeitada e sorrindo em sua direção. Bee a segura nos braços a enche de beijos — Como você está linda, Sofia!  — E arteira – completa Sônia praticamente se jogando na cadeira. Ela se abana, cansada — Aprontou o vôo inteiro.  — Quando vocês chegaram? – pergunta Beatriz, curiosa, beijando a bochecha de Sofia – A Leninha disse que você só viria semana que vem.  — Sim, mas eu tenho um assunto para tratar com você, urgente – explica Sônia, misteriosa.  — Que assunto? –pergunta Beatriz, preocupada.  — Como sabe vivo mais em Paris do que aqui, já que a maioria das empresas que o meu marido trabalha é lá. Aliás, só venho para cá por conta da Decor – alega Sônia limpando o rosto da filha — Então eu decidi que era hora de tomar uma decisão na minha vida: Vou passar a minha parte da empresa para você.  — O quê? – grita Beatriz surpresa com a notícia — Como assim? Você ama a empresa? Tem certeza que pensou direito?  — Beatriz Gouvêa Wilkinson, eu tenho certeza. Eu gosto da empresa, mas eu amo a minha família. Eu quero participar do crescimento da Sofia e sem contar que essa empresa sempre foi mais sua do que minha. Fora que eu nem dei um presente de casamento para você... Então esse será o meu presente.  — Você não pode estar falando sério... Isso... Tem certeza? – pergunta Bee olhando o sorriso no rosto da amiga que afirma com a cabeça. Ela segura as lágrimas — Já que é sério... Farei um jantar em casa para vocês. Vou sentir falta de vocês – confessa Bee chorando. Ela olha para Sofia — e muito dessa mocinha.  — Mas eu venho para cá, amiga. Só que menos do que agora.  — Tudo bem – concorda Bee sorrindo.  — Bom, eu preciso ir – diz Sônia pegando a Sofia nos braços. Ela se levanta e explica — Tenho de ver minha mãe e contar para ela as novidades.  — Certo, nos vemos à noite – despede-se Beatriz recebendo um tchau de Sofia. Sônia dá um beijo na amiga e sai da sala, deixando Beatriz sozinha imersa a uma tristeza inexplicável — O que está acontecendo comigo? **** O jantar preparado por Leninha estava maravilhoso a ponto de não sobrar nada ao final dele. Beatriz, Flávio e Sônia com Sofia vão para a sala de estar tomar um café e continuar a conversa animada sobre Paris. A única que não está muito feliz é Sofia que chora no colo de Sônia, insistentemente.  — Ela está bem? – pergunta Flávio, preocupado.  — Está sim. Ela só está sentindo falta do pai. Toda noite ele a pega no colo e fica ninando a princesinha até dormir – explica Sônia balançando a filha — Só que comigo ela chora, não sei qual é a mágica...  — Posso tentar? – pergunta Flávio, estendendo o braço em direção a Sofia.  — Bom, pode, mas ela vai chorar tanto quanto comigo – alega Sônia entregando a ruivinha para Flávio. Ele se levanta e ajeita a pequena Sofia em seus braços enquanto cantarola uma música suave. Aos poucos, Sofia para de chorar e fecha os olhos dormindo tranquilamente.  — Você precisa ensinar essa mágica para mim – comenta Sônia, abismada.  — Isso é uma coisa secreta dos homens – sussurra Flávio brincando. Ele começa a caminhar pela sala sob os olhares encantados de Beatriz e Sônia.  — Ele leva jeito com crianças, não é? – comenta Sônia sorridente. Então percebe a expressão triste de Beatriz que toma um gole de café — Está tudo bem?  — Sim... Só que toda a vez que eu vejo Flávio assim com a Sofia ou com a Ashley, sei lá... Olha para ele. O Flávio nasceu para ser pai e eu estou negando isso a ele.  — Amiga... Sem neura – diz Sônia — Ele sabe que não é uma escolha sua ter ou não filhos, pelo menos de forma natural. E ele te ama mesmo assim. Em algum momento ele já reclamou sobre isso?  — Não... E acho que ele jamais irá fazê-lo. Mas eu nem penso nisso só por ele, mas também por mim. Ultimamente tenho sentido falta de algo e acho que pode ser... Isso – explica Beatriz apontando para Flávio e Sofia — Eu estou sentindo falta de uma família.  — Então está na hora de vocês conversarem a respeito –afirma Sônia — E também de você conversar com a Sandra e ver se é isso mesmo que você quer. Um filho é um passo bem sério e definitivo.  — Eu sei... – concorda Bee — Por isso estou confusa, pois vai mudar tudo. E vai afetar a nós dois. Não será apenas eu e o Flávio livres e desimpedidos, viajando para todos os lugares... Sem muita coisa para se preocupar... Não sei se o Flávio também vai querer abrir mão dessa vida a dois por um filho...  — Amiga – chama Sônia — Converse com ele o quanto antes e descubra. Não fique pensando nas possibilidades e vá atrás da certeza.  — Sua linda princesa dormiu – avisa Flávio se aproximando das amigas.  — Que ótimo. Obrigada, Flávio – agradece Sônia pegando a filha nos braços. Ela sorri e comenta — Acertei escolhendo vocês para serem os padrinhos da Sofia.  — Eu que agradeço pela confiança – diz Flávio.  — Eu tenho de ir embora – informa Sônia se levantando — Tenho muita coisa para arrumar antes de ir à Paris.  — Foi ótimo ver você amiga – diz Bee abraçando Sônia e passando a mão no rostinho de Sofia — Espero que da próxima vez a gente se veja lá em Paris.  — Espero vocês lá – avisa Sônia caminhando para a porta ao lado de Beatriz. Quando já estão perto do carro da ruiva, ela diz — Converse com ele e depois me diga o que pretendem fazer. Torço por vocês.  — Obrigada amiga – agradece Bee abrindo a porta para a Sônia. Assim que a amiga arruma Sofia no banco de trás, Beatriz diz — Reze por mim.  — Irei – diz Sônia saindo com o carro. Beatriz respira fundo e caminha em direção a mansão pensando na decisão que está prestes a tomar.   **** Assim que Beatriz entra no quarto e escuta o barulho do chuveiro ligado, Flávio está tomando banho. Ela senta na penteadeira e tira suas jóias calmamente, enquanto passa a conversa mentalmente. Em sua cabeça, tenta encontrar várias respostas que Flávio daria mesmo as que no final ele é contrário a ter um filho. Está tão entretida em sua discussão imaginária que se assusta ao sentir as mãos firmes de Flávio tocar seus ombros e massageá-los.  — O que te preocupa, Beatriz? – pergunta Flávio, sério. Ela toca na mão do marido e a beija. Respira fundo e o encara nervosa — O que foi meu amor? E não diga que é nada, pois eu estou vendo no seu rosto que tem algo de errado...  — Não é bem errado... Na verdade a conversa não deveria começar assim – responde Beatriz mordendo os lábios.  — Que conversa? – pergunta Flávio erguendo a sobrancelha — A que estava fazendo em sua cabeça com meu eu imaginário e sexy?  — Sim... – sussurra Bee — Mas você não me deixou concluir.  — Tudo bem, faremos como está na sua cabeça – propõe Flávio se afastando — Na sua cabeça, onde eu estou?  — Sentado na cama – responde Beatriz apontando para a cama deles — Do seu lado terminando de ler O caçador de Pipas...  — Mas eu estou na metade... – argumenta Flávio pegando o livro — Pode ser na metade?  — Pode.  — Certo – Flávio se jogando na cama e fingindo ler o livro — Agora é a sua vez. Beatriz se levanta da penteadeira, senta ao lado de Flávio e toca em sua perna chamando a atenção do marido. Ela sorri para ele que a encara fingindo estar curioso. Ela respira fundo e diz:  — Flávio eu andei pensando...  — Hummm... – diz Flávio recebendo um t**a no braço deferido por Bee — O que foi?  — Flávio é um assunto sério e no meu pensamento você não faz Hummm– alega Bee — Continuando. Andei pensando sobre um assunto muito sério. Aliás, nos últimos meses isso tem mexido muito comigo... É tão difícil falar a respeito... Eu sei que disse que estava pronta para ter uma vida só nós dois... E você também disse isso, mas... Acho que está na hora de reavaliarmos essa nossa decisão.  — Continue Beatriz – diz Flávio, sério.  — Flávio, eu estou pensando que está na hora de termos um filho. Sabe, eu não consigo parar de pensar a respeito. Eu não sei se isso está acontecendo com você. Mas eu ando me sentindo incompleta. Não que seja você, mas eu olho essa casa, a nossa vida... E... Eu sinto que falta mais de nós... Você entende? No meu pensamento eu estava sendo mais clara...  — Você está sendo – alega Flávio. Ele se arruma na cama e diz — Você quer ter um filho e isso está bem claro.  — Eu quero saber o que pensa a respeito... E quero que seja sincero – pede Beatriz encarando o marido. Essa parte da conversa em sua cabeça não acabava bem.  — Se quer saber se estou pronto para ter um filho: Não direi que estou pronto para ter um filho. Aliás, acho que ninguém nunca está 100% pronto para ter um... – começa Flávio, sério — Se quer saber se tenho vontade de ter um filho... Tenho, mas essa decisão não cabe só a mim, ou só a você. Somos um casal e enquanto você não quisesse, eu me manteria tranquilo. E se nunca tivéssemos, também não teria problema para mim. Afinal, prometi que teria uma vida com você.  — Então... Você quer ter um filho? – pergunta Beatriz, nervosa.  — Eu quero ter um filho com você, Beatriz. – afirma Flávio segurando na mão da esposa — Mas eu quero saber se você está pronta para isso?  — Como assim? –pergunta Bee sem entender a pergunta, já que foi ela quem deu a ideia.  — É um passo importante em nossas vidas. É uma escolha da qual não podemos voltar atrás. Ter um filho vai mudar muita coisa e nós precisamos estar preparados para tudo. Até se não der certo... Já pensou nas alternativas que pretende para termos um filho?  — Ainda não – admite Beatriz — Mas eu penso em adoção. Eu quero ter um filho, mas eu quero que ele entenda toda a situação e sinta que nós o amamos muito, mesmo não saindo de dentro de mim.  — Tudo bem. Como você quiser meu amor – responde Flávio beijando a mão de Bee — Faremos do seu jeito... Quero que saiba que você conversar comigo me fez muito feliz.  — Saber que você também quer um filho me fez muito mais – diz Bee beijando os lábios do marido.  — Bee... A minha vida é você. E tudo o que vier de nós dois será a prova do quão grande é o nosso amor.  — Eu te amo – declara Bee.  — Eu te amo também – responde Flávio — Vai querer conversar com a Sandra a respeito e ver o que ela acha?  — Não, dessa vez a decisão caberá só a nós dois – explica Beatriz.  — Bom, então acho que devemos pesquisar bastante a respeito, buscar informações e após analisarmos bastante, tomar a decisão final.  — Por quê?–questiona Beatriz, confusa. Tinha certeza que ele tinha topado, mas agora parecia que ele estava dando para trás.  — Porque é uma decisão que vai mudar as nossas vidas para sempre. Eu quero ter um filho com você, mas também quero saber mais sobre todo o processo e o que pode ou não acontecer. Tem muita coisa sobre adoção que nós não sabemos Bee. E acho que devemos ficar a par de tudo antes de tomar uma decisão definitiva. Concorda?  — Concordo – responde Beatriz encostando-se ao peito do marido.  — Aposto que seu marido imaginário não falou nada disso.  — Cala a boca, Flávio – solta Beatriz sorrindo — Só para saber no final ele me jogava na cama e me amava como nunca.  — Acho que eu posso superá-lo – diz Flávio jogando Beatriz na cama.

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