Questionei o que estava fazendo, por vezes suficientes para me convencer que era uma péssima ideia voltar lá, mas ainda assim, eu estava aguardando ansiosamente por Jéssica dentro do carro. Ela entrou, com o corpo mais coberto do que eu esperava e sorriu para mim.
- Pronta para ter uma noite inesquecível? - A autenticidade dela chegava a ser engraçada.
- Você tem certeza… - Comecei.
- Siiiim. - Ela confirmou pelo que deveria ser a décima vez desde que apareceu no meu quarto, meia hora antes, que o Marcone não estaria lá. - Porque você está tão preocupada? - Refleti por um momento se eu deveria contar para ela o que estava acontecendo. E resolvi contar a versão resumida.
- Ele é ex-sócio do meu pai.
- AAAAAAAAAAHHHHHH!
- Está investindo na White.
- Huuuuuuuuuuuuum.
- Trans4mos no escritório dele.
- MEUDEUSDOCÉU! - Ela exclamou e eu fui obrigada a rir.
- E depois brigamos. - Ela riu. - E agora, que somos sócios, não seria confortável encontrá-lo em um lugar que não fosse a empresa.
- Emy, você é muito pior do que parece. - Olhei feio para ela e voltei a atenção para a direção. - É um pouco hipócrita também. - Arregalei os olhos mas não fiquei brava. - Desculpe minha honestidade.
- Tudo bem. Essa situação toda é uma enorme merd4. - Ela riu abertamente.
- É estranho ouvir você usar esse tipo de palavreado. - Ela continuou rindo.
- Mas porque você tem essa opinião sobre mim? - Perguntei.
- Gata, você tá preocupada de encontrar em um lugar em que as pessoas vão para trans4r, mas tudo bem trans4r com ele na sala dele? - Pensei naquilo por um segundo. Ela tinha razão. - E mesmo que não se envolvesse com ele, você deveria estar mais preocupada com o seu noivo, não? - Eu fui obrigada a rir.
- Meu noivado é complicado… - Admiti.
- Seu noivo só é seu noivo porque você não tem muita escolha. - Ela fez uma pausa. - Eu te vi ir para o quarto com o Senhor misterioso naquele dia. E soube que você voltou lá depois… - Ela sorriu para mim. - Não precisa ter vergonha de atender aos seus desejos, se o seu homem não os atende.
- É mais complicado que vergonha. - Tentei explicar.
- Gata, não precisa tentar se justificar. Eu não to te julgando… Mas se tudo é complicado como diz, então você precisa mesmo goz4r, o máximo que conseguir. - Eu gostava da Jéssica porque ela era o tipo de pessoa que quebra a tensão das situações. Ela é franca sem receio de magoar e sem a intenção de ofender. Ela só é assim.
- Bem.. não sei se vou goz4r hoje. - Falei. - Mas vamos nos divertir!
Com isso em mente, guardei o celular no porta luvas de novo e entrei com a Jéssica no grande salão, que agora eu sabia, servia mesmo de fachada para o que acontecia no subsolo. Passamos pelos dois grupos de seguranças sem nenhum problema e assim que as portas se abriram eu senti as amarras que me seguravam sumirem.
Corpos nus me cercavam e se antes eu sentia estranheza com aquela cena agora eu me sentia encorajada a olhar. A Jéssica me puxou pela mão para perto de um grupo que estava vestido. Pelo menos a maioria das pessoas. Ela me apresentou para 4 pessoas que eu não gravei os nomes e me entregou um copo com um líquido azul. Segurou o meu rosto e falou em meio a música:
- Vamos dançar!!! - Animada e feliz ela começou a se movimentar em meio às pessoas e depois de dois goles na bebida que ela me entregou, que era bastante doce, eu comecei a me mexer também.
Dançar nunca foi a minha especialidade, mas o álcool me encorajou a me soltar cada vez mais ao som da música que tocava. Tentei imitar os movimentos das pessoas que estavam conosco e quando me dei conta estava finalmente me divertindo, deixando meus braços e quadril mexerem conforme as batidas. Um rapaz bem bonito se aproximou de mim, movendo o corpo na direção do meu, procurando por mais contato e eu permiti. Ele era bonito, alto e atraente e eu queria me divertir, porque quanto mais eu dançava e observava os corpos se movendo, seja dançando ou trans4ndo ao meu redor, menos eu pensava na confusão que a minha vida virou. Quando o rapaz apoiou a mão na minha bund4 e roçou o p4u dele de encontro com a minha buc3ta, ainda com muitas roupas entre nós, minha mente entrou em curto e eu não lembrava o que eu tinha feito com a minha vida. O cara grudou o corpo dele no meu, se movendo comigo, no ritmo da música, mas nossos movimentos estavam sugerindo outro tipo de interação. Senti a mão dele deslizar por baixo da minha saia, procurando a linha da minha calcinha e não me importei, na verdade eu senti uma excitação enlouquecedora. A liberdade de permitir que alguém, que eu não tinha ideia de quem era, me tocasse de forma tão íntima era o máximo do praz3r. A mão dele finalmente encontrou a parte mais úmida do meu corpo, que agora pulsava implorando por seu toque e eu abri um pouco mais as pernas para que ele pudesse me tocar. Ele colocou um dedo dentro de mim e eu senti meu corpo vacilar de encontro com o dele, e sabendo que isso iria acontecer ele me segurou com a outra mão, circulando o dedo dele dentro de mim e eu libertei meu corpo para sentir todo o praz3r que ele queria me dar. Outro dedo pressionou o meu clit0ris e eu g3mi contra o pescoço dele. Nossos corpos se movimentavam conforme a música e os dedos dele se moviam ritmados, estimulando e me empurrando para um orgasm0 que brindou a liberdade que eu sentia. Meu corpo tremeu nas mãos daquele desconhecido e eu senti a vitória pela primeira vez naquela semana. A vitória de ser dona de mim e fazer o que eu quisesse. Quando meu corpo diminuiu o ritmo da tensão, ele tirou a mão de dentro da minha calcinha e chupou o próprio dedo. Eu queria mais. Aquilo havia sido o aperitivo e eu estava faminta. Ele se afastou, ainda movendo o corpo no ritmo da música, e ponderei se deveria segui-lo. Enquanto eu decidia senti um corpo muito familiar me abraçando por trás e me trazendo violentamente de volta a realidade do meu coração.