7.

2117 Words
Assim que a aula da Jade acabou, foi o tempo suficiente para acabar as apresentações. Eu apressei-me para juntar os meus cadernos e guardei-os na mochila, colocando-a nas costas. -Não é incrível? Nós temos um time de mulheres perfeitas como professoras. Janet: Isso é tão grandiosamente importante. Oliver: E todas são legais! Os dois terminaram de ajeitar as suas mochilas e nós caminhamos em direção a saída da sala. Sinto duas mãos com temperaturas diferentes, cada uma, em um dos meus braços e eu viro-me para saber quem são. Janet e Oliver continuaram conversando em direção as suas aulas extras, por coincidência, a mesma. Brendon: Ei! Harry: Oh.. Harry afastou-se, soltando o meu braço quando viu Brendon aproximar-se mas pelo visto, preocupou-se em não ficar muito longe. Eu sorri. Brendon: Então quer dizer que não curte regras e está no colégio mais regulamentado do mundo? Conte-me mais. Eu ri e o olhei bem. Não conseguia ver um defeito sequer enquanto olhava para os seus olhos castanhos que tornavam-se brechas em meio ao seu sorriso. Oh, o sorriso.. Os dentes brancos perfeitamente alinhados com os seus lábios rosados. Não pude deixar de perceber o lábio inferior mais carnudo, como um charme. Ele sorria e me olhava esperando uma resposta. -Me conte você; o seu desejo momentâneo é viver em um colégio aristocrata e elistista e.. Quem gosta de regras? Brendon: Duas boas pautas para as aulas de filosofia que eu tenho.. -Agora? Brendon: Agora! E você? Não anima em dar uma passadinha no mundo dos pré-socráticos? -Adoraria defender Heráclito com unhas e dentes em uma discussão com Parmênides mas.. Eu tenho que cuidar de crianças. Brendon: Faremos coisas distintas refletindo sobre a mesma coisa. Ah, as coisas realmente se retratam em um ciclo monótono! Tocou na pontinha do meu nariz, defendendo Parmênides, sorrindo e eu ri, enquanto ele saía. Gato e um ser pensante! Acho que finalmente descobri o meu tipo favorito. -Eu não disse que não... Eu disse baixinho, acompanhando-o com o olhar enquanto via-o sair do prédio. Não é possível que é perfeito até no jeito de andar. Harry: Amigo novo? Disse aproximando-se novamente, ficando na minha frente e acompanhando o meu olhar. -Mais uma pessoa que cheira bem, não enche meu saco, me plagiou e provavelmente curte um baseado. O que queria dizer? Harry: Queria dizer que realmente gostei da sua apresentação mas como houve plágio, não há motivos para elogios. -Eu sou a parte original da história. Harry: Exato, eu disse que não gostei do plágio. -Não sei por qual motivo. Achei o plágio diferente e muito interessante. Harry: Difícil alguém achar isso de um crime. -Só se o crime tiver um sorriso lindo, um cabelo muito bem cuidado e for engraçado. Para falar a verdade, acho tudo isso dos dois. Só são aluno e diretor para diferenciar. Beijaria a boca dos dois e chamaria fácil para o meu quarto. Talvez os dois de uma vez. Jesus.. Que tipo de pensamento é esse, Isabella? Como é capaz de pensar nisso e esquecer de chamar alguma amiga!? Harry: Não sei porque, mas eu sinto que você me descreveu. Eu não evitei soltar uma gargalhada, jogando levemente a minha cabeça para trás. Harry: Acabou de confirmar isso. -Está muito engraçadinho hoje. Mas não, você é certinho demais para ser o criminoso e... Não é tão engraçado. Harry: "Está muito engraçadinho.." -"..Hoje" Harry: A gente não conversa suficiente pra você me rotular como alguém engraçado ou não. -Duas questões; isso foi um convite? E por quê é tão importante para você se mostrar alguém engraçado para uma aluna? Harry: Questões essas que nós vamos resolver no caminho do seu estágio, está lembrada disso? -Oh, é. Nós andamos, lado a lado, em direção ao prédio de morada dos professores, depois de sair do prédio das aulas. Ficava um pouco distante das salas de aula, o que não foi tão legal, já que ele parecia pensar em alguma coisa legal para falar. Pensar nisso me deixava desconfortável, porque provavelmente estava deixando-o desconfortável. -Ainda não me respondeu. Harry: Primeiro, só considere um convite, se for aceitar. E segundo, não é importante que me ache engraçado, mas devo lembrar que eu acho você muito engraçada, seria legal se fosse recíproco. -Alguém muito carente por aqui. Harry: Eu sou carente? Você que me visita, no porão, de noite afim de sabe Deus lá o que. -Oh, não deixe Deus saber, pode ser pecado. Ele riu quando eu terminei de falar. Abriu a porta do prédio, entre primeiro e caminhei devagar esperando vê-lo do meu lado novamente. Já não era mais tão desconfortável assim.. Caminhamos até um corredor enorme, que lembrava o prédio principal. Harry: Sete salas principais que você deve conhecer. A primeira, diretoria. Segunda, coordenação. Terceira, secretaria. Quarta, reitoria. Quinta, depósito. É tipo um porão, com certeza, muito mais organizado e com todo o estoque do que precisar ou faltar nas salas. Sexta, sala dos professores. E por fim, coincidência ou não, sétima sala: a sala que você vai ficar. Ele apontou para a sétima porta. "Babies One", estava levemente barulhenta mesmo com a porta fechada. Mais para frente, havia uma sequência numérica, também barulhenta. Harry: Eu tenho que voltar para a minha sala, mas boa sorte. -Veio só para me deixar aqui? Harry: Não, eu vim deixar aqui e livrar você de plágios, pelo caminho. -Oh, eu realmente pensei o dia inteiro sobre a vinda para cá. Tive medo de sair um plagiador dos arbustos. Harry: Pensei que pensava em mim o dia inteiro. -Então você pensa sobre o que eu penso, consequentemente pensando em mim? Harry: Por que você é assim, Isabella? -Descubra. Coloquei a minha mão no seu maxilar e fiquei nas pontas dos pés, dando-lhes um selinho rápido e entrando na sala, em seguida, fechando a porta antes de ouvi-lo resmungar. Xxx: Não! Não se coloca o pé'zinho na boca, querida! A sala, na verdade, era de atividades. Tapetes azuis no chão esverdeado, almofadas e pelúcias por cima, quadro com giz de cera, caixa com brinquedos, papéis, livros.. Era espaçoso. Podia ver nos rascunhos de janelas das divisórias, uma sala de repouso com camas, mesas e um provável lugar para amamentar, do meu lado direito. Do lado contrário, um lactário que contava com cadeiras de p******o, balcão com eletromóveis necessários para a preparação da alimentação, prateleiras com pratos e talheres organizados por nomes e cores. Na minha frente, um provável fraldário. Com poucas cabines para a quantidade de alunos, balcão, guarda-roupa e pias. Xxx: Oi?! A mulher alta de cabelos platinados, batom vermelho forte e bem vestida, chamou-me, fazendo deixar os pensamentos detalhistas de lado. -Oh, olá, sou Isabella. Xxx: Isabella Coleman? A estagiária? -Sim. Xxx: Gemma Styles, prazer. Ela apertou levemente a minha mão enquanto sorria. O seu sorriso era muito familiar e isso me fez pensar que ele não comentou que tinha uma irmã ou parente trabalhando aqui. -Styles é um nome muito familiar. Gemma: Pois é. Irmã do diretor. -Suponho que não goste de ser lembrada assim. Gemma: É, pelo menos você lembrou pelo sobrenome, já teve quem ousou dizer que somos parecidos, isso sim me deixa irritada. Eu ri tentando não comentar sobre a parte que achei ela parecida com o irmão. Principalmente o sorriso. Gemma: Ele cuida do colégio interno dos adolescentes e eu, das crianças. -Sra. Styles? Gemma: Por favor, Gemma, apenas. Ela riu, quase implorando em um tom irônico e eu acompanhei-a. Em seguida, apontei para as crianças. -São agitadas? Gemma: São, bastante. Mas vale lembrar que são uns amores. Essas crianças são especiais para mim, quero que saiba disso. -O que fez você trabalhar com o que trabalha, hoje? Gemma: Antes de tudo, o fracasso na medicina. Depois, eu amo crianças e a paz que eles me trazem. Você também? -Para ser sincera, eu não tenho experiências nenhuma com crianças. Gemma: Então por quê está aqui? -Sou aventureira, Gemma... Gemma: Essa é boa. Ela disse rindo, provavelmente sabendo que preciso de pontos. Começamos uma tour pela sala de repouso, lactário, fraldário e a sala de atividades enquanto ela falava-me os detalhes, igualzinha ao irmão. Tudo que eu já havia visto antes dela me ver na sala. Em seguida, caminhamos, quase que seguindo as crianças que corriam por toda parte. Gemma: Vale lembrar que o Eton é um colégio muito conhecido, então temos pessoas do mundo todo, de professores até os alunos. E aqui não é diferente. Maria tem quatro anos e é anglo-brasileira. Ela disse apontando para morena de olhos castanhos claros e cabelos da mesma cor. Lembrou-me da Jade. Corria pelo lactário com um pato de borracha na boca, todo babado. Gemma: Sean, é o nosso coreano mais amada do mundo com quatro anos. Ele tem dificuldades para usar os banheiros ocidentais, para avisar. -Oh, os olhinhos puxados! Eu disse morrendo de amores pelo garoto da pele amarela com os cabelos pretos em um corte típico coreano. Era sorridente e parecia hiperativo. Gemma: Essa é a Jessie, ela tem três anos, é angola. Tem waanderburg syndrome, por isso é n***a e tem olhos azuis. Costumo dizer que ela é a minha filha.. Ela disse acariciando os cabelos trançados da garota que parecia mais com uma Barbie e beijou a sua testa, fazendo-a voltar a brincar depois de sorrir para mim. -Serenidade no olhar de quem nunca vai precisar correr atrás de alguém.. Gemma riu, balançando a cabeça. Continuamos andando enquanto volta e meia, ela parava para guardar algum brinquedo espalhado pelo chão ou tirar alguma criança de perigo. Gemma: Santiago tem cinco, quase seis anos.. Está perto de entrar em uma escola e é espanhol. -Hola major! Eu disse amigável para o louro de olhos azuis, que me lembrava vagamente a professora de matemática. Recebi uma língua malcriada dele e desabei com os ombros, decepcionada. Gemma: Ele é mesmo difícil de lidar.. Arthur é de casa, tem três anos e é britânico. Ele é bastante vergonhoso. -Vou ensina-lo a ser sem vergonha.. Ela lançou-me um olhar de preocupação e eu sorri, cínica, fazendo-a rir. Caminhamos até a sala de repouso, encontrando duas meninas embaixo da mesa. Gemma: As gêmeas de quatro anos, mais briguentas desse mundo. Pode entrar, Aurora e Áurea. Não me pergunte quem é quem. Eu ri. Pela bandeirinha na roupa das bonecas que elas seguravam, eram britânicas também. Tentaram nos assustar saindo debaixo da mesa e quando fingimos entrar na brincadeira, elas riram e correram para a sala de atividades. Gemma: Blake, tem três anos e é britânico. Carrie é a criatura mais doce do mundo, ela tem quatro aninhos e é australiana. E por fim, Henry. Ela apontou para cada um dos inquietos que corriam pela sala de atividades e por fim, paramos ao lado da cama de Henry. Estava deitado e sozinho, usando um inspirômetro. Gemma: Henry é o mais novo, com apenas dois anos. Ele é britânico e muito rebelde. Sofre de fibrose cística, por isso o aparelho.. Puxou o meu braço, disfarçadamente, para afastar da cama em que ele estava deitado. Gemma: Ele é neto de um servidor da limpeza que morreu há alguns meses.. Eles só tinham um ao outro e nós lutamos pela guarda do Henry, por causa das suas condições de saúde. Não podíamos deixa-lo sozinho... -Claro. Fizeram muito bem.. Eu disse voltando para o lado dele e acariciei seus cabelos, vendo-o me lançar um olhar desconfiado. Gemma: Bom, deixe-me ver... Não deve assoprar a comida quando for alimenta-los, sempre lavar os brinquedos, eles devem ter acesso a tudo sob a sua supervisão, não os deixe acordado até tarde e não os deixe comer muitas porcarias. Qualquer problema, leve-os imediatamente até o consultório médico da Babies ou do Eton, no geral. Se faltar algo, o depósito é aqui do lado. Certifique-se de preencher a ficha técnica de todos eles, todos os dias. É importante. Através da ficha, teremos acesso as mudanças e necessidades de cada um. -Certo. Eu disse assustada pela responsabilidade. São pequenos seres humanos, e não criaturas em processo de experiência para o amadurecimento de adolescentes em castigo. Gemma: Cuide bem dos meus pequenos! -Pode deixar, vou me esforçar.. Gemma: Por sinal, foi a única que escutou todas as instruções, já que as outras estagiárias me mandaram embora antes de acabar. -Deveria mandar? Gemma: Não! Ela disse fazendo cara de cachorrinho abandonado e triste com quem abandonou com direito a biquinho e tudo. Eu ri. -O que devo fazer agora? Gemma: Estava com dificuldade em fazê-los dormir.. Boa sorte! Ela sorriu, parecendo satisfeita em livrar-se do trabalho e saiu da sala. Olhei para os seres inquietos e barulhentas. O que eu faço agora? -Calma.. É só colocar para dormir. Sean: Eu tô com fome!
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