CAPÍTULO 3

1249 Words
OLIVER THOMPSON Assim que termino uma reunião importante na empresa, resolvo ir até à galeria de arte para conversar com a Amanda já que ela não atende minhas ligações e ignora minhas mensagens. Acabei explodindo com ela ontem, coisa que nunca tinha acontecido e olha que Amanda é especialista em me causar problemas. Dirijo até a galeria e assim que chego passo pelas recepcionistas que me cumprimentam sorridentes. É sempre assim, mas para não ser m*l-educado apenas respondo com um sério bom dia, não dando espaço e nem brecha para intimidades. Ando em passos largos pela galeria até chegar ao corredor que leva à sala de Amanda e Emily. Quando estou me aproximando da porta alguém tomba em mim com tudo e a pessoa só não cai para trás porque a seguro forte em meus braços. — Mas quem é o i****a que não olha por onde anda? Será que é cego? Pelo amor de Deus. Ao escutar a forma de agradecimento que recebo, minha vontade é de soltá-la no chão. Olho bem para a pessoa e vejo que se trata de Bruna, a estagiária, e ela ao perceber que sou eu quem está segurando-a, se afasta de uma vez como se desse choque nela. Quando penso que ela vai se desculpar, vejo o quanto estou enganado. — Senhor Thompson, será que pode olhar por onde anda? Olha o seu tamanho, é tão difícil assim prestar atenção? — diz petulante, me encarando como se a culpa fosse minha devido sua falta de atenção. — Foi você que esbarrou em mim, garota. Tenha mais respeito quando for falar comigo. Ela me olha de cima a baixo e esboça um sorrisinho debochado, daqueles que costumam me irritar muito e que não são muitas pessoas que tem coragem de dá-los a mim. — Me perdoe, senhor, realmente sou muito desatenta. Como pude ousar esbarrar em um homem tão importante como o senhor? Me perdoe. Nem me dou ao trabalho de respondê-la e passo por ela indo até à sala de Amanda. Mas a garota grita atrás de mim: — O senhor não pode entrar aí, Emily não está e Amanda tenho certeza de que está ocupadíssima. Não dou ouvidos ao que ela fala e coloco a mão na maçaneta. — Não ouse entrar nessa sala vai se arrepender disso. Abro a porta de uma vez e me arrependo de ter feito isso, pois, Amanda está praticamente transando com o marido em cima da mesa e Colin me lança um olhar mortal. — Não sabe bater na porta, Thompson? — Colin diz e sai de perto da esposa que me olha com uma cara não muito boa. — O quer, senhor Thompson? Colin olha para mim depois para a esposa e começa a rir. — Senhor Thompson!? — O i****a diz gargalhado. — Pensei que não fosse viver para ver isso. O que foi que você fez para deixar minha esposa com raiva, senhor Thompson? Minha vontade e de socá-lo por estar fazendo pouco da minha cara, mas se fizer isso aí é que Amanda vai ficar com mais raiva ainda. — Tivemos uma conversa acalorada ontem e acabamos discutindo — digo e Amanda me encara. — Ele gritou comigo e não aceito isso de ninguém mais. — E é por isso que estou aqui para me desculpar com você. Ela vai responder, mas se cala quando o celular do marido toca. Colin olha para tela e diz: — Vou ter que ir, amor, nos vemos em casa. — Ele a beija e depois se vira para me olhar. — E não grite com minha esposa, Thompson. Apertamos a mão. — Pode deixar. Ele dá um tapinha no meu ombro e sai da sala. — Desde quando viraram amiguinhos? — Amanda diz se sentando em sua cadeira e me sento na sua frente. — Nunca fui inimigo do seu marido, nos conhecemos há anos. Ele só teve uma fase de idiotice, mas parece que já voltou ao normal. Amanda me analisa enquanto me olha. — O que você quer, Oliver? Por que veio aqui? — Para me desculpar já disse. Sinto muito por ontem, mas aquele é um assunto que me incomoda muito e você não sabe a hora de parar, então acabei explodindo com você. — Você e a Emily são meus melhores amigos. Você esteve ao meu lado quando mais precisei, Ollie. Só quero o seu bem nunca o seu m*l. — Eu sei disso e me desculpe mais uma vez. — Na próxima vez que falar daquele jeito comigo chuto a sua b***a e sabe que tenho coragem o suficiente para fazer isso. — Eu não duvido nada, de você, espero tudo. Mas me diga uma coisa, Amanda? Aquela estagiária faz muito tempo que ela está trabalhando aqui com vocês, não? Amanda me olha desconfiada, ergue uma sobrancelha e isso não é nada bom. — A Bruna é uma excelente estagiária e artista. Ela é muito responsável no trabalho e pode se tornar também um ótimo partido, Ollie. Como foi que nunca pensei nisso? — diz como se tivesse acabado de ter uma excelente ideia. — Nem começa, Amanda. Ela esbarrou em mim e precisava só ver como ela falou comigo. A garota é debochada, m*l-educada e desatenta. Como aquela garota poderia ser uma excelente artista? — digo me lembrando da petulância da menina. — Meu Deus, Ollie, a Bruna é perfeita para você. Jovem, alegre, desinibida, deveria investir nela... — Repito, nem começa, Amanda. Não tenho tempo e nem disposição para perder com uma garotinha que nem mesmo sabe o que quer da vida. — Garotinha não, ela tem vinte anos, idade excelente para uma gravidez, você não acha? Olho para a mulher na minha frente, incrédulo. — São quatorze anos de diferença Amanda, será que você pensa antes de falar? A risadinha que ela solta me deixa irritado, mas procuro me controlar. — Está querendo dizer que é velho demais para ela? Será que você não dá conta, Ollie? — Amanda, você mais do que ninguém sabe que dou conta, o problema é que não quero um romance com ninguém. Esse negócio de amor não funciona para mim, sou um homem prático, sabe disso. — Pratico, sei. Algo me diz que essa mulher não vai desistir dessa ideia fácil. — Eu já vou embora antes que ligue para minha mãe e marque meu casamento. Conheço esse seu olhar e já vou logo dizendo que NÃO. — Mas eu nem falei nada. — E nem precisa, eu te conheço e estou falando sério, Amanda, nem comece com isso. — Tudo bem, não vou fazer nada. — Espero mesmo que não. Sabe muito bem que a minha bondade só se limita a você. — Você precisa ter alguém, Ollie. — Não preciso, estou muito bem sozinho — digo me aproximando dela. Nos despedimos e assim que passo pela porta, vejo a tal estagiária passando com algumas tintas nas mãos caminhando rumo a sala de criação. — Cuidado para não esbarrar em ninguém, essas tintas custam uma fortuna, sem falar na sujeira que você faria. — Não se preocupe, senhor investidor, sei muito bem fazer meu trabalho. — Ela me encara e viro as costas saindo. — O que tem de gostoso tem de i****a. Nada é perfeito. Escuto a garota resmungando e quando me viro para olhá-la mais uma vez, só vejo a porta se fechando. Acabo sorrindo do que ela falou. Até que essa garota seria um desafio interessante.
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