CAPÍTULO 5

977 Words
BRUNA HARPER Depois de um dia cansativo, finalmente chego em casa exausta e tudo o que quero é tomar um banho, jantar e cair na cama. Mas ao passar pela porta da sala, vejo minha mãe chorando e falando no telefone. Isso logo me coloca em alerta de que alguma coisa muito grave deve ter acontecido. — Mamãe, o que foi? Por que a senhora está assim? Ela coloca as mãos na cabeça chorando desesperada. — Eu não aguento mais viver essa vida com seu pai fazendo besteiras desse jeito, Bruna. Eu não aguento mais. — O que ele fez agora, mãe? Onde meu pai está? — Ele está em uma casa de jogos, uma boate, sei lá o que aquele lugar é. O que sei é que ele não tem dinheiro para estar jogando em um lugar como aquele. Não consigo acreditar no que a minha mãe fala. — E quem foi que ligou para a senhora? Como sabe que papai está lá? — Um dos seguranças é um velho conhecido nosso e me ligou assim que seu pai entrou dando uma de rico. Lá se vai meu descanso. — Eu vou atrás dele, mãe. Me diga exatamente onde fica esse lugar e o nome do seu conhecido que vou impedir que meu pai faça uma besteira. — Não vou permitir que você vá para aquele lugar, sozinha e muito menos permitir que fale com o Fred. Aquele lugar não é para você. — E nem para ele mãe, mas assim mesmo ele foi. Deixá-lo lá vai ser pior. Agora me dê o endereço antes que seja tarde demais. Depois de muito tempo e mesmo achando r**m, ela me dá o endereço. Usando o pouco dinheiro que tenho, pego um táxi e em pouco tempo o motorista me deixa diante da porta de uma boate de luxo, tanto que me pergunto se estou no lugar certo. Desço do carro e vou até à entrada que está lotada. — Por favor, queria falar com o Fred. — Procuro o homem que minha mãe falou o nome. O homem me olha de cima a baixo me analisando. — E quem é você? Por que quer falar com o Fred? Até entendo o motivo da sua desconfiança. — Me chamo Bruna, diga a ele que sou filha da Lena Harper, ele vai saber o que fazer. O homem me olha mais uma vez e sai. Pouco tempo depois retorna com outro cara muito grande e forte, imagino que deve ser o tal de Fred. — Essa é a menina que está procurando pelo senhor. O homem me olha de cima a baixo e por um minuto vejo a surpresa em seus olhos. — Quantos anos tem criança? Não era esse o tipo de pergunta que estava esperando que ele fizesse. — Não sou mais nenhuma criança, tenho vinte anos e se quiser pode ver meus documentos. Mais uma vez o homem me olha surpreso. — Com toda certeza vou querer ver seus documentos, venha comigo — diz de forma autoritária. Acredito que pela maneira como as pessoas abaixam a cabeça para ele, não me parece ser um simples segurança, como minha mãe falou que ele era. Entramos na boate e fico de boca aberta com o luxo do lugar, esse com certeza é o tipo de ambiente que gente muito rica frequenta. Acompanho o tal de Fred até um corredor e quando ele para de uma vez, acabo batendo nas suas costas. Ele volta a me olhar intensamente e agora começo a sentir medo. — Antes de levá-la até onde sei que quer ir, me mostre seus documentos. Respirando fundo pego minha identificação na bolsa e entrego a ele que analisa atentamente. O homem olha para meu documento e para meu rosto e isso já está me deixando nervosa porque meu pai pode estar perdendo tudo o que não tem. — Será que agora o senhor pode me levar até meu pai? — Não chame aquele verme de pai na minha frente e diga a Lili que vou procurá-la para ter uma conversinha com ela — diz entredentes aparentemente com muita raiva. Acho muito estranho, ele chamar minha mãe pelo apelido, mas não tenho muito tempo para pensar nisso agora. — Olha sei que você é conhecido dos meus pais e deve saber muito bem o que vim fazer aqui, então será que podemos pular a conversa fiada? Ele sorri e me entrega meus documentos. — Você é igualzinha a sua mãe. Vamos lá, vou te levar até aquele esterco de homem. Acho estranho a forma como ele fala do meu pai, parece ter muita raiva dele. O homem vai à frente, resmungando alto e só entendo algo sobre mamãe ter que explicar muita coisa a ele. Depois converso com ela sobre isso, a prioridade agora é outra. Paramos diante de uma porta muito bonita e antes de abri-la, ele volta a falar comigo. — Ao passar por essas portas você estará entre os homens mais ricos do mundo, pessoas poderosas com capacidade de acabar com Bruce em um estalar de dedos. Sinceramente não sei onde aquele i****a estava com a cabeça quando resolveu se arriscar vindo aqui hoje. — Então deve saber que não tenho muito tempo. Ele sorri novamente e passa a mão no meu cabelo. — Criança, você já chegou aqui tarde demais, mas não se preocupe que em você ninguém toca. Antes que diga mais alguma coisa, ele abre a porta e chama dois homens que parecem estarem fazendo a segurança do local, deduzo isso pelas armas que reluzem em suas cinturas. A ordem que Fred dá é bem clara, ninguém encosta um dedo em mim. Confesso que escutar isso me deixa aliviada por mamãe ter um amigo que se preocupa comigo. Assim que entro na sala vejo que ele tinha razão, cheguei tarde demais.
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