CAPÍTULO 3 - GAMES

1968 Words
– Não mexe. - repreendo Louis antes que o mesmo pegasse o porta retrato que tinha na estante ao lado das bebidas. Ele se assusta, e finge que iria limpar as mãos na calça jeans. – Não ia mexer. - Mente, olhando-me descer as escadas. Sorri irônica e resolvi deixar isso para outro momento. Eu tinha ido tirar todo o podre do inferno do meu corpo, infelizmente aquele lugar está gravado na minha alma, na minha memória, mas conseguir deixar minha aparência um pouco melhor. Eu nem pensei que cabelos cresceriam tanto em 4 anos, mas deu pra recuperar tudo que perdi durante meu último castigo, onde meu pai, se posso chamá-lo assim, havia o cortado bem junto do pescoço. Por conta do excesso de pancadaria que tinha naquele lugar, eu acabei criando massa muscular, ou era isso ou eu morria espancada, e isso dificultou um pouco as coisas já que todas as minhas roupas estavam ficando bem justas. – Pronto ? - Chamo a sua atenção quando fico em frente à ele, e vejo que o mesmo está olhando para meu corpo. Babacas. – Onde vamos ? - Acorda do seu transe e pisca algumas vezes olhando para o outro lado. Observo a bebida que deixei para ele em cima da mesa central e depois para o garoto que parecia um pouco alterado, revirei os olhos e suspirei. – Primeiro, você vai em casa, veste a roupa que deixei em cima da sua cama, e segue para o endereço que acabou de chegar no seu celular..- Olho para seu bolso, que no mesmo instante notifica a mensagem. Louis me olha assustado. – Segundo, é um aviso, sempre que estiver comigo, não esteja muito alterado de bebida alcoólica, ou eu estouro seus neurônios com 2 balas de uma 32. – Ok. - Engole em seco, e eu assinto permitindo que ele saísse. O mesmo pega suas chaves e apenas sai. Respiro fundo para me acalmar e logo me encaminho para o estacionamento. Pego um GTR cinza, eu precisava de velocidade, e para isso ele seria uma perfeição. Assim que liguei e senti o motor ronronar, tremi inteira. A adrenalina corria solta por minhas veias, eu gostava disso. Eu gostava de tantas coisas que não podia ter. Acelerei para sair dali e logo estava com ele nas ruas, parecíamos voar e sermos um só, mas era só a sensação de estar livre. Eu tive sorte, muita sorte em ser descoberta em apenas um assassinato, a minha maior sorte foi que meu pai pagou alguns anos de fiança para que eu não apodrecesse mais, e melhor ainda foi meu comportamento. Alguns policiais adoravam me ver bater em certas garotas, o que foi um lucro. Liguei o GPS e segui o caminho que eu tinha que seguir, meu corpo estava muito cansado, parecia ter juntado todo o cansaço dos anos, para um dia só, mas eu não iria adiar uma das minhas brincadeiras mais favoritas. Eu adorava jogar. Certo que o último que joguei não foi atrativo, me ferrou, além do mais me deixou fraca, tudo por culpa de um jogador i*****l, mas eu gostava de jogar. Estávamos sendo a melhor dupla, construindo algo tão raro que valia muito, mas então voltamos à estaca zero e não quisemos reconstruir o legado. Azar pra ele, agora eu ia brincar, e agora minhas bonecas seriam pessoas que passaram por sua vida. Estacionei devagar na boate em que rolava a festa, as pessoas que estavam ao lado de foram encararam meu carro e eu não me importava, me sentia assim também sempre que via algo que queria. Maravilhada. Desci do carro devagar, não queria ter pressa, a melhor solução para comer bem, é mastigar bem. Encarei algumas pessoas da fila, que me olhavam sem pudor, e me andei direto para o segurança. Olhei para Bill e logo ele me reconheceu, abrindo passagem. – Bem Vinda de Volta Srta. MCcall. - Ele me cumprimenta e eu sorrio de lado, não dando muita bola. Não queria forçar simpatia, já que de simpatia não iria ter mais nada. A música estava bem alta, muita gente já se divertia ali, jovens pra ser mais exata. Andei até meu caminho, que eu conhecia bem, e parei na frente de um velho amigo meu. – Quanto tempo. - Ele disse alto por conta da música, sorridente. Ergui uma de minhas sobrancelhas e sorri de lado, assentindo. - Você mudou, e algo me diz que não foi pra melhor. – Quem está comigo, pode ter certeza que está com Deus. Continuo a mesma, só que ninguém queria conhecer esse lado. - Falo alto também, pacientemente. Ele assente, soltando uma risadinha e abrindo a porta da área VIP III. Agradeci e subi as escadas, deixando o som abafado da música agitada para trás e seguindo o som de uma música maneira mas baixa. Assim que avistei a grande sala, que tinha uma vista ampla para todos lá em baixo, com vidro blindado e as melhores bebidas, sorri. Isso era minha vida. Vi de longe quem eu queria, sentado, com um drink na mão e olhando o pessoal no andar de baixo, minhas mãos formigaram, mas eu me controlei. Antes eu perdia o controle facilmente, principalmente depois do Malik, mas quando você tem que bater em muita gente depois de apanhar muito, acaba fazendo cálculos operantes para o seu bem, e melhor Ainda, o raciocínio lógico de todas as possibilidades fica aguçado. Eu fiquei assim, não passei tanto tempo como muitas outras pessoas, mas sei como controlar minha ansiedade e principalmente, quando e como devo desligar todos os meus sentimentos para presenciar algo terrível. E esse era o momento. Eu sentia meu sorriso Sarcástico subir automaticamente, enquanto minha respiração diminuía, meus batimentos cada vez mais calmos e logo uma bebida em mãos. Tomei um grande gole do que tinha naquele copo, era quente mas não me deixei amargar pelo gosto, respirei fundo, e disse: – Parece que o as coisas mudaram. O homem que até então estava calmo e curtindo a música ao fundo, se assustou. Talvez eu até tenha aprendido á chegar de mansinho. – Sunny. – Não me chama assim! - Repreendi, mantendo a calma mas usando um tom rude. Encarei os olhos verdes por quem eu tanto andei atrás. - Harrier... quanto tempo. – Pra mim nem parece tanto, boneca. - Ousou zombar, tirando uma brincadeira comigo. Me aproximei, enquanto me servia de Martini, sem ao menos tirar os olhos dos dele. - Mas vejo que mudou. – Foi pra melhor, com certeza. - Murmurei.- Acho que foi por isso que mesmo lá do inferno, eu consegui te pegar. Que ironia não ? – Não comemore ainda boneca, tenho pessoas poderosas do meu lado. - Bateu de frente, tentando se vangloriar. Me aproximei do vidro, vendo todas as pessoas se divertindo na festa, e virando um grande gole da minha bebida antes de responder. – Tipo seu filho adotivo que está ali ? - Apontei para o Bar, onde estava ele. - Ou o filho de sangue que está ao lado ? - Mostrei também.- Seus sócios que estão bebendo o drink que preparei especialmente para eles ? - Mostrei a área VIP na nossa frente. - Ou Harry ? Que está morto ? Me virei para olhá-lo e o mesmo apertava o copo em suas mãos com força. Sorri de lado, ao ver o desespero em seu olhar, a passada de língua nos lábios nervosamente, é uma suspirada de derrota. – Filha de uma..- Sussurrou. – Acha mesmo que eu seria tão i****a assim de deixar as peças chaves do jogo de fora ? - Tombei a cabeça para o lado, deixando um riso estridente escapar. - Eu tenho você na mão Harrier, sempre tive. Eu só gostava de brincar com sangue, perseguição. Sempre foi meu Hobby sabe ? Sempre gostei de ver tudo acabar m*l, porque esse é meu fetiche. – Você é Maníaca. - Murmurou, incrédulo. – Eu ? - Perguntei sorrindo. - Você dizendo isso ? Logo você que estava matando pra ganhar dinheiro e dizia que era por sua mulher, me poupe Jonathan. - Ele arregalou os olhos.- Ah! Eu sei sobre você, sim! - Dei dois pulinhos alegres. - Eu sempre pensei que você tinha escolhido um péssimo nome artístico sabia ? – Sempre foi tudo por Luna. - Esbravejou.- Você não sabe da minha vida, sua..sua..vadi.. – Opa! Eu tenho paciência grande para esperar o jogo começar, mas se quiser posso acabar com a brincadeira agora mesmo e mandar você para conhecer o d***o mais cedo. - Aponto para seu rosto, respirando fundo. Eu estava até que de bom humor, mas não gostava de que me chamassem de nomes absurdos. Ele hesitou por um momento, e respirou fundo. - Apesar que.. você vai conhecê-lo mais cedo de qualquer jeito. Voltei a sorrir, vendo o seu estado de choque diante minha reação. Pânico estava estampado no seu rosto. Deixei o drink da mesinha que tinha ali e o olhei de cima abaixo. Jonathan sempre foi bem vestido, camisa preta, jaqueta jeans, vans, até parecia jovem, mas não era nada disso. Sorri divertida com o que vi e despertei do transe ao ouvir alguém subir as escadas. Barbie e Suzi. Abri mais ainda meu sorriso ao notar que a brincadeira iria começar e olhei para John. – Agora a brincadeira vai ficar legal. – Mas que porra..- A Barbie disse assim que entrou na sala e deu de cara comigo. Olhei-a de cima abaixo e revirei os olhos. Ela e a Suzi estavam de vestido, salto e cabelo amarrados. Eu não me sentia nenhum pouco intimidada por estar de jeans, baby look justa e decotada, jaqueta de couro preta e all Star. Pelo contrário, me sentia superior. – Oi pra vocês também, princesas da Disney.- tentei fingir educação com um sorriso falso na cara e elas nem ao menos me cumprimentaram. – Não sabia que teria pessoas de nível baixo nesse espaço. - Kenny, Suzi, disse me olhando e cruzando os braços. Soltei uma risadinha e olhei para trás, encarando John de uma forma irônica. – Estão referindo-se à vocês mesmas não é ? - Perguntei, vendo-as cruzar os braços. - Duvido que seja a mim, já que eu sou a Dona desse lugar. A Barbie levantou uma de suas sobrancelhas, desafiadora e eu sorri, não querendo enfrentar. De qualquer jeito hoje ela me dá adeus. – Se sentem todos. - Ordenei apontando para uma mesa redonda em um canto mas sem olhar para nenhum deles. A morena ia protestar mas tratei de deixar claro que não estava ali para brincadeira. - Agora! – O que você acha que esta fazendo ?- Gigi pergunta, sem me obedecer e parando na minha frente. - A qualquer momento Zayn vai subir aqui e mostrar quem realmente manda. Fiz questão de olhar dentro dos olhos azuis da menina loira a minha frente, fazendo no mesmo instante a mesma se arrepender de ter me enfrentado. Seu sorriso desapareceu em questão de segundos do seu rosto, e sua postura caiu diante meu olhar. – Zenão vai aparecer pra te salvar Barbie, mas quem sabe ele não vai te encontrar no inferno ? - Tombei a cabeça para o lado, abrindo o sorriso que se fechou no rosto dela. Vi ela engolir em seco de longe e acompanhar a amiga e John. Respirei fundo, já cansada desse lugar e andei até minha bebida, pegando-a e dando um belo gole. – O que você pretende fazer ? - Harrier Pergunta. Demorei certos segundos para responder, mas logo me virei para eles e sorri. – Vamos brincar de roleta Russa, mas de um jeito diferente. - Me aproximei um pouco.- Não se preocupem se tiverem a grande sorte, todos vocês vão morrer.                
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