Capítulo 01

1029 Words
Hoje é segunda feira, e eu já estou acordada desde das cinco da manhã. Trabalho em uma lanchonete no asfalto, e preciso pegar dois ônibus para chega até aqui. Trabalho desde de sempre. Comecei entregando panfletos, depois eu ajudei um senhor a vende pipoca na praça, e por indicação dele, agora eu trabalho na lanchonete da sua irmã, e já estou aqui a quase três anos. Tudo isso pela minha sobrevivência e a do meu irmão. Minha única família. Meu irmão é um viciado, que se meter em muitos problemas, e que sempre tem dívidas com drogas com o dono do morro. E por isso eu trabalho sem descanso, para pagar as dívidas do Luan. Eu sempre fiz de tudo para livrar Luan de problemas. Não sei por qual motivo faço isso, talvez pelo fato de não ter mais ninguém para chamar de família, apenas ele. Mas ele não dá a mínima para mim, e só me dirigi a palavra quando está precisando de dinheiro. Sempre tive medo do pior me acontece por se irmão do Luan, por isso vivo no morro da Maré praticamente escondida, do trabalho pra casa, da casa pro trabalho. Nunca pisei meus pés no baile, mas parece se animado pelo alto som e pelas pessoas que eu vejo da minha janela indo sorridentes, com bebidas na mão. Também não conheço bem o dono do morro, o Gh, só vejo ele de vista e de bem longe. Ele me causa medo, pelo simples fato de se quem é, e pelas grandes armas que ele carrega consigo. Mas não posso negar que ele é lindo, e esse é o motivo de muitas mulheres ao seu redor. Depois de trabalha o dia inteiro eu voltei para a casa. Na barreira os dois vapores de sempre acenaram para mim como sempre, e eu retribuiu como todos os dias. Acho que eles são os únicos que sabe da minha real presença naquele morro. Um frio subiu na minha espinha quando olhei para frente e vi Gh e César, seu sub. Cada um estava em uma moto, e Gh fumava um cigarro enquanto conversava com César. Eu nunca cheguei tão perto deles, e nesse momento eu temi minha vida, não sei por qual motivo, mas temi. Eu tentei regular minha respiração quando passei ao lado deles, com uma boa distância, mas não consegui passa despercebida; e notei quando o olhar de Gh dirigisse até mim. "Quem é essa?" - ouvi ele pergunta. "Trabalha no asfalto, só sei disso." - César respondeu. Felizmente eu não ouvi mais nada. Estava longe o suficiente da presença deles, e rapidamente cheguei em casa. "Sua desgraçada, eu falei que precisava do dinheiro." - foi a primeira coisa que ouvi quando entrei em casa. " Você trouxe?" - Luan perguntou com os olhos extremamente vermelhos. "Claro que não. Eu te dei dinheiro sábado, nem se eu quisesse eu arrumaria mais." - tirei a mochila preta da costa e joguei no sofá. Nossa casa era simples, e tinha pouquíssimo móveis, mas não algo que me fizesse falta, porque passava poucas horas em casa. "É isso ou eu morro Alice." - ele apertou forte meu braço. "E você só percebeu isso agora? Pensasse quando estive comprando mais drogas e colocando nossas vidas em risco nesse morro." - puxei meu braço saindo do meu aperto. "Ou você me dá o dinheiro ou vai pagar com a vida." "Vai me m***r é isso?" "Eu não, mas eles, com certeza." - afirmou ele. "Se alguém aqui for morrer vai se você, porque se eu me lembro bem, eu nunca fui atrás de traficantes busca drogas." "Você vai se ferrar na minha mão Alice, pode pá que vai." - ele gritou. Eu entrei no meu quarto batendo com força a porta. O desespero que atingiu em cheio. É agora? É agora? Ele está devendo dinheiro, isso não é novidade, o único problema agora é que não tenho dinheiro para pagar. O viciado está usando mais do que antes e minha vontade é de esmurra-lo. Eu já imaginava o pior, ele morto, eu, ou nós dois. Eu não tinha para onde fugir, dever o tráfico era assina sua pena de morte, ou o devedor morrer, ou sua família como forma de punição. No caso do Luan, não será uma punição se eu morrer, pelo contrário, será um favor. Mais tarde naquele noite eu tomei um banho, e consegui dormi apesar da dor de cabeça, isso porque não tenho o previlegio de ter insônia. ... Acordei no outro dia no mesmo horário de sempre, cinco horas em ponto. Separei um calça jeans e uma blusa de marga comprida azul e vesti e em seguida calçei meus vans preto. Depois penteie meus cabelos castanhos e deixei eles soltos. Escovei meus dentes no pequeno banheiro que havia em meu quarto, peguei minha bolsa colocando meu celular dentro dela. Tinha poucos minutos para desce até o ponto de ônibus. Mas quando fui abri a porta do meu quarto para sair, a porta estava trancada pelo lado de fora. "Luan caralho." - gritei esmurrando a porta com força. " Abre essa p***a, eu tenho que trabalhar." "Você não pode sair." - ele falou do outro lado da porta. " Como assim eu não posso sair? Que m***a você andou fazendo Luan?" - elevei a voz. "Eles estão chegando." - sua voz estava rouca. " Eles quem p***a?" - gritei batendo forte na porta, fazendo um grande barulho. " Eu vou perde meu ônibus por sua culpa." Ele não voltou a responde e eu ouvi seus passos se afastando e me sentei na cama irritada e pensando em mil coisas que poderia está acontecendo. Não cheguei a nenhuma conclusão coerente, mas eu tinha certeza que tinha a ver com as dívidas no tráfico. Eu estava cansada e esgotada de tudo isso. Eu literalmente parei minha vida para cobrir os buracos que meu irmão deixava, e eu sabia que o final não era nada feliz e eu deveria ter aproveitado minha vida mesmo que ela tivesse terminado a tempos, mas valeria a pena, se eu tivesse sorrindo mais, ou se eu tivesse lembranças de momentos felizes, eu não tenho, nenhum.
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