O filho da diretora

Capitulo 3

Capitulo 3

Passei o dia com o Samuel, estamos planejando um jeito de compensar a noite passada. Eu disse a ele que assumo a culpa total, mas se eu tinha que lavar pratos, ele iria me ajudar.

Faz 3 horas desde que o toque de recolher soou. Minhas colegas de quarto já dormiram e eu estou indo encontrar o Samuel em frente ao prédio dos dormitórios. Assim que chego lá, ele me entrega o que eu tinha pedido mais cedo.

Eu pedi que ele falsificasse a assinatura da diretora e fizesse folhetos dizendo que amanhã será o dia Arco-íris e todos têm que usar roupas coloridas o dia todo. Samuel tem uma caixa enorme escondida no guarda roupa cheia de coisas que ele usa nas suas travessuras. Tem muita coisa que ele juntou nos últimos dois anos. Nós achamos algumas luzes, purpurina e outras coisas de festa que poderíamos usar, decoramos todos os corredores, tampamos as janelas e quebramos as lâmpadas, assim ficará tudo iluminado pelas luzes. Entramos rápido na sala da diretora e colocamos uma caixinha de som perto do microfone, amanhã temos que dar um jeito de colocar uma playlist especial que fiz para essa ocasião

Eu sei, não é um grande plano, mas esse é só para irrita-la. O grande plano estar por vir.

Jogamos todos os folhetos por debaixo de todas as portas e voltamos aos nossos quartos.

Acordo no outro dia com as garotas conversando.

—O que foi? Não se pode nem dormir mais aqui? —Eu grito. Não sou a pessoa mais simpática do mundo quando se trata de acordar cedo.

—Parece que hoje é o dia Arco-íris. Estranho, nunca houve isso antes. —-Laura diz.

—Se tiver a assinatura da diretora, é verdade — Digo segurando o riso.

—Tem razão. Vamos nos vestir.

Embora eu odeie acordar cedo, esse dia me deu uma animação especial. Levanto ainda me ignorando e vou para o banheiro tomar um bom banho. As garotas entram logo depois de mim uma por uma. Enquanto Laura está dentro do banheiro, eu começo a me arrumar. Decidi por uma blusa com as cores do arco íris que eu ganhei e uma jardineira jeans curta. Ponho um cinto grosso e preto na cintura e amarro meu cabelo. Nessa altura, Laura já tem saído do banheiro e está procurando algo para vestir. Andreia entra no banheiro com toalha no ombro e eu começo a fazer minha maquiagem.

Faço um degradado de vermelho, laranja e amarelo nos olhos e passo um gloss. Eu gostei do que fiz.

Logo Andreia sai do banheiro e Laura já está vestida. Ela pôs um vestido Hipster todo colorido e um All Star amarelo, mas parece bem preocupada maquiagem com que está fazendo. Andreia aparece vestindo uma saia de brim vermelha, uma blusinha branca com alguns desenhos coloridos, um tênis rosa e como meias de arco íris. Ela ficou realmente muito linda.

—Nossa, Luna, você está linda! Você sabe maquiar muito bem-Laura eligou.

—É ... vocês querem ajuda? —Pergunto já sabendo da resposta.

Elas dão um sorriso e falam sim juntas. Começo pela Laura, faço uma maquiagem leve com uma sombra num degradar entre roxo e verde e dou a ela um batom cor de boca. Já na Andreia eu uso azul, lilás e roxo. Decido exagerar mias nos seus olhos, já que seus óculos cobrem um pouco. Um brilho igual ao meu e fim. Elas ficaram lindas. Eu "ganhei" toda essa maquiagem num desfile que meus pais patrocinaram e me colocaram para desfilar para aprender ser uma dama. Claro que isso não adiantou, e nem as aulas de balé que eu matava para ir no playground com tia Carla ou as aulas de etiqueta que quase mato a professora em um acidente com um garfo de sobremesa.

Saímos do quarto e todos estão coloridos. Eu sorrio ao ver que os funcionários estão de boca aberta, não só por nós, mas por toda essa multidão colorida.

Vamos para o Colégio e eu encontro com Samuel.

Todo nosso plano seguiu como imaginamos. Entramos na sala da diretora e colocamos a música. Eu ligo o microfone.

—Hoje é o dia Arco íris, estão todos liberados das aulas e a piscina e a quadra estão abertas!

Aumento a música e saímos o mais rápido possível dali. Estava tudo um caos. Todos gritavam e riam alto. Muita gente dançava e cantava. Comigo não foi diferente. Puxei o Samuel pelo braço e começamos a cantar e dançar.

Estávamos nos divertindo e eu soube que a piscina estava lotada, até os professores entraram na onda. Se não pode com eles, junte-se a eles, disseram.

—Isso foi demais! —Samuel diz.

—Eu sei! —Olho pro lado e a diretora está entrando abismada vendo toda a situação. — Olha só, as coisas vão começa a ficar divertidas.

Ele olha para uma diretora e dá uma gargalhada forte. O som da sua risada me faz sorrir.

—O que está acontecendo aqui! Todos vão trocar de roupa agora e vão pra suas salas! —Ela grita.

Eu chego perto dela.

—Ué, diretora, mas foi quem você escreveu hoje o dia Arco íris! —Grito por cima da música.

Pego um folheto que estava no chão, amasso e jogo para ela, viro as costas e continuo dançando, mas a olhando.

Ela lê o folheto e parece muito irritada.

Ela corre para sua sala e de repente uma música acaba.

—Tudo que é bom dura pouco — Samuel murmura.

—ATENÇÃO ALUNOS, ISSO TUDO FOI UMA BRINCADEIRINHA DE MAU GOSTO ... TROQUEM ESSAS ROUPAS, SAIAM DA PISCINA E VÃO PRA AULA! —A diretora grita no microfone. —E a senhorita Luna Santiago e o Senhor Samuel Reis podem vir a minha sala, por favor.

Eu e Samuel nos olhamos e rimos. Vamos à sala da diretora e ela está bufando.

—Olá querida diretora, posso saber por que me chamou aqui? —Digo dando um sorriso falso.

—Você sabe muito bem ... vocês sabem! -Ela diz claramente irritada.

—Ah ... não sabemos, não — Samuel diz.

Ela respira fundo.

—Eu quero saber quem foi que armou toda essa ... coisa de dia arco Íris!

—Ah, não foi à senhora? No folheto tinha a sua assinatura ... ah, eu entendo, é a idade não é mesmo? —Falo com a mão no peito e uma voz de pena enquanto Samuel reprime uma risada ao meu lado.

Ela bufa.

—Eu sei que foram vocês.

—Prova. —Samuel diz.

—Se você me expulsar eu posso assumir a culpa sem problemas ... —Eu começo.

—Você.não.vai.ser.expulsa. —Ela diz pausadamente. —Vão trocar de roupa e voltem a suas salas, e Sam, eu vou revistar seu quarto as nove da noite.

—Mas eu achei que era proibida uma pessoa do s**o oposto no dormitório depois das oito. —Digo cinicamente.

A respiração dela fica mais rápida e seu olhar em mim é fixo.

—Eu vou as seis então, garota.

Eu me levanto e antes de ir embora falo:

—Não se esqueça de deixar a porta aberta.

Faço uma saída triunfal.

Espero Samuel do lado de fora e vamos ao prédio dos dormitórios juntos. Nós rimos e conversamos sobre a cara que a diretora fez quando eu disse que eram proibidas pessoas do s**o oposto no dormitório após as oito.

Nós trocamos de roupa e nos encontramos em frente ao prédio das salas.

—Então, qual vai ser nosso próximo passo? —Ele pergunta entrando na minha frente.

—Esperar. —Falo passando por ele.

Ele corre para me alcançar e se põe na minha frente levantando as sobrancelhas.

—Como assim?

—A maior virtude do ser humano é a paciência — Digo.

—Fala à garota que nunca leva desaforo para casa.

—É sério, temos que dá um tempo de pelo menos uma semana se não quisermos ser pegos na nossa próxima ... aventura. —Falo e pareço tê-lo convencido.

—Tá, mas me procura no intervalo, eu quero te apresentar aos meus colegas de quarto, eles estão loucos pra conhecer a nova garota problema.

—Vai ser um prazer, agora vamos pra aula de Química! —Digo levantando os braços.

Ele ri e vamos para nossa sala.

Como nós ocupamos boa parte da manhã, logo chegou ao intervalo e eu fui com Samuel encontrar seus amigos.

Nós chegamos a uma mesa com garotos muito bonitos! Tipo, muito mesmo!

Samuel vai para o lado deles e eu consigo comparar.

Samuel é o mais bonito, mas os outros não saem perdendo.

—Gente essa é a Luna, Luna esse são Tiago e Rafael.

Tiago é um garoto mais baixo que Samuel, ele tem olhos lindos e um cabelo escuro e extremamente curto. Rafael tem o cabelo castanho, seu cabelo é como aqueles surfistas que vemos na televisão. É ondulado e um pouco volumoso.

—Olá! —Digo.

—-Cara, quando você disse que ela era bonita aplicação de dizer que ela é tipo ... uau! —- Tiago simulando uma explosão com as mãos.

Eu levanto uma sobrancelha para o Samuel.

—Você disse pra eles que eu sou bonita?

Ele fica parecendo um pimentão.

—Eu posso ter comentado.

Rafael começa a rir feito louco.

—Comentado? Luna, ele não parava de dizer o quanto seus olhos são bonitos ... mas realmente ele não estava exagerando.

Eu sorrio para o Samuel e me sento com os garotos.

—Então, já que nos conhecemos, que tal uma festinha? —Eu pergunto.

—Não podemos dar festas — Rafael diz.

—Vocês não podem agora EU tenho uma espécie de passe livre já que não pode me expulsar, a gente se vê no quarto de vocês depois do toque de recolher. —Eu falo e me levanto.

Antes de ir embora, pude ver o sorriso de Samuel.

Eu vou para o Jardim e ligo para o Kaio.

—Pimentinha, e aí, já conseguiu ser expulsa dai?

—Não, pelo visto vou ficar mais algumas semanas, tem algumas pessoas legais aqui.

—Hum, tem garoto nessa jogada, não é?

—O que? Claro que não. Eu sou Luna Santiago, não me apaixono, brinco com corações alheios—Digo brincando. Ouço a risada de Kaio por ter ouvido esse discurso milhares de vezes.

—É claro que é, eu to com saudades, mas agora eu tenho que ir, até mais.

—Tchau, Kaio.

Me pergunto o que Kaio tem pra fazer de tão importante. Ele não trabalha, nem estuda... é um vagabundo. Vive às custas da gorda conta bancária que o pai sustenta, bebendo, saindo, comprando coisas s*******o e ficando com inúmeras interesseiras.

Me levanto e vou pra minha próxima aula