Capitulo 2

2265 Words
Capitulo 2 Eu acordo com o barulho da porta batendo. Olho ao redor e não tem ninguém. Pego meu celular para ver a hora e estou atrasada para a primeira aula. Ótimo! As garotas devem ter acabado de sair e como eu não sou uma figura muito simpática, elas acharam melhor não me acordar. Me levanto e tomo um demorado banho, visto o uniforme que é uma calça frouxa azul e uma blusa Branca grande. Amarro meus cabelos em um r**o de cavalo e vamos lá. Faço todo o caminho até o prédio onde fica como salas o mais lento possível até que chego à porta do laboratório de Química. Eu entro e todos olham pra mim. —Você está atrasada.-O professor que mais parece um cientista louco diz. Ele tem o cabelo bem r**m. Do tipo que já foi um cacheado sedoso um dia, mas por falta de cuidado, está quebradiço e cheio de pontas duplas. Ele tem olhos escuros e tantos pelos no corpo que o compare na hora com Toni Ramos. —Eu sei. —Dou um sorriso falso a ele. —Que não se repita. Sente-se. Vou até o único lugar disponível em uma bancada ao lado de um garoto e ... —Ah não, você? -Eu digo enquanto aqueles olhos azuis me encaram com um sorriso divertido no rosto. Agora posso ver que ele é até bonitinho. Tem covinhas e tudo. Ele não é aquele loiro apagado, como eu. Ele sem sobrancelhas mais escuras que o cabelo, e a barba que cresce quase invisível parece ser da mesma cor. —Para começar a achar que você está me perseguindo. —Ele diz com um sorriso brincalhão. —Não gaste seus neurônios pensando sobre isso. —Falo e ele levanta as sobrancelhas para mim. —Os dois! Parem de conversar! Como eu estava dizendo antes, uma pessoa que está na mesma bancada que você será seu parceiro o resto do ano. Eu olhei para o garoto de olhos azuis e revirei os olhos. Não por ele ser meu par até o fim do ano, afinal, se tudo ocorrer como planejado, eu não vou ficar aqui tanto tempo assim. Revirei os olhos pois quando olhei para ele, estava bocejando como estudar se fosse a maior perda de tempo. A aula termina e agora é geografia.  Entro na sala e percebo o garoto de olhos azuis entrando também. Mas será possível que ele faça todas as minhas aulas? E eu preciso saber o nome dele logo, pois chama-lo de garoto de olhos azuis é um tanto infantil. Talvez um pouco poético para os românticos, mas eu não sou romântica. Então é i*****l. Após mais uma aula a campainha do intervalo toca. Então surge a voz da nossa querida diretora falando para não fazer bagunça. m*l ela sabe que bagunça é meu nome do meio. Eu entro no refeitório e pego minha comida. Olho em volta. Todas as mesas estão ocupadas. Vou ter que me sentar com alguém. Eu vejo a Andreia de longe e ela acena para mim. Vou a sua direção e sento-me à mesa dela. —Gente essa é a Luna, a gente divide o quarto. Na mesa tem dois garotos, uma garota de cabelos pretos que eu vivo esquecendo o nome e uma garota de cabelos castanhos com uma mecha verde. Todos me cumprimentam. Descubro que o nome dos dois garotos são Daniel e Ruan. Daniel é alto e têm os olhos e cabelos pretos, Ruan tem os cabelos castanhos e os olhos claros. E a garota de mecha verde é Cristina, do segundo ano. —Então Luna, o que você quis dizer com "Não vou ficar aqui por muito tempo"? —A garota de cabelos pretos diz. Acho que é Laura o nome dela. —Odeio essa escola, vou fazer de tudo para ser expulsa, mas parece que a diretora é amiga do meu pai e vai fazer tudo para mim prender aqui. —Então você vai ficar aqui um bom tempo, se ela disse que vai te prender aqui, ela vai. —Laura fala dando uma garfada no seu macarrão de ontem. —É, você não conhece a diretora, não sabe como ela é -Ruan diz. —Não, ela que não me conhece. Ruan abre um sorriso. —E o que a garota problema vai fazer pra sair dessa escola? —Ruan pergunta. —Obrigado por me lembrar, tenho que fazer uma ligação. Me levanto, fazendo uma nota mental para comer o dobro no próximo intervalo, e vou até o jardim do Colégio. Hoje de manhã eu passarei por aqui e prometi a mim mesma que viria ver. Parece ser a única coisa que me agrada nesse fim de mundo. Eu sempre fui apaixonada por natureza. Jardins, paisagens, mas nada supera um lindo céu estrelado. Pego meu celular e ligo para o Kaio. - Pimentinha, quanto tempo . -Kaio diz. Kaio é meu melhor amigo, a gente vivia se metendo em encrencas juntos e eu sei que ele é uma única pessoa que iria fazer o que vou pedir. —Kaio, eu preciso de um favor, vou mostrar para esse diretorazinha de m***a quem manda nesse Colégio, pode me arrumar tinta spray? - Se for pra você voltar, eu faço, chego aí em uma hora, me espera aí fora. Eu sorrio. —Obrigada, Kaio. Desligo o telefone. Deito-me em um banco de praça e olho pro céu. Até que o sinal pra ir pra aula grita em meus ouvidos. Antes de entrar, dou uma fiscalizada na saída. Os portões estão apenas encostados e não há ninguém por perto. Será que não tem segurança no portão? Algo que notei nessa escola é a baixa fiscalização, ouvi falar que essa é uma escola renomada de alunos bem-educados e eles tentam fazer o aluno se sentir em casa em vez de uma cadeia, então há pouquíssima fiscalização. Ou talvez ninguém tenha tentando sair antes. Talvez ninguém como Luna Santiago tenha passado por aqui antes. Acredite se tivesse, esse portão seria trancado a sete chaves, pois garanto que vou aparecer-lo muito. Volto para aula. Aula de Física. Vou pra sala de Física e novamente o garoto de olhos azuis está na minha sala. Ruan também faz essa aula comigo então me sento no lado dele. -Vai me contar seu plano? -Ele pergunta. Eu sorrio. —Amanhã de manhã você vai ver. A aula começa e eu presto atenção. Embora eu tenha um ótimo talento para tocar o terror, sempre fui uma aluna nota 10. Eu sei que se eu estudar vai ser mais rápido para me livrar dos meus pais, então minhas notas são sempre as melhores. Na minha antiga escola, eles não podem me expulsar já que eu aumentava o índice do ensino da escola em tipo 60%. Então eles sempre relevavam minhas gracinhas. Depois de aula de matemática, mas eu não fui pra sala, fiquei esperando Kaio até que seu carro entrar no estacionamento, que por sinal, não tinha ninguém. —Demorou! -Eu digo. —Ei pimentinha, não sabia que era tão longe. —Ele diz dando o melhor sorriso. Kaio é alto e bem mais velho do que eu. Até hoje pergunto para ele como é aguentar uma adolescente na vida dele e ele apenas diz que sou a irmã dele e irmãos tem que aguentar um ao outro. —Que seja, trouxe? -Pergunto. —Aqui. Ele me entrega duas latas de tinta spray, uma rosa e outra preta. Ele me conhece. Gosto de usar rosa nas minhas gracinhas. Gosto da ideia de uma cor tão delicada e tradicionalmente sendo representada por uma figura feminina e doce (o que eu acho uma coisa ridícula, cor não definir s**o, não definir personalidade), e assim vê-la em atos nada doces e delicados. E numa garota nada doce e delicada. —Obrigada, você é muito incrível! —Falo e Pisco. Ele ri me dá um beijo no rosto e vai embora de fininho. Coloco as latas na mochila e vou para minha próxima aula quando uma mão puxa meu braço. —O que é isso? —Eu pergunto indignada. O garoto de olhos azuis me encara. O que ele faz aqui? Como ele chegou tão perto e eu não o vi? —Você não pode fazer isso. —Ele diz como se soubesse exatamente o que vou fazer com essas latas de tinta. —Fazer o que? —Digo sínica. —O que está tentando fazer pra minha ... diretora. Eu rio. Gargalho na verdade. Quem ele pensa que é para mim parar? —Sua diretora? Agora que eu vou fazer mesmo. Viro as costas e vou para minha aula de história. E adivinha quem também faz essa aula? Após as aulas, eu fui para o meu quarto e as garotas estavam lá. Resolvi tirar uma soneca antes do meu primeiro ato. Eu sempre fui fã de dormir. Acordo meia noite e meia. Visto uma roupa confortável para se mover e pego minha mochila com as latas de tinta. Abro a porta devagar. O inspetor já deve ter entrado para o quarto dele. Em silêncio eu consigo chegar até a sala da diretora. Pego a tinta rosa e escrevo frases no corredor. 20 minutos depois o corredor estava cheio e frases como: A diretora fede. A diretora não manda em mim. A diretora tem cara de poodle. Eu quero ir embora desse inferno. A diretora sabe muito bem quem fez isso.  A diretora não vai fazer nada a respeito. Ok, são frases infantis, mas quero começar com algo leve, apenas para testa-la. Quando estou colocando o último ponto, alguém me empurra. —Eu disse para você não fazer isso — O garoto de olhos azuis aparece me assustando. Como diabos ele entrou aqui? Ele está me seguindo? —Eu sei, é por isso que eu estou fazendo. —Digo e volto a pichar. Ele respira fundo furioso. —Você não entendeu, amanhã o subintendente vai vim e se ele ver tudo isso, vai demitir a diretora. Eu sorrio. —É tudo que eu mais quero ... mas por que defende tanto a diretora? —Não importa, mas se ela sair, eu vou ter que sair também, eu não gosto tanto assim dela, sério, se fosse outro dia qualquer, eu estava te ajudando. —Ele diz olhando para minha obra prima. —Eu trabalho sozinha. Ele revira os olhos. —Só me ajuda a limpar isso antes que nos peguem aqui. Ah, coitado. Essa é a intenção. Hoje quero ser pega. Eu viro as costas e vou embora, mas dou a cara com a diretora. —Samuel, o inspetor disse que você saiu do dormitório ... o que está acontecendo aqui? Por que você está com ela e por que essas frases estão pichadas no corredor? Samuel, não acredito que você juntou sua mente diabólica com a dela para o m*l! —Foi tudo eu, já pode me expulsar. —Eu digo sorrindo. —Não vou te expulsar, Luna, você vai pegar um pano e limpar tudo isso e amanhã de manhã se isso não tiver brilhando, você vai ter que lavar a louça da cantina por uma semana. Ela não pode fazer isso! Isso é trabalho e*****o! —Não! Para você ficar sabendo, a época da e********o já passou, então se me der licença, eu vou dormir. —Não dou licença, não, pode ir pegar o pano, pois eu posso fazer isso e vou! E você-Ela diz olhando pro garoto de olhos azuis— Ajude ela, você sabe muito bem que o subintendente vai vir amanhã e mesmo assim participou de tudo isso. Ela dá às costas e vai embora. —Obrigado! —Eu grito sarcasticamente ao Samuel. —Eu não fiz nada! Tentei te avisar e agora eu me ferrei! —Que seja! Ele vai até o quarto do zelador, tira uma chave do bolso e abre. —Você tem uma chave? —Eu tenho uma cópia de todas as salas desse Colégio, menos dos dormitórios. Esse garoto vai me ser mais útil do que eu imaginei. —Interessante ... quando o tal do subintendente vai embora? —Amanhã mesmo. Eu dou um sorriso perverso. —Tem planos para amanhã à noite? Ele sorri. —Estou livre. —Ótimo, vamos usar um pouco de cultura para esse Colégio. Ele ri. Pegamos alguns produtos de limpeza e uns panos. Começamos a limpar. —Então quer dizer que você era a mente diabólica do colégio? -Digo imitando a voz da diretora Ele se faz de ofendido. —Ei, eu ainda sou, mas tenho um código de honra, prometi a diretora, uma trégua quando o subintendente aparece. —Mas meu querido Robin Wood, eu não prometi nada ... e foi ótimo ver ela toda descabelada gritando com a gente.-Falo. Já li a história do Robin Wood diversas vezes, não tem nada a ver com Samuel, mas essa coisa de código de honra me lembrou ele. Ele ri. —Foi mesmo ... Então, me fala de você. Eu o olho pelo canto do olho. —O que quer saber? —Por que veio parar aqui e por que quer sair? —Eu odeio meus pais e odeio esse Colégio. Simples assim. E você, por que não quer ir embora? Ele faz careta. —No começo eu queria, até consegui fazer com que tirassem as seguranças dos portões, mas vi que aqui ninguém me julga por ser o garoto problema e eu fico perto da minha mãe ... Ela trabalha aqui. —Ah, então garoto problema, a gente vai se dar muito bem, já que problema é meu nome do meio. Ele ri. —Você não é uma patricinha.-Ele simplesmente solta. Olho indignada para ele. —Eca! Claro que não! Por que achou isso? —Quando te vi pela primeira vez, você é loira e ficou irritada porque derrubei seu celular rosa, minha mãe me falou que você viria e me colocou em todas as suas aulas, ela acha que nós dois poderíamos ser amigos e aí seria mais fácil de detectar nossos futuros planos malignos. A mãe dele deve ter certa influência aqui na escola. —Cor de cabelo não define personalidade e eu não pedi para ser loira, e é por isso que eu te vejo em todo lugar? Sério, eu estava achando que era castigo ... você disse futuros planos malignos? Sua mãe é inteligente! Ele ri. —Depois a gente planeja alguma coisa para compensar essa noite, agora vamos limpar isso. Eu sorrio e limpamos tudo. Ele me deixa no meu quarto até o inspetor aparecer. Ele dá uma bronca em nós dois e me dá uma advertência. Eu agradeço ao inspetor com um sorriso enorme, o fazendo ficar furioso e me despeço do Samuel. Entro no meu quarto e me jogo na cama exausta       
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