Capitulo 5
Eu, Luna Santiago, a garota problema que todos mantêm distância, nervosa por causa de um garoto. UM GAROTO! Eu já fiquei com homens, caras mais velhos (não foi uma boa experiência), especial me interessava por alguém da minha idade, esse garoto de 17 anos me deixa nervosa
—Sobre o que você quer conversar? —Ele pergunta.
Penso um pouco. Eu o conheço há o que? Dois ou três dias? Não tenho tanta i********e para pergunta algo íntimo. Se bem que acabei de perguntar se ele era virgem. Melhor esquecer isso, se não, daqui 8 anos eu vou ir dormir e esse momento vergonhoso vai vir na minha cabeça e eu vou passar horas acordada pensando como que pude ser tão inconveniente.
—Como são seus pais? —É a primeira coisa que me vem à cabeça.
—Meu pai é um homem calmo, me criou até os 15 anos, ele me ensinou muitas coisas boas. Minha mãe é uma mulher ... difícil de lidar, ela deixou meu pai quando eu ainda era um bebê e 15 anos depois apareceu e me trouxe pra cá. Jurei a mim mesmo que enquanto eu poderia tocar o terror nessa escola, eu faria ... e seus pais?
Quando eu estou com ele, sinto um livro aberto, tenho vontade de contar tudo a ele. É estranho, pois senti o mesmo com Kaio.
—Meus pais me odeiam tudo por causa de um m*l-entendido de infância ... —Eu conto a ele toda a história com meu irmão. —Aí eles me mandaram pra cá com a esperança de que a diretora me desse jeito e eu quero ir embora e provar que nada que eles façam vai me dar um jeito.
—Nossa isso é ... triste, sinto muito por seu irmão.
—Eu também.
—Se serve de consolo, nossas vidas agora não são muito diferentes ... a diferença é que eu não quero ir embora. - Ele diz sentando no chão.
Sento ao seu lado e o olho. É enigmático o jeito que ele me olha. Não são muitas as pessoas de olhos tão azuis que conheço e quando ele me olha, não consigo parar de encarar sua Iris. Mesmo os olhos claros, ele me olha de um jeito escuro. É difícil explicar.
—Eu também não ... quer dizer, ainda quero irritar meus pais, mas isso pode esperar um tempo, eu conheci pessoas que não se afastaram de mim ... antes, eu só tinha um amigo, e ele é bem mais velho que eu ... e agora tem as garotas, os garotos e você, meu parceiro de crimes.
Ele ri.
—Fico feliz que se sinta assim.
Nós sorrimos um para o outro. Pela primeira vez, eu não sinto raiva ou culpa. Parece que tudo que aconteceu comigo no passado, simplesmente virou fumaça.
Finalmente abrem a porta.
—Ah, eles não estão se beijando! Todos vocês estão me devendo 10 reais. —Tiago fala olhando para trás.
—Vocês apostaram? —Eu digo saindo do banheiro.
-Um presunto. —Tiago murmura.
Ah garoto, agora tu me paga.
Eu me aproximo dele e ele fica confuso. Em um gesto rápido eu agarro sua camisa e o encosto na parede.
—Na próxima vez que você fizer algo parecido com isso, suas bolas vão estar penduradas no seu nariz, estamos entendidos?
—S-sim. —Ele gagueja, o que não é nenhum pouco compressível, Tiago é muito maior que eu e poderia me nocautear com dois socos, se ele tinha a sorte de me acertar, claro.
Eu o largo.
—Ótimo! Que horas são? —Pergunto.
—Quase quatro. —Laura diz.
—Ta tarde, precisamos voltar, se nos pegaram estaremos fritas! —Andreia diz
—Relaxa, daqui uma hora e meia vamos poder circular por aí, então vamos fazer alguma coisa pra passar o tempo. —Eu digo.
Nós juntamos as três camas e todos nos deitamos. Eu estou entre o Samuel e a Laura. Ficamos conversando e coloco meu celular para despertar às cinco e meia.
Me encosto no ombro do Samuel e ele afaga meus cabelos até que durmo.
Acordo com o despertador. Eu estou deitado no peito do Samuel, ele está dormindo como um anjo. Nem parece uma bagunça que é acordado.
Eu acordo as garotas e saímos de fininho do quarto deles.
Eu agradeço a Deus silenciosamente por nossos quartos serem no mesmo andar e vamos para o nosso quarto, mas quando estamos atravessando o corredor da divisa, vejo o inspetor. Ele está cochilando em uma cadeira, tentamos passar sem ele nos ver, mas ele acorda.
-Mas será possível? Vamos pra sala da diretora agora! —Ele diz m*l-humorado por termos atrapalhado seu sono.
—Se o senhor não percebeu, são quase seis horas da manhã, estamos dentro das normas dessa escola!—Eu digo cruzando os braços.
—E o que foram fazer a essa hora no corredor masculino?
—Não lhe devo satisfações, mas já que estou com bom humor, eu fui buscar um remédio para cólica que eu havia esquecido com meu amigo, então se me der licença, eu vou para o meu quarto descansar e pensar em uma maneira rápida de m***r um inspetor. —Digo virando as costas para ele e indo para o nosso quarto.
As garotas riem da cara que ele fez quando me esbarro em alguém.
—Ta cega? —Eu pergunto a loira tingida que me trouxe ao meu quarto no primeiro dia.
Ela me examina da cabeça aos pés.
—Ei, você é a novata que anda com o Sam! O que estava fazendo vindo do corredor masculino... Ah eu não acredito! —Ela coloca o dedo na minha cara—Sé você encostar no Sam...
Eu pego seu dedo e o torço enquanto ela grita.
—Olha aqui garota, por acaso eu não vi uma coleira no Sam com seu nome nela, e preste muita atenção com esse seu dedinho podre aqui se não quiser ir atrás dele a dois palmos do chão.
Ela me olha com sangue nos olhos.
—EU VOU FAZER DA SUA VIDA UM INFERNO!
A v***a ainda é escandalosa.
—Boa sorte com isso, minha vida já é um inferno, e você é o capeta que me atormenta.
Solto o seu dedo e a empurro, passo por ela e finalmente entro no meu quarto e durmo a manhã toda.
☆☆☆☆☆☆
A semana passou rápido, logo já era quinta de novo. Essa semana foi muito divertida. Eu e Samuel temos feito algumas brincadeirinhas lights. Pelo menos para nós, já a nossa professora de história, passou dois dias para conseguir tirar a tinta rosa do cabelo. Foi muito hilário.
Laura, Andreia, Ruan e Daniel, sentam comigo e os meninos agora. E ficar perto da Laura e do Tiago está insuportável, os dois não param de se beijar um minuto. Ontem eu disparei o alarme de incêndio do Colégio de tão entediada que eu estava de olhar para os dois. E é claro que não fui pega.
Uma coisa sobre mim que todos que me conhecem sabem: Eu só sou pega, quando quero que me peguem.
Ta certo que fui pega na minha primeira travessura aqui, mas foi culpa do Sam.
Hoje eu e ele vamos botar a segunda fase do nosso grande plano em prática.
Passamos a semana inteira para conseguir, mas deu certo. Temos tudo o que precisamos e será executado hoje, após o toque de recolher.
Eu estou na minha última aula do dia com o Sam ao meu lado.
Eu tento prestar atenção na aula quando um papel para na minha mesa, eu o abro.
Me encontra no Jardim depois da aula. Bjs. Seu parceiro de crimes.
Eu sorrio e rabisco um bilhete de volta.
Eu só vou porque eu amo o Jardim e você vai levar brigadeiro pra mim. Bjs. Sua parceira de crimes chocólatra.
Eu mando para ele e ele ri com o que eu escrevi.
O sinal toca e todos saem feitos loucos da sala. Procuro pelo Samuel, mas não o encontro, então vou para o Jardim.
Quando chego, me deito no banco e fico olhando para cima, até fechar os olhos.
Eu escuto passos.
—Você demorou—Falo ainda de olhos fechados.
—É porque alguém me pediu brigadeiro e eu tive que flertar com a mulher da cantina... de novo.
Eu sorrio. Não é que ele trouxe?
—O que importa é que você trouxe!
Me levanto num pulo e pego o brigadeiro da sua mão.
—Um obrigado iria bem. —Ele diz me olhando.
—Obrigada—Falo com a boca cheia de brigadeiro. —Então...por que me chamou aqui?
Ele sorri.
—Eu comprei uma coisinha especial pro nosso plano não ter falhas e queria te dizer em um lugar onde ninguém pudesse nos ouvir.
—Você poderia ir ao meu quarto, ué.
Ele ri.
—Não, eu gosto daqui.
Eu sorrio com brigadeiro nos dentes.
—Eu também.
Ele ri. Seu olhar é malicioso. Não aquele olhar s****o que ele sempre tem, esse tem algo mais, ligado com seus pensamentos.
—Ta, eu comprei uma máquina que faz cópia, assim não vamos correr o risco de sermos pegos na copiadora do Colégio.
—Legal!...Sabe, eu não entendo por que ninguém vem aqui. É o lugar mais bonito dessa escola. —Falo me referindo ao jardim.
—Por causa de uma coisa que aconteceu há uns seis ou sete anos atrás —Eu o olho curiosa—Parece que uma garota matou o namorado e a amante aqui e depois se matou, mas dizem que os espíritos deles ainda vagam por esse mundo, mais especificamente aqui no Jardim, buscando casais felizes para m***r.
Essa é nova.
—Como se eu acreditasse nesse monte de baboseira.
—Bom, é o que dizem... e minha mãe trabalhava aqui ainda na época, ela disse que a história realmente aconteceu, mas ela não acredita que os espíritos deles estejam aqui.
Outra vez ele cita sua mãe.
—Quando vou conhecer sua mãe? —-Pergunto.
—Ahn...
—Gente! Aí estão vocês, nós estamos indo pra piscina, vão querer ir? —Laura pergunta com o Tiago ao seu lado. E Sam foi salvo pelo gongo.
Eu olho pro Sam.
—Daqui a pouco! —Ele grita.
Ficamos conversando mais um pouco e fomos para a piscina. Samuel não me falou sobre sua mãe, melhor eu perguntar a noite.
Chegamos à piscina e a loira falsificada está lá. Ninguém merece.
—Sam! Senta aqui! —Ela grita acenando.
—Não, Celeste! —Ele diz como se fosse acostumado a dar foras e foras nela.
Pera. Essa é a Celeste? A garota que o Sam namorou no primeiro ano?
Ah, v*******a!
—Vem logo Sam, deixa essazinha, aí! —Ela diz com a vozinha de taquara rachada.
Aí está a deixa que eu precisava para dar na cara dessa víbora de salto.
-Essazinha é seu r**o! Cala sua boca antes que eu te deixe do avesso! —Falo indo até ela.
—Se manca garota! -Ela diz para mim. —Sam me quer. Ele vai se cansar de você e vai me querer de novo!
Eu vou até ela preparada para dar um soco daqueles, mas Sam me segura.
—Você não sabe do que eu quero ou não quero Celeste, então dobre sua língua pra falar da Luna! —Ele diz.
Ele me leva para longe dela.
—Por que fez isso? Eu tinha tudo sobre controle! —Digo.
—Eu sei, mas esse seu controle iria te levar a sala da diretora, e temos planos para a noite, esqueceu?
Eu tinha que admitir, a louca da Celeste não valia perder nossos planos para hoje.
—Vou te perdoar só dessa vez, mas nunca lute uma briga por mim. —Eu sempre dizia isso para Kaio. Ele tinha a mania de me proteger, era fofo, mas eu gosto de ter tudo sobre controle, gosto de me sentir superior. Eu me sinto bem quando conquisto ou ganho algo. Não gosto quando me tiram essa oportunidade.
—Ta. —Ele disse após alguns segundos, como se cogitasse a ideia.
Ele sorri e eu sorrio de volta. Em instantes estamos rindo disso tudo até a barriga doer e Sam aproveita a situação para se aproximar. Meu coração parece aumentar ao ver seu sorriso tão de perto. Seus lábios estão rosados e me implorando por um beijo. Ficamos tão próximos que seu nariz encosta no meu, e a essa altura eu já estou fora de mim.
—Eu... tenho que ir. —Digo lutando contra meus sentidos e meu coração.
Vou para o meu quarto e me deito na cama pensando no que quase aconteceu. Eu fui uma i****a gaguejando e dando as costas para Samuel, eu não fujo dessas coisas. Eu enfrento. Eu sempre enfrento tudo, caramba, por que fiz isso?