A ansiedade batia em meu peito. Eu não podia perder essa oportunidade. Quando adentrei o bordel, ele estava lotado. A música ecoava pelo ambiente. Mulheres dançavam no poli dance. Homens bebiam e fumavam. Usavam coisas ilícitas, na qual eu já tinha visto diversas vezes. Não posso me fingir de santa.
Eu nasci dentro da máfia e sabia exatamente o que acontecia em lugares assim. Bem, isso era o de menos comparado a toda a sujeira que vinha com o tráfico e a exploração. Eu, naquele momento, tinha que me concentrar na figura de Dante, que levantou e foi em direção ao corredor.
Com luzes neons e salas separadas, ele estava com uma aparência cansada e seu rosto estava furioso. Mesmo de longe e no meio de todas aquelas pessoas, eu conseguia uma aparência. Eu, então, fixei meus olhos nele e eu segui.
Eu estava indo em direção ao corredor. Passei por pessoas, mulheres e garçons que distribuíam tanto bebidas como outras coisas. E eu subi poucos degraus para conseguir alcançar a área VIP onde eles estavam. Passei por lá e, sem tirar os olhos de Dante, prossegui o meu caminho. Meu coração estava na mão, minha mão suava e a ansiedade batia em meu peito.
Minha respiração estava tão acelerada que parecia que estava ofegante. Mas antes que eu pudesse alcançá-lo, alguém puxou o meu braço.
Olhei para a pessoa e encontrei o rosto da mulher linda, o qual eu já havia encontrado algumas vezes quando vim aqui. Apenas para investigar o local, eu ver o dono dele. A mulher de cabelos ondulados, olhos verdes, tinha braços fortes, um batom vermelho nos lados, que já era característicos dela, e um corpo escultural. Ela me olhou fixamente e perguntou:
- O que está fazendo aqui?
Eu fiquei muda por alguns minutos, então puxei meu braço e, tentando ser a menina que eu queria ser, forte e determinada, respondi a ela.
- Vim resolver um assunto pessoal.
Falei, pensando em dar um passo adiante, mas ela entrou em minha frente, interrompendo-me e falou:
- Acha que eu não sei o que você está querendo fazer? Já vi você aqui, sei o que exatamente quer. Indo em direção a esse corredor.
Eu respirei fundo, revirou nos olhos e falei:
- Eu já disse que é um assunto pessoal, saia da minha frente ou...
A mulher então riu, debochando de mim e falou:
- Ou o que? Eu sou a responsável por esse lugar, sou eu quem vai te expulsar daqui.
Então, ela novamente agarrou meus braços, me encarregando para longe dali. Aquela era minha oportunidade, se eu não falasse o que vinha falar para Dante, o pior iria acontecer. Mas, por obra do destino, alguém nos parou no meio do caminho, impedindo que a mulher continuasse me encarregando dali.
Novamente puxei o braço, ela conversava com alguém irritada e aproveitei esse momento para correr. Correr em direção àquele corredor, prestando atenção na porta de que Dante havia aberto.
Eu fui até lá o mais rápido possível, para que aquela mulher não voltasse e me impedisse. Então, eu abri e entrei, o homem de ombros largos estava de costas e não esperava pela minha entrada em uma estrada.
- Eu quero ficar sozinho, Olivi... – Então ele virou e olhou em meu rosto. Fechei a porta e dei um passo até ele. Confesso que estar tão próxima dele me deixou bastante nervosa. – você....
- Dante, preciso da sua ajuda e sei que você também precisa de mim. – Meus olhos cheios de esperanças encontraram uma expressão séria e irritada.
- Saia do quarto. – Disse, duro.
- Não! – Bati o pé. Quero ser uma mulher determinada, então, nada vai me impedir de falar e enfrentar esse homem. – Como eu disse, precisamos um do outro, e acho que vai gostar de fazer uma aliança comigo.
Ele riu de deboche.
- Menina, não tenho tempo para jogo. – Cerrou os olhos, dando passos até mim. Ele, a cada passo em minha direção, me intimidava. Parecia que eu o temia mais do que meu pai, o homem que destruiu a minha vida. – Saia antes que eu a arraste até a porta.
- Sou Ava Ford, filha, mesmo que não querendo, de Logan Ford, seu inimigo declarado – Dante arregalou os olhos. Vi os micros expressões de raiva surgindo em seu rosto, o que me deixou congelada, e impedindo que ele fizesse algo contra mim, eu disse: - Você o odeia, e eu, mais ainda. Quero ele morto, e ele quer o Norte. Tenho informações que serão boas e vantajosas para seus negócios, tudo o que peso em troca é que você o mate.
Suas mãos em punho, em frente ao meu rosto, quase me tornou um grau pequeno. Ele estava furioso. Seus olhos queimavam como fogo e ele disse, com aquela voz grossa e imponente:
- Isso é alguma piada?
- Não, eu realmente sou filha do demônio. Ele vai matar seus homens, amanhã, na frente da boate FEAT, Jason está à frente desse ataque. Eu quero me livrar desses dois. Vai poder ficar com a cidade só para si, então, temos um acordo?
Me surpreendendo, ele colocou-me contra a porta e bateu nela, com tanta força que quase tudo naquele quarto, tremeu. Eu virei o rosto, achando que ele me machucaria. Tentei não deixar obvio o meu medo, e o encarei, quando nada mais aconteceu.
- Eu poderia matar você, sabia? – Sua boca estava perto de mais da minha. O medo deu lugar para outra coisa, assim que encarei os olhos escuros e sombrios, dele.
- Então estaria perdendo seu maior trunfo. – Dei um sorriso. – Ele matou a minha mãe, tornou minha vida um inferno. Ninguém, mais do que eu, quero a derrota de Logan. Não seja bobo, podemos ser bons aliados.
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