APAIXONADA PELO CAPO

Capítulo 5

Giovanna Narrando

Eu estou aqui parada olhando para o homem a minha frente que nitidamente se percebe que seus olhos mostram escuridão , eu estou muito arrepiada e com medo , mas mantenho a calma e falo.

Giovanna - Do que você está falando ? Qual seria a outra alternativa ? Em nenhum momento ele me deu outra escolha , você estava presente e ouviu tudo o que ele falou.

Vicenzo - A alternativa é simples , você pode me pagar e eu mando matar o seu marido simples assim e você fica livre .

Ele falou isso mesmo ? Eu estou tentando me manter calma mas desse jeito chega até ser impossível. Ficamos nos encarando por alguns minutos como se estivessemos nos confrontando silenciosamente, até que ele fala.

Vicenzo - Estou indo embora se você não gostou da alternativa que eu te dei , tudo bem .

Giovanna - Eu não vou com você , vou ficar aqui.

Vicenzo - Sem problemas.

Ele fala e entra no carro indo embora, e agora o que eu vou fazer ? Para onde eu vou ? Eu não tenho ninguém, nem família. Como eu vou me sustentar ? Como vou viver se nem dinheiro eu tenho e o pior de tudo, como vou conseguir o dinheiro que o Rocco exigiu para abrir mão da Rafaelle ? Eu começo a andar sem rumo , quando vejo um bar de música ao vivo recrutando pessoas para trabalhar , essa pode ser a minha chance, quem sabe eu também não posso dormir aqui no trabalho, eu crio coragem e entro no bar para me candidatar a vaga que eu ainda não sei exatamente qual seria , mas eu aceito qualquer serviço, preciso muito trabalhar. Entrando lá sou recebida pelo o gerente que nem quis saber muito da minha vida nem experiência e logo me levou até a cozinha me apresentando a uma senhora de meia idade. Pelo o que entendi que o gerente explicou nós vamos fazer o trabalho mais sujo e pesado, mas eu não me importo , eu preciso trabalhar.

Rosa - Prazer , sou Rosa.

Giovanna - Giovanna.

Eu falo dando um sorriso e o gerente pergunta.

Gerente - Vai precisar de moradia ?

Giovanna - Sim , por favor.

Gerente - Eu vou voltar a trabalhar no recrutamento e a Rosa irá te mostrar o dormitório.

Ele sai e a Rosa me leva até um dormitório bem miserável mesmo , eu olho tudo ao redor e me sento na cama dura com um colchão bem fino , eu penso na minha pequena Rafaelle e começo a chorar, eu preciso conseguir ficar com a minha filha. Eu percebo que a Rosa fica me olhando chorar e fala.

Rosa - Eu não quero ser intrometida, mas porque você está chorando ?

A Rosa me parece uma pessoa muito gentil, eu gostei dela desde o primeiro momento.

Giovanna - Eu estou com saudades da minha filha e para ela ficar comigo eu preciso conseguir 500 mil dólares.

Rosa - Nossa ! É um valor muito alto! Mas você vai conseguir pode ter certeza! Eu também não tenho muita sorte na vida, mas eu nunca perco a esperança e você também não pode perder!

Rosa além de gentil parece muito otimista.

Rosa - Está com fome ?

Quando ela fala isso , minha barriga começa a roncar, eu nem tinha percebido que eu estava com fome.

Giovanna - Estou sim !

Rosa - Vou na cozinha pegar um pão escondido para você é o que eu vou conseguir no momento.

Giovanna - Não tem problema que seja pão, só não quero te prejudicar, é que realmente eu não tenho nenhum dinheiro.

Rosa - Não se preocupa, pode deixar comigo.

Ela sai e por alguns instantes me vem na cabeça, a imagem do homem que vem me salvando desde que a minha má sorte resolveu se aproximar de mim, como ele é bonito, aquele olhar dele, um ar sério e frio que consegue dar medo em qualquer pessoa, mas que me chama muita atenção, mas ao mesmo tempo ele deve ser muito perigoso, pois eu vi o que ele fez com os punks e ainda me sugeriu matar o Rocco, ele não é para mim, melhor eu me manter afastada. Eu fico perdida nos meus pensamentos quando a Rosa entra no quarto com dois pães. Ela me entrega e eu pego.

Giovanna - Muito obrigada mesmo Rosa , eu nem sei qual foi a última vez que eu comi alguma coisa.

Rosa - Pode ficar despreocupada que você não vai ficar mais sem comer, vou arrumar algumas coisas para você , como roupas e produtos de higiene.

Giovanna - Realmente eu não tenho nada.

Rosa - Sua história deve ser bem difícil.

Giovanna - Nós vamos começar a trabalhar agora ?

Rosa - Ainda temos um tempinho.

Giovanna - Então vou te contar a minha história.

A Rosa se senta e eu começo a contar, todos os detalhes, do meu casamento, do meu sonho de ser cantora, da traição do Rocco, da minha pequena e até que eu fui presa, eu começo a chorar pois lembrar de tudo isso me deixa muito triste, em pensar que eu nunca fiz m*l para ninguém e estou sendo retribuída dessa forma, sempre fui uma boa esposa, mãe e dona de casa, sempre recatada, nunca faltei com respeito ao Rocco e agora eu estou aqui nessa situação, sem casa, sem dinheiro, sem nada. Eu terminei de contar tudo para a Rosa que me olha com pena , eu no lugar dela também ficaria.

Rosa - Vai dar tudo certo menina, você é nova, jovem , tem disposição e você pode contar comigo também.

Giovanna - Obrigada por tanta gentileza.

Ela me olha e me dar um abraço .

Giovanna - Rosa você está me vendo nessa situação hoje, mas eu juro que eu vou conseguir me levantar , vou ser uma mulher independente e vou ganhar muito dinheiro, muito mesmo e assim eu tirar a minha filha das mãos daquele canalha do Rocco e daquela vagabunda da Paola.

Rosa - Você vai sim ! Eu tenho certeza disso.

E assim ficamos mais um pouco conversando , naquele quarto horrível, que agora seria a minha casa.

Vicenzo Narrando

Assim que deixei a Giovanna na porta daquele hospital eu vim direto para a empresa, eu sempre fui um homem muito focado, desde que meu pai foi morto eu assumir os negócios da família e a liderança da máfia e ele me ensinou muito bem em ser focado e liderar tudo com maestria, mas o que está tirando a minha concentração é a Giovanna, eu não consigo tirar essa mulher que um dia me salvou da minha cabeça, e o que me intriga é que ela parece não se lembrar de mim. Mas no momento certo ela vai saber quem sou realmente ou simplesmente vai se lembrar. Depois de ficar pensando na Giovanna eu me lembro que preciso fazer uma coisa, eu pego o meu celular e ligo para o meu Sottocapo (Subchefe) da máfia, o Enzo além de ser meu braço direito somos muito amigos.

Enzo - Vicenzo ?

Vicenzo - Enzo preciso que peça para o Marco fazer um serviço para mim.

Marco é o meu Caporegime, ele é o capitão dos soldados, ele comanda e passa as missões para eles que eu ordeno.

Enzo - Qual seria ?

Vicenzo - Quero que você suborne os responsáveis da delegacia do centro e peça para o Marco mandar alguns soldados até lá, quero que eles falem qual a cela que Giovanna Moretti ficou e foi espancada, assim que tiver todas as informações, eles vão entrar e espancar todas as presas que bateram nela. Quero que elas nunca se esqueçam desse dia, elas vão aprender a lição direitinho.

Enzo - Vou falar agora mesmo com o Marco.

Vicenzo - Quero está por dentro de tudo e não quero que nada der errado, assim que a missão for concluída eu quero que me avise, vou ficar aguardando.

Enzo - Ok.

Eu falo e desligo o celular, a minha cabeça começa a doer novamente, eu me levanto e pego uma dose de uísque do meu bar e fico saboreando pensando na Giovanna novamente, eu termino, volto a trabalhar e fico resolvendo alguns assuntos importantes da máfia e da empresa, tenho alguns carregamentos de armas e drogas para receber e não pode atrasar nem dar errado se não será um prejuízo de bilhões, eu começo a entrar em contato com os associados e assim as horas vão passando e quando olho no relógio já está bem tarde. Eu começo a me preparar para ir embora para casa, quando o meu celular começa a tocar, eu pego e vejo que é o Enzo, eu já atendo.

Vicenzo - Oi.

Enzo - Missão cumprida , aquelas presas levaram uma boa lição dos nossos soldados.

Vicenzo - Perfeito , não esperava menos dos nossos homens.

Enzo - Mais alguma coisa ?

Vicenzo - Por enquanto só isso , agora vou para casa tentar dormir.

Enzo - Já te disse para ir ver essa no médico essa maldita insônia.

Vicenzo - Não vou e já está decidido, agora vou desligar , se eu precisar de mais algumas coisa eu entro em contato.

Enzo - Ok.

Eu falo e desligo. E falo pra mim mesmo.

Vicenzo - Prontinho senhorita Moretti já me vinguei daquelas presas que ousaram tocar em você !

Eu me sinto satisfeito com o resultado da missão , termino alguns detalhes no escritório e vou embora para casa.