Há 10 anos…
Ricardo.
Com a chegada do meu aniversário de 20 anos, o momento mais esperado pelos membros da Máfia, que conforme as tradições seria a iniciação de um novo m****o da família.
— Escuta bem o que vou te falar Ricardo, não me faça parecer fraco na frente do Don, ou eu mesmo matarei você!
— Darei o meu melhor pai, e não o desapontarei.
— Vamos logo!
Sem responder, sigo em direção ao galpão onde as fases da iniciação acontecem. Chegando lá, os iniciantes ficam em fileiras de cabeça baixa esperando o Don Damon dar as ordens.
— Iniciantes levantem a cabeça!
Todos obedeceram imediatamente.
Fase um!
— Agora vocês vão mostrar as suas habilidades com torturas!
— Espero que deem o melhor nessa fase e em todas as outras!
Fui caminhando para um bloco que dividia o galpão e lá estavam os membros capturados da máfia inimiga, eram vinte homens no total, cada iniciante ficava com dois.
Fui me aproximando dos meus alvos olhando para cada um deles, ambos já estavam sentados em uma cadeira com mãos e pés presos, por correntes.
Tudo isso era assistido por uma pequena plateia de membros da Máfia que ficavam atentos aos trabalhos dos iniciantes.
Pego um alicate e vou me aproximando do primeiro alvo, começo a cortar a ponta de seus dedos lentamente, e ouvindo os seus gritos de desespero e dor, mas prefiro trabalhar no silêncio, puxo a minha faca, abro a boca do infeliz, puxo a língua e com um corte preciso arranco-a de vez!
Agora em silêncio sigo o mesmo processo com auxílio de um serra elétrica, continuo cautelosamente até que não tenha restado nenhum m****o inteiro de seu corpo.
Me aproximando do segundo alvo, pego o maçarico e vou o queimando vivo, escutando os seus gritos de dor e sofrimento, que alimentavam a minha ira, mais uma vez uso a minha faca e arranco esse pedaço de porcaria que só serve para fazer barulho e me irritar!
Pacientemente pego o maçarico mais uma vez e continuo o meu serviço, com a sua carne queimada, agora passo a faca em seu pescoço, degolando-o com destreza.
— Fase dois!
Vocês lutaram contra si e o último que sobrar de pé ganhará.
Então vejo armas sendo jogadas para o galpão e, sem perda de tempo, começamos a duelar entre nós. Sangue, gritos e gemidos eram tudo que se ouviam. Como passei um longo tempo me preparando para que esse dia não tivesse falhas, derrubei os meus adversários com rapidez e maestria.
— Fase três.
Fui conduzido até o salão central onde estavam todos os membros em um círculo, recebendo uma arma, fui caminhando e conforme eu passava, eles abriam o círculo para eu entrar e chegar até o centro.
Chegando no centro, tinha uma cadeira com uma mulher amarrada, cujo rosto eu não via.
Sentindo uma familiaridade, fui lentamente me aproximando. Ao remover o saco que cobria seu rosto dou dois passos para trás em choque, sem acreditar que isso fosse real!
Vejo a minha mãe diante dos meus olhos, com marcas de agressões e cortes de faca, com seu corpo já bem debilitado, olho incrédulo para aquela cena.
Viro o rosto procurando os olhos do meu progenitor, e o vejo sorrindo aproveitando a cena deplorável que ela estava.
Fecho os meus olhos sentindo dor e escuto a sua voz baixa e cansada.
— Acabe logo com o meu sofrimento, filho!
— Por favor, eu não aguento mais!
Sem forças para concluir o serviço, deixo a arma cair e escuto o grito do meu progenitor.
— Você é uma vergonha para a família, vá embora, seu desgraçado, você é fraco, não serve para ser um Santoro.
Olhando ao meu redor vejo os membros rindo da minha fraqueza e escuto um tiro, olho para minha mãe e a vejo caída no chão sem vida.
Escuto a voz do meu dom.
— O tirem daqui, a partir de hoje você não é mais um m****o da Máfia Cosa Nostra!
Antes que eu pudesse reagir, sinto chutes e socos me atingindo, até que a escuridão me abraça completamente.
Acordo e relembro do ocorrido, abro os meus olhos com dificuldade pelo inchaço causado pelas agressões, com esforço movo o meu corpo para sair da cama, vendo que estou no meu quarto, suspiro aliviado, sentindo uma dor insuportável no meu corpo pelos hematomas sofridos, que não chegavam perto dor que sentia no coração por ver tudo que fizeram com a minha mãe.
Vejo a porta do quarto ser aberta abruptamente, e o meu pai entrando por ela, com raiva e desgosto, que não era nenhuma novidade para mim, pois enfrentei esses olhos durante a minha vida toda, por ser filho de uma empregada. Que não conseguiu fugir de seus abusos físicos e mentais.
Então fecho os olhos lembrando de todo o sofrimento que minha mãe passou nas mãos desse homem, sinto a raiva me consumindo.
— A partir de hoje Ricardo, você sairá desta casa, não é mais bem-vindo na família.
— E para onde irei, com o tanto de inimigos não durarei um dia se quer.
— Espero que morra logo, maldito que só trouxe vergonha, piedade e para os fracos, lembre-se disso.
Então o vejo sair do quarto, apressadamente arrumo uma bolsa e saio de casa antes que ele decida me matar com suas próprias mãos.
Faço um juramento para mim mesmo, um dia me vingarei de todos, que a morte da minha mãe não seria em vão.
Saio sem olhar para trás, com a decisão de que farei o possível para alcançar a vingança.