Luana narrando
Fiquei ali na sala estudando o caso da gio e analisando as imagens que ela fez agora por último eu percebi que tem uma massa comprimido o tronco dela, ainda não sei o que é, pode ser só uma má formação que dá pra corrigir, mais ela vai precisar de cirurgia, fui olhando todos os exames dela e não sei como deixaram isso passar, vou ver com a Mariah se tem um cirurgião aqui que eu possa discutir sobre a cirurgia. Estava olhando uns resultados de exame quando bateram na porta, virei o pescoço pra mandar entrar e senti ele dolorido, voltei meu olhar pro papel e ouvi a porta se abrindo, ouvi a voz grossa dele e me virei olhando pra ele, não esperava que ele viesse me pedir desculpas, eu disse que tudo bem, mais ele continuou ali, então perguntei o que ele queria, e percebi o seu medo de eu abandonar o caso da sua filha, isso não vai acontecer, eu ainda não tinha pego uma cadeirante, sempre foi casos de amputação, ou então cirurgia na coluna que precisava de fisio ou nas mãos, mais cadeirante eu ainda não tinha pego, então é questão de honra e pela minha mãezinha que eu jurei ajudar.
Ele saiu da sala e eu olhei no relógio vendo dar a minha hora, peguei o prontuário dela pra levar pra casa, vou terminar de olhar em casa, amanhã quero saber por onde começar com os exercícios, fui até a sala da Mariah e bati na porta, ela mandou eu entrar e assim que me viu sorriu pra mim.
Mariah: Luana, tudo bem ?.- ela pergunta se levantando.
Luana: tá sim, só vim te avisar que já estou indo e que estou levando o prontuário dela ok.- eu falo mostrando pra ela que concorda
Mariah: tá bom Luana, até amanhã então tchau.
Luana: tchau, até amanhã.- fecho a porta dela e saio indo pro meu carro, bom não sei o caminho, mais sei que pra sair eu preciso descer, então vou descer o morro até achar a barreira. Meu plano deu certo, mais assim que cheguei na barreira os rapazes pularam na frente do meu carro e eu me assustei freiando o carro.
Xxx: vai poder sair não doutora, estamos sob invasão, volta que a polícia tá chegando.- ele fala rápido e eu vejo vários carros de polícia se aproximando, eles começaram atirar nos carros e fogos disparam no céu, aí meu Deus como vou voltar pro posto, não sei qual rua tenho que entrar e nem sei pra onde eu tenho que ir, não posso ficar aqui parada nesse tiroteio, parei o carro e fui ver se via algum comércio aberto aonde eu pudesse me esconder, e corri pra um beco, sai batendo nas casas mais ninguém abria, comecei a ficar desesperada, e achei uma brecha entre duas casas e entrei o barulho dos tiros estavam se aproximando e eu me abaixei ali e coloquei as mãos no ouvido, pedindo pra Deus me proteger e não me deixar morro ali, não ia adiantar ficar no meio do carro e se eu soubesse não tinha saído do posto. Aí meu Deus envia alguma alma boa pra me tirar daqui e não me deixa ser atingida.
Já fazia algumas horas que eu estava aqui abaixada com as mãos no ouvido e de olhos fechados quando senti alguém pegar no meu braço e me puxar pra cima, abri os olhos vendo ser o irmão da Mariah e ele saiu me puxando pelo beco.
Coiote: que p***a tu tá fazendo aqui doutora?.- ele fala e um policial aparece na nossa frente e ele me esconde com o corpo e atira nele.
Luana: eu estava indo embora quando eles chegaram, não consegui sair do morro e não sabia voltar para o posto.- eu falo e ele corre e me puxa.
Coiote: cadê seu carro?.- ele pergunta e eu aponto pro lugar aonde ele está, os vidros estão todos quebrados e as portas com marcas de balas, ele abriu a porta e mandou eu entrar e ir pro banco do lado, ele entrou e ligou o carro
Luana: pra onde a gente vai ?.- eu pergunto me abaixando e ele vai subindo o morro dirigindo.
Coiote: vou te levar de volta pro posto, pra tu ficar segura, morta tu não ajuda a minha filha, não sei se tem alguém te esperando em casa, mais tua função aqui não é morrer não doutora.- ele fala e eu confirmo com a cabeça.
Luana: se eu morrer ninguém sentiria falta, sou só eu, eu por mim mesma.- eu falo e ele me olha e não fala nada.
Chegamos no posto e ele saiu e mandou eu sair pelo mesmo lado que ele, enquanto eu descia ele atirava nos policiais, ele mandou eu correr e assim que entrei a Mariah veio na minha direção.
Mariah: meu Deus Luana, graças a Deus tu está bem e não aconteceu nada.- ela fala
Luana: não consegui sair do morro e não sabia voltar pra cá, então eu saí do carro e me escondi num beco que achei.
Mariah: tava exposta no tiroteio até agora?.- ela pergunta e eu confirmo.
Luana: eu bati mas casas, mais ninguém abriu.
Coiote: pessoal tem medo de abrir, aqui o tratamento é bem diferente de quem mora no asfalto, aqui morador e morto sem motivo, por isso eles não abriram, tu foi esperta em se esconder, porque se não estaria morta já, pela situação do seu carro.- ele fala e sai, não consegui agradecer mais depois faço isso
Luana: precisa de ajuda em algum lugar ?
Mariah: pode ser fazendo os curativos ?.- eu concordo e fui andando até a sala, ainda bem que o coiote trouxe meu carro, os arquivos da gio estão tudo dentro dele, mais depois eu pego, fui pra sala de curativos e estava cheia de homens do coiote ferido.
Já se passava das 20 da noite quando os fogos estouraram no céu mais uma vez, Mariah me disse que era porque a invasão acabou, nunca passei por isso, senti muito medo naquele beco, mais graças a Deus deu tudo certo e eu fiquei vem, preciso aprender muito sobre as coisas por aqui, principalmente sobre essa invasão.
Mariah: já vou pra casa, quer que eu peça pra alguém te levar ?.- ela pergunta e eu n**o.
Luana: será que pode me deixar só na entrada do morro? De lá eu peço um uber.
Mariah: tudo bem, então vamos lá.- saímos do posto e eu fui até meu carro que tá todo cheio de buracos parecendo uma peneira, peguei o prontuário da gio e entrei mó carro dela que desceu o morro e me deixou na barreira, ela perguntou se eu tinha certeza sobre ir de uber e eu disse que sim, me despedi dela e sai do carro, peguei o celular e em poucos minutos o carro chegou.