Capítulo 1 - Primeiras Vezes

1551 Words
Eu não me lembro exatamente como meu dia tinha começado Sebastien, mas eu lembro exatamente o pior pesadelo da minha vida daquele dia. – Como eu te odeio. - Murmurei para você e a garota, mesmo que fosse impossível me ouvir. Eu revirei os olhos mais uma vez, já até tinha perdido as contas de quantas vezes tinha feito isso desde que sua festa começou, fechei o livro em minhas mãos e sai. O barulho da música alta me incomodava, estava com uma vontade absurda de acabar com sua alegria, mas fiquei na minha. Calcei minhas pantufas que você me deu anos atrás, e desci as escadas de pijama. Não estava muito afim de saber o que você iria fazer ali. Meus pais tinham saído, comemorar a nova promoção do meu pai, sem data pra voltar. Eles queriam ficar, por conta do meu aniversário, mas eu pedi para que eles fossem já que eu iria ficar bem. Nada ficou bem, mas ninguém precisava saber. Corri até a geladeira e peguei uma caixinha de suco. Cortei um pedaço de bolo que sua mãe tinha f**o pra mim, e voltei pro meu quarto. Olhei o calendário mais uma vez aquele dia, torcendo para que esse dia acabasse. 8 de Janeiro, eram 22:55 Faltavam apenas 1 hora e 5 minutos para acabar o dia do nosso 16 e adivinha ? Você não veio me dizer um feliz aniversário, em nenhuma parte do dia. Ja eu, mandei uma pulseira de couro com um pingente de lobo e desejei um feliz aniversário. Você não se manifestou, igual ao ano antes de você me dar as pantufas. Ao contrário Sebastien, você estava dando a maior festa ao lado. Não era nenhuma surpresa, claro, você sempre foi de muitos amigos. Você me convidou também, mas não seria como se me quisesse realmente lá, então eu apenas fiz o que desejava. Não fui. Eu só queria acabar com isso logo, queria dormir, mas eu não conseguia de maneira nenhuma, e eu não sabia o porque. Então aconteceu. A música parou e uma confusão enorme começou na sua casa. Eu ri. Claro que ri. Finalmente tinha acabado e Ainda estava rolando briga, o que eu queria mais ? Estava assistindo tudo da janela, comendo meu bolo, e coçando a cabeça da Cake, minha gata. Um espetáculo pra mim assistir de camarote. Todo mundo foi embora da sua casa depois de um tempo, e eu saí da janela e fui escovar os dentes, pronta pra me deitar já que minha paz tinha chego quando sua festa acabou. Mas eu não consegui dormir de jeito nenhum. Já era 23:36 e fazia muito tempo que eu tinha deitado. Meus olhos já estavam ficando pesados de sono, eu já estava quase sonhando, mas então um barulho ensurdecedor veio da minha janela, me assustando. Me sentei na cama e cocei os olhos. Peguei meu abajur de cima do criado-mudo e me aproximei da janela, pronta pra atacar. Me aproximei lentamente da janela, abri a mesma e dei dois passos para trás antes de fecha os olhos e levar o abajur direto para a pessoa ao lado de fora. Você sabe, sempre fui meio medrosa, no fundo no fundo, eu era só uma mocinha indefesa por trás de uma carranca fechada. – CALMA. - Ouvi sua voz e parei. Minha respiração estava descontrolada e meus batimentos acelerados. Podia ser um ladrão, e********r, qualquer coisa! – Filho de uma.. - Comecei a xinga você mas lembrei que Ana não era nada disso. - O que você quer ? – Você iria me atacar com isso ?! - Sua voz estava inacreditavelmente fina, enquanto estava se mantendo perto da minha janela, Ainda assustado com minha reação. – Você me assustou! Queria que eu recebesse com balões e flores ? - Exasperei, me aproximando do criado mudo e Colocando o abajur de volta ao lugar o ligando, dando uma luz para o cômodo escuro. Meu coração batia forte no peito, você nunca tinha feito isso na vida. Assim que visualizei seu rosto meus olhos arregalaram. - Sebastien o que aconteceu ? – Eu vim te dar isso. - você Ignorou minha pergunta, abrindo um sorriso torto. Olhei para sua mão e vi uma caixinha com um pingente do infinito. Você era bom em desviar os assuntos, eu sempre soube disso. – Por que ? – Porque sim. - Foi a única coisa que disse.- Vê! Tem um infinito aqui, se você colocar na vertical, os dois lados tem minha inicial, normal e invertida. - Seu sorriso de criança ia de orelha a orelha. - Pra você lembrar de mim. – Senta ali. - Apontei pra minha cama enquanto saía do quarto indo até a cozinha. Peguei a maleta de primeiro socorros e logo corri para não deixar você sozinho por um momento. Você tinha bebido demais, se pulou minha janela, poderia fazer coisa pior. Você estava sentado na minha cama de cabeça baixa quando me aproximei e me sentei ao seu lado. Você sempre foi triste quando estava bêbado. – Você não gostou ? - Perguntou, triste por algum pensamento não compartilhado. – Gostei Sebastien, gostei. Agora fique quieto.- Pedi paciente, puxando seu rosto para limpar o sangue que escorria fresco do machucado. – Você está de blusa e calcinha. - Você comentou risonho me fazendo revirar os olhos. A verdade é que eu tremi por dentro, porque você tinha esse efeito sobre mim mas não é como se você fosse lembrar disso amanhã, então não me importei. – E você está com uma aparência h******l pós f**a. - Revidei sem filtrar as palavras. Você ficou tenso. Não ousou dizer nada por uns longos e torturantes segundos. Eu daria tudo pra saber qual a mentira que você iria bolar, mas eu acabei sendo pega de surpresa quando você finalmente decidiu falar. – Você viu ? - Dessa vez sua voz estava apreensiva. Eu sorri irônica, apesar de que estava machucando a mim mesmo tudo que você apenas dizia ser verdade. – Você podia ter escolhido outro quarto.- Tentei não ser muito rude, nem transparecer nada. – Sinto muito. - A voz melancólica estava presente e eu apenas revirei os olhos. Você bebeu. Muito. – Não, você não sente. - Pressionei com força seu machucado para descontar minha raiva e você fez uma cara f**a, gemendo de dor. - Você não pode beber assim. – Eu sei. Desculpe. – Por que está machucado ? - Minha curiosidade vem maior enquanto o silêncio tinha consumido o quarto. Era melhor a curiosidade do que eu começar a tremer por você me olhar tanto. – A garota tinha namorado. Soube disso quando ele veio me bater. – Você só se mete em confusão. - Comento colocando o curativo em seu rosto. - Você não cansa disso ? – Ocupa minha mente. - Faz um bico manhoso quando eu termino e eu fecho a maleta. Você era insistente e por isso estendeu novamente a caixa com o colar pra mim e eu fiz menção de pega-lo apenas pra que você fosse embora, mas você puxou a mão de volta. - Deixa eu colocar. – Não precisa. – Vira. - Ordenou mandão e eu revirei os olhos. Virei de costas e tirei meus cabelos do caminho, deixando que você colocasse o colar ali. Eu não podia mentir, era lindo, como você. Assim que terminou o fecho, me soltou. - Pronto. – Obrigada. - Agradeço e você abre um sorriso lindo. Você ergueu sua mão e eu vi a pulseira que eu tinha lhe dado mais cedo. Foi inevitável não sorrir com aquela cena. Você colocou a pulseira que eu te dei em seu braço, Sebastien, eu jurei que você iria jogar fora. Apesar de machucado você estava lindo. O cabelo bagunçado, os olhos azuis acinzentados brilhantes de acordo com a luz do meu abajur, e um sorriso sacana no rosto. Aquele que só você tinha, aquele sorriso que eu sempre fui apaixonada mas percebi tarde demais que deveria odiar. – Sinto muito. - Você disse mais uma vez e eu juntei às sobrancelhas não sabendo ao que se referia as suas desculpa. E eu me arrependi aquele dia Sebastien, me arrependi tanto de ter ido até a janela, de não ter tomado todo tipo de calmante para mim dormir pesadamente. Por que o pior aconteceu aquele dia. você, maldito, desgraçado, um puto, Me beijou. Me pegou de surpresa quando se inclinou, colocou a mão na minha bochecha e me beijou carinhosamente. Meu corpo entrou em estado de choque interno, meus batimentos estavam acelerados e eu nem sabia como reagir a isso, eu nem sabia como seguir seu ritmo. Tinha entrado em estado de choque, pânico total. Seus lábios quentes e macios entraram em contato com o meu, invadindo minha boca e d***a, você beijava bem. Muito bem. Eu sempre soube que você era bom com tudo que fazia, mas seu beijo era uma coisa inexistente. Não que eu tivesse beijado alguém além de você, mas mesmo assim, mesmo que eu tivesse beijado milhões de bocas, você ainda teria o melhor beijo. Eu não sabia reagir, mas meu corpo estava indo de acordo com seu ritmo. O que você fez ? Meus olhos estavam fechados quando você se afastou, quebrando o beijo e deixando o estalar de nossos lábios ecoando na minha mente. Eu não me atrevi a abrir os olhos até minha pele parar de se arrepiar, então quando tive a certeza que você saiu, abri lentamente. O lugar estava vazio, a janela aberta, e o vento invadindo meu quarto. E d***a, eu te odiei mais um pouco Sebastien, por roubar meu primeiro beijo que não te pertencia.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD