CAPÍTULO II
NOVA YORK-ESTADOS UNIDOS
TICCIANO BIANCHI
—Mamãe mais uma babá?—inquiro passando a mão pelos meus cabelos.
—Filho eu já não sei o que fazer, a Melissa coloca todas para correr, ela não da paz para as moças, inferniza a vida das pobres garotas—minha mãe diz.
Essa era a quarta baba que vinha para a minha casa, minha filha melissa, sempre conseguia colocar as mulheres para correr, Mel sentia muita a falta de sua mãe, enquanto Rachel a mãe, não queria saber dela, a ultima vez que a encontrei foi quando vim para Nova York ainda a trabalho, eu estava resolvendo alguns negócios com Sophia Marshell, e que belos negócios diga-se de passagem, mas voltando aquela v***a da Rachel, lá estava ela acompanhada de um velho, ela se vendeu largou a filha e a mim para viver uma vida de luxo, que eu mesmo poderia ter dado a ela. Eu trabalhei muito para ser quem eu sou o maior CEO da tecnologia, há alguns meses decidi vir morar em nova York com Melissa, eu estava trazendo a Bianchi Tecnology para cá, e mais uma vez estava na saga “em busca de uma babá”.
—Mamãe infelizmente não poderei fazer as entrevistas com a senhora, eu precisarei viajar, ainda tenho alguns negócios na Itália, acha que dá conta?—inquiro.
—Sim filho, falarei com uma moça ainda hoje, espero realmente que essa fique eu já não tenho mais idade para correr atrás da Melissa—ela diz um tanto aborrecida.
—Mamãe me desculpe por isso, mas eu não tenho mais com quem contar além da Senhora—digo a abraçando.
—Vamos torcer para dar certo filho, vá tranquilo—ela diz.
Eu estava saindo quando vi o carro simples e barulhento tocando uma musica insuportável, um rock muito pesado, daqueles que m*l entendemos o que o cantor fala, entrar pelo grande portão de ferro, não consegui ver quem o dirigia, mas vi o enorme adesivo atrás “I Love Rock in Roll” parei na entrada e perguntei ao segurança.
—Quem entrou na minha casa com aquela lata velha?—inquiro.
—Deixe-me ver aqui senhor, ela se chama Emma Johnson, diz que veio para a entrevista para o cargo de babá—ele diz.
Agradeço e continuo meu caminho, era só o que me faltava uma rebelde para cuidar da minha filha, sigo para o aeroporto, mas não tiro a maluca da cabeça, como ela seria?
Assim que entrei no meu jatinho, fiz uma ligação para a minha casa.
—Mamãe como estão às coisas? E a Mel?—inquiro.
—Ela esta bem filho, esta fazendo um lanche com a Emma, decidi contratar a moça que veio hoje, ela esta precisando muito e esta disposta a tentar conquistar a Mel, elas já deram algumas risadas juntas e mesmo a Mel sendo difícil acho que dessa vez possa dar certo, e eu torço por isso, por que eu preciso voltar para a minha casa o quanto antes—minha mãe diz.
—Mãe a senhora fez todas as perguntas necessárias? Pegou os antecedentes dessa moça? Todos os documentos? Endereço?—inquiro preocupado.
—Ticciano fique tranquilo, fiz como em todas as outras vezes, você nunca fez essas perguntas antes, por que justo agora esta tão interessado?—minha mãe diz.
—Só estou preocupado com a minha filha, mamãe, quero saber quem ficará com ela—digo.
—Se estivesse tão preocupado, poderia ter ficado para as entrevistas não é?—minha mãe diz me dando uma bronca,
—A senhora esta certa mamãe, me desculpe, mas eu realmente não podia ficar—digo.
Eu ficaria um mês longe, mas duvidava muito que quando eu voltasse a tal moça ainda estivesse lá.
Mas para a minha surpresa a cada vez que eu ligava ela continuava lá, e cada vez se aproximava de Mel, eu tinha que admitir essa era persistente, talvez realmente precisasse do emprego.
EMMA JOHNSON
Recebi meu primeiro salário, e confesso que a quantia disponível em minha conta, me deixou muito feliz, se bem que pensando no que eu havia passado durante esse mês nessa casa, era até pouco. Essa menina era uma cobrinha, ela fazia de tudo para eu desistir, mas eu sabia como manipular a pestinha, e em certos momentos até arrancava sorrisos dela, mas logo ela voltava a ser chata, a única hora que ela deixava suas defesas caírem era na hora de dormir, eu via dor nessa menina, e conversando com a avó descobri toda a historia deles, ela foi abandonada pela mãe, o pai esta sempre viajando, nenhuma babá ficava mais que alguns dias, e no final ela sempre estava sozinha de novo, eu tinha dó dela, ela ainda tinha pesadelos, e chamava muito pela mãe, ultimamente tenho dormido com ela, percebi que mesmo não querendo que eu fique com ela, o sono dela é mais tranquilo quando estou aqui.
Dona Felícia, voltou para a Itália hoje, disse que precisava ir, mas que amanhã o filho dela, o meu patrão de verdade estaria aqui, vi algumas fotos dele pela casa e realmente ele era muito bonito, mas eu estava nervosa e se ele não gostasse de mim? Eu realmente precisava desse emprego, as dividas em casa só aumentavam e minha tia bebia cada vez mais, eu preciso juntar dinheiro para ter o meu canto.
Saio da cama calmamente, não quero acordar a Mel, pego o robe de seda preto e coloco, desço as escadas descalça para não fazer barulho, caminho até a cozinha, precisava tomar água, e tentar dormir, estava terminando o copo, quando a luz da cozinha é acesa e eu me viro assustada, segurando a faca que estava sobre a bancada.
—Quem é você?—inquiro nervosa.
—Eu quem pergunto quem é você e o que faz na minha casa? Ainda mais segurando uma faca—o moreno de olhos sedutores inquire, e só ai que eu percebo que fiz merda mais uma das minhas na verdade, ele só poderia ser Ticciano Bianchi.
—Me desculpe, eu sou a Emma, sou a babá, e claro o senhor deve ser o pai da Mel, o que vem a ser meu patrão—digo colocando a faca sobre a bancada novamente.
—Emma, a babá, eu deveria ter imaginado—ele diz.
—A dona Felícia disse que o senhor só chegaria amanha, eu não sabia que poderia encontrá-lo—digo fechando ainda mais o robe, quando percebo seus olhos sobre meu corpo.
—Consegui adiantar alguns negócios, por isso cheguei antes—ele diz.
—Se me permite vou voltar para o quarto da Mel—digo.
—Mas você tem um quarto também—ele diz.
—Sim, mas prefiro dormir com a Mel, ajuda com os pesadelos dela—digo.
—Pesadelos?—ele inquire.
—O senhor não sabe sobre os pesadelos? Ela acorda chamando pela mãe no meio da noite chorando, nota-se que nunca dormiu com a sua filha—digo já me arrependendo.
—Eu sou um homem ocupado garota—ele diz irritado.
—Me desculpe, eu não quis dizer isso—digo.
—Sim você quis dizer isso, que sou um egoísta e que largo minha filha nas mãos da minha mãe e das babás, que não sei nada sobre ela—ele diz.
—O senhor quem esta dizendo isso, eu não disse nada. Agora se o senhor me der licença vou me deitar, boa noite—digo quase correndo escada acima, oque aquele homem tinha que me deixava com o coração acelerado e a boca seca?
Deito ao lado de Mel, e logo adormeço.
Mas em meus sonhos ele esta lá, me olhando, parecendo ler minha alma, acordo assustada, e vejo que Mel ainda esta dormindo, o dia já amanheceu, e é hora de encarara a fera.