VICENZO E VALENTINA

2916 Words
CAPITULO IV NOVA YORK-ESTADOS UNIDOS POR VALENTINA MARSHELL ROBBINS Saio da universidade correndo, eu não queria me sentir atraída por ele, ele era um homem proibido para mim, mais velho, meu professor, tio da minha melhor amiga e colega dos meus pais, eu não poderia sequer imaginar ter algo com ele, no entanto só de me lembrar dos seus olhos, meu corpo parecia queimar, estava em frente à universidade quando minha mãe parou o carro e eu entrei. —Oi mãe—digo. —Oi filha, esta tudo bem? Como foi seu primeiro dia de aula?—ela inquire. —Foi tudo bem mãe—digo. —Valentina, você nunca foi boa em mentir, aconteceu alguma coisa?—questiona. Se havia uma pessoa capaz de me ler literalmente era a minha mãe, ela conhecia tudo em mim, até o modo de eu falar, agir ou olhar, quando tive minha primeira vez com Henry, há dois anos, ela soube no mesmo dia e eu não pude esconder dela, e eu também não desejava esconder, ela então me levou ao médico, me ensinou a me prevenir, usar anticoncepcionais, e tudo isso sem contar para o meu pai, hoje eu acho que ele sabe, mas aos quinze eu realmente fiquei preocupada. —Nada demais mãe, apenas algumas matérias difíceis—prefiro não revelar o porquê do meu desconforto, ela não precisava saber que ele tinha um metro e oitenta e cinco de altura, olhos castanhos, cabelos escuros, e lábios que me faziam querer beija-lo por horas. —É só o primeiro dia filha, logo isso vai melhorar, e hoje eu fiquei sabendo que o irmão do Ticciano, Vincenzo leciona aqui, e o melhor literatura, seria uma sorte se ele pegasse sua turma, nós poderíamos combinar algumas aulas particulares o que acha? Ele pegou sua turma?—ela inquire. Como dizer a minha mãe que eu queria pegar ele? —É acho que é ele mesmo, Bianchi não é?—finjo não ter dado importância ao professor gostoso que passou o dia me olhando. —Sim, isso mesmo, vou pedir pro seu pai combinar algumas aulas particulares, logo você estará tão boa quanto ele—ela diz enquanto dirige. —Sim, claro—digo fingindo não dar importância. Logo chegamos em casa e após responder quase as mesmas perguntas ao meu pai, subo para o meu quarto, tomo um banho e coloco um baby doll com estampa de unicórnios, sim eu havia crescido, mas meus gostos não haviam mudado muito, eu ainda tinha muito do meu quarto de menina aqui, minha caixinha de música, meus ursos e até algumas bonecas eu guardava em uma caixa no closet. Abri o notebook e entrei nas minhas redes sociais, coloquei o nome dele na busca e logo seu perfil apareceu, varias fotos e uma em especial me chamou atenção, ele estava na praia de sunga e meu Deus ele era ainda mais bonito com boa parte de seu corpo malhado de fora. Fecho o notebook e procuro pelo livro que estou lendo, Christian Grey, me conquistou e por diversas vezes eu me pegava querendo ser Anastacia Steele, para ser sua submissa e deixar que ele fizesse o que queria comigo, procuro em minha bolsa e entre meus livros, e não encontro será que o perdi? Ainda estava procurando quando meu celular notificou uma nova mensagem. Era um numero novo, que não estava nos meus contatos. Abri a conversa e uma foto reveladora, bem reveladora mostrava meu livro em cima de um enorme volume, com a legenda: “Deixou um livro para trás” Eu desconfiava que fosse ele, mas decidi ter certeza para poder admirar aquela protuberância toda. “Vincenzo?” Digito e envio logo a resposta chega. “Quem mais poderia ser? A menos que tenha deixado seu livro cair em outro lugar” Agora eu poderia admirar aquela foto, com aquele fundo maravilhoso, que provocou em mim um calor fora do comum. Eu estava envergonhada pelo livro, ainda mais quando ele disse que leu algumas partes, disse até que era de uma amiga,mas confesso que imaginei ele fazendo tudo aquilo comigo, eu queria que ele fosse meu dominador, que me amarrasse, que me vendasse, que me usasse para o seu prazer, eu sei estou sendo louca, mas eu queria e jamais diria isso em voz alta. Foi ai que ele me pediu o livro emprestado, quer dizer pediu para a minha amiga dona do livro que tecnicamente era eu mesma, e claro eu emprestei, mas na ultima mensagem deixei a vergonha de lado e disse. “Sem problemas, professor, até amanha.” PS: Eu não me lembrava que a capa do livro era tão grande. De onde eu tirei isso ele deve estar me achando uma i****a, e claramente sabe que me referi ao p*u dele, ele deve estar pensando que sou uma virgem i****a sem experiência alguma, ou seja, eu mesma me sabotei, parabéns Valentina. Desligo o celular e tento assistir algo na TV, mas os olhos do meu professor me perseguiam e eu não conseguia me concentrar em mais nada a não ser nas lembranças dele me olhando. O que ele poderia querer com uma garota como eu? Tá legal eu não era feia, até gostava bastante do meu reflexo no espelho, tinha um corpo com curvas sensuais, e meus olhos azuis chamavam atenção, mas ainda assim eu era uma garota e sua aluna, ele jamais olharia duas vezes para mim, eu estava me iludindo, e tudo que ele escreveu nas mensagens foi apenas, simpatia, ou um descuido dele, ou no máximo ele só quer me comer, o que não seria uma má ideia, desde que eu não estivesse pensando nele desde a hora que meus olhos viram os seus. Parabéns Valentina, se apaixonou pelo seu professor, vinte anos mais velho que você e que provavelmente te vê como uma garota boba. O despertador toca ao lado da minha cama e eu só queria ter conseguido dormir umas duas horas, porque passei a noite em claro querendo estar na cama do meu professor. Escolhi uma calça jeans clara que deixava minha b***a em evidencia, se eu tinha algo que poderia chamar atenção dele eu usaria, peguei uma sandália de tiras preta e uma blusa da mesma cor, decidi usar meus cabelos em um r**o de cavalo, apanhei minha bolsa e desci as escadas encontrando meus pais já à mesa junto com Antonella. —Bom dia—digo a todos. —Aonde vai tão bonita?—Antonella chama a atenção de todos para a minha roupa. —Esta bonita mesmo, até demais para ir para a universidade—meu pai diz. —Jack ela não esta mais no colegial, precisa se vestir como as universitárias se vestem, além do mais, esta na hora dela dirigir o próprio carro, ela já tem habilitação e dirige muito bem, você a ensinou, então filha pode pegar um carro na garagem e seguir—minha mãe diz. Ela sempre apoiou minha independência, pelo fato dela sempre ter sido independente, dona de si e de tudo a sua volta, meu pai não gostava muito da ideia não, mas era por que ele era extremamente ciumento e controlador, só dele pensar em ver sua menininha dirigindo por ai, com certeza já dava frio em sua barriga. —Um pouco cedo não acha, além do mais, ela tem que achar vaga, vai acabar se atrasando—ele tenta tirar a ideia da cabeça da minha mãe. —Papai, tem estacionamento para os alunos—digo. —Pois bem, esta resolvido pode ir de carro Tina—minha mãe diz olhando para o meu pai, que claramente deixava explicito que a decisão já havia sido tomada, e eu sei que isso ocasionará uma pequena discussão, o que neste momento não me importa muito, pois no final de tudo eles sempre se acertavam pois o amor deles vencia qualquer coisa. Tomo um café rápido, já pensando na Audi vermelha que irei usar, eu estava ansiosa por isso, quase nunca meu pai me deixava dirigir. Assim que terminei o café, peguei minha bolsa e meus livros, e sai em direção à garagem, assim que peguei a chave da Audi no balcão e parei diante do carro a contemplando meu pai apareceu na porta. —Se estiver insegura eu posso te levar e outro dia você vai dirigindo—ele diz. —Papai—digo me aproximando—Você precisa me deixar voar, eu cresci, mas vou continuar sendo sua princesa isso não vai mudar nunca, não precisa se preocupar, achar que vai me perder. —Filha, eu sei, mas mesmo assim tenho medo, passei muito tempo longe de você e da sua mãe, não quero me afastar, e tenho a impressão que se te deixar voar como quer, você vai voar para longe de mim—ele diz me abraçando. —Isso nunca vai acontecer—digo. —Agora vai, antes que eu mude de ideia—ele diz rindo. Entro no carro e dou partida, sigo rumo à universidade, logo quando chego avisto uma vaga, e coloco meu carro sem nem perceber ou me atentar a placa a frente, estava reunindo meus materiais quando um suv branco para atrás de mim e começa a buzinar como louco, eu já estava brava com aquela insistência, desço do carro e caminho até a janela do motorista batendo muito irritada, e quando o vidro se abaixa vejo o motivo do meu descontrole atrás do volante. —Bom dia senhorita, esta vaga é destinada aos professores—ele diz retirando seus óculos escuros e me deixando sem palavras. —Oh me desculpe professor Bianchi, eu não havia me atentado à placa, vou tirar—digo. —Tudo bem—ele diz e pisca para mim. Caminho até meu carro, mas a presença dele me deixa tão nervosa que não consigo engatar a ré e não saio do lugar, deixando o carro morrer. Ele desce do seu carro e se aproxima da minha janela. —Não precisa ficar nervosa—ele diz. —Desculpa, é que meus pais não me deixam dirigir com frequência—digo me justificando. —Posso entender o porquê—ele diz rindo—Deixe-me ajuda-la—ele diz. Saio do carro e ele entra, mostrando o quanto dominava aquilo, suas mãos grandes no volante só me faziam imaginar, como ficariam em volta do meu pescoço, balanço a cabeça tentando tirar aquela imagem da minha mente, enquanto ele coloca o meu carro na vaga a frente e depois estaciona o dele onde o meu estava. —Pronto, vamos entrar?—ele inquire. —Sim vamos—digo o acompanhando para dentro da universidade, algumas pessoas nos olham, o que parece o incomodar, logo ele assume uma postura mais rígida e diz. —Até a próxima aula, senhorita Marshell. —Até professor—digo, mas ele já havia entrado em sua sala particular. Ainda olhava para o corredor quando a voz de Mel me tirou de meus pensamentos. —Você veio com meu tio?—ela inquire. —Claro que não, esta louca?—digo. —Vocês entraram juntos eu vi, alias muita gente viu—ela diz. —Ele apenas me ajudou com a vaga do estacionamento—digo. —Você veio dirigindo?—ela inquire. —Sim—afirmo. —Finalmente seus pais te deram um pouco de liberdade, shopping depois da aula, estou precisando comprar lingerie, e aposto que você também—ela diz animada. —Tudo bem vamos—digo enquanto seguimos para o refeitório. A primeira aula era vaga, e eu aproveitei para revisar algumas pautas da aula passada, logo o sinal tocou e quando entrei na sala ele já estava lá, com a sua armadura de professor. Passei pela primeira fila e ouvi uma das meninas dizer. —A queridinha do professor chegou. Fingi que não ouvi e me sentei no mesmo lugar da aula anterior, logo a menina de cabelos ruivos sentada ao lado chamou minha atenção. —É Valentina seu nome não é?—ela inquire. —Sim, isso mesmo—digo. —Eu sou a Katie, não ligue para o que a Layla diz—ela fala apontando para a garota sentada na primeira fileira de minissaia e pernas cruzadas—Ela se joga para o professor Bianchi, e ela viu quando ele te ajudou no estacionamento, alias todos vimos, mas ela vê qualquer uma que se aproxima dele como uma ameaça. —Ele apenas me ajudou, não quero causar desconforto—digo. —Eu acredito, mas ela não vai acreditar—ela diz. —Eles têm um caso?—inquiro. —Ela jura que sim, mas nunca vimos nada, alias ele m*l fala com ela—ela diz. De repente somos interrompidas pela voz grave dele. —Estamos atrapalhando a conversa de vocês senhoritas? —Desculpe professor—digo. —Creio que a aula não esteja interessante, já que nem se atentou a abrir o livro senhorita Marshell—ele diz olhando para mim. —Desculpe—digo novamente. —Senhorita Marshell, esta dispensada da aula—ele diz. —Mas—tento dizer, mas ele me interrompe. —Aguarde fora da sala e assim que a aula terminar vá até minha sala—ele diz virando-se de costas para a turma. Recolho meu material e saio da sala, mas antes de sair pude ver um sorrisinho de deboche na cara da tal Layla. Não entendia o porquê da implicância comigo, ontem mesmo estava me enviando foto da sua capa grande e hoje me trata tão indiferente, aguardo o término da aula no refeitório, como ele pediu, e assim que o sinal tocou, segui no corredor que levava a sua sala, na porta uma placa que indicava que ali era sua sala, dei duas leves batidas na porta e esperei pela autorização, sua voz firme ecoou. —Entre. Abri a porta calmamente e lá estava ele, vestido com uma camisa preta e calça social da mesma cor. —Professor, o senhor queria falar comigo—digo. —Sim, feche a porta, por favor—ele diz. Faço o que ele pede, e fico parada próximo a parede. —Valentina, antes que pense que fez algo de errado, já digo você não fez, eu te tirei da aula, por que precisava de uma desculpa para falar com você, sem que isso levantasse alguma suspeita, os alunos nos viram no estacionamento, e  já surgiram vários boatos—ele diz. —Me desculpa, eu não queria provocar nenhuma confusão—digo. —Eu sei que não, entenda sei que não fez nada, estou lhe mostrando como as pessoas podem ser maldosas, eles não viram nada demais no estacionamento e já saíram falando, imagina se souberem que trocamos mensagens?—ele inquire. —Não se preocupe eu não mostrei as mensagens a ninguém e nem falei delas com ninguém, se esta preocupado com isso pode ficar tranquilo, eu posso ser nova, mas não sou burra—digo. —Eu sei que você não é burra e em nenhum momento eu disse isso, mas entenda você é muito nova ainda, pode entender as coisas erradas, e eu já passei por isso uma vez e não quero passar de novo, quase perdi meu direito de lecionar e isso acabaria comigo—ele diz. —Uma aluna interpretou as coisas erradas?—inquiro. —Foi um pouco mais complicado—ele diz. —Me conta o que aconteceu—digo. Ele caminha até a cafeteira, em cima de um balcão de madeira e serve duas xícaras de café me estendendo uma. —Ela era minha aluna, assim como você, e eu me deixei envolver, me apaixonei, não pensei nas consequências e me deixei levar, ela era filha do reitor da faculdade, e quando fomos descobertos, tive que optar entre deixar a faculdade e minha cidade natal, ou ser denunciado ao conselho e perder meu direito de lecionar, e claro me afastar dela, perdi muita coisa por isso, e não quero viver isso de novo—ele diz. —Repito que eu não queria causar nenhuma confusão—digo. —Eu sei pequena, eu sei—ele diz aproximando-se e colocando uma mecha solta do meu cabelo atrás da minha orelha. Eu paralisei na mesma hora, o seu toque sultil, paralisou todo meu corpo. —E por que esta me dizendo isso?—inquiro. —Por que você me atrai, até mais que a dona da confusão anterior, por que desde ontem, quando meus olhos te viram, não consigo parar de pensar em você, e estou me condenando por isso, por que eu sou mais velho que você, seu professor, conheço seus pais, e isso faz de mim um crápula, você é apenas uma garota inocente—ele diz me olhando. —Não sou mais uma garota inocente—confesso. —O que esta dizendo pequena?—questiona. —Não sou virgem, nem inocente, posso ser uma garota, mas não uma garota ingênua como pensa, também tenho pensado em você desde que o vi, e se eu disser que não tenho medo, estarei mentindo, mas me sinto atraída—digo. Ele então passa a mão suavemente pelo meu rosto e se aproxima. —Eu vou te beijar, sei que vou me arrepender e condenar a mim mesmo por isso, mas eu preciso sentir você—ele diz e então me puxa pela cintura, e inicia um beijo lento, que logo se torna um beijo com urgência cheio de desejo.  
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