Capítulo 5

1227 Words
                                                                                                 Melissa Lancaster Os dias que se antecederam foram um verdadeiro inferno. Se pensei que conversar com Adam seria fácil, com certeza estava louca. O cara é um verdadeiro poço de arrogância e ódio. Por quatro vezes fui a sua procura e em todas elas ele deixou claro sua fúria e horror a mim. Não sei o que posso fazer para que ele me escute. Só preciso disso, não quero nada mais que alguns minutos da sua atenção. Da última vez o interceptei em um barzinho próximo da praça. Luciana passava de carro quando viu sua velha caminhonete estacionada no local e me ligou avisando. Eu sei que pareço uma psicopata que o persegue em todos os lugares. Mas ele não facilita. Para meu desagrado ele não estava sozinho, tinha uma loira que mais parecia uma girafa. Não parava suas mãos inquietas o tocando em praticamente todo seu corpo. Quando ele me notou seus olhos adquiriram um brilho estranho então o vi envolver aqueles braços fortes na cintura dela e colocá-la sentada em seu colo. O sorriso malicioso que ele me lançou me fez ferver de ódio. Idiota! Sei que fez de propósito. Só para me irritar. Por mais que me machucou assistir como ele grudou seus lábios no dela, praticamente transando no bar. Banquei a fina. Ergui o queixo e fiz de conta que eu não vi toda essa falta de pudor. Dei meia volta e fui para casa. Chorar em um lugar quente… Minha cama!  Adam provou que seu ódio por mim não tem limites e preciso ser cuidadosa para que isso não respingue em Blake. Ele é tudo que eu tenho  de mais valioso em minha vida. E não irei deixar ninguém machucá-lo nem mesmo Adam. Recebo um e-mail de um cliente e resolvo sair para espairecer. Quando escolhi ser arquiteta acreditei ser a profissão certa para mim. No entanto, não me sinto feliz e nem tão pouco realizada com ela. Descobri na escrita minha verdadeira paixão. Escrevo sempre que tenho tempo e confesso ser uma terapia para dias tensos. Escuto um estouro e freio o carro estacionando de qualquer jeito no meio fio. Quando desço percebo que o pneu dianteiro do lado direito havia furado. — Droga! — Praguejo chutando o pneu e quase quebrando meu pé. Abro o porta-malas do carro e avisto o estepe. Tiro minha jaqueta e jogo no banco da frente. Não pode ser difícil trocar um pneu, não é mesmo? Coço o queixo me lembrando da ocasião que Alex tentou me ensinar a trocar um pneu. Bom, ele tentou. Quando tento e falho miseravelmente, acabo desistindo e pego o celular na esperança de pedir ajuda. Sou mesmo uma vergonha para a espécie feminina. Até minha irmã Luciana sabe trocar um pneu, se brincar, até minha mãe sabe. Para meu desespero meu celular está desligado. Droga, Melissa. Como você sai e não checa a bateria do celular, criatura, burra! — Reprendo-me mentalmente. Começo a pensar em talvez andar e procurar um posto de combustível. Não sei o que me deu na cabeça para dirigir fora da cidade. Um som de uma buzina ecoa atrás de mim e acabo soltando um grito desesperado. Quando me viro para olhar quem possa ser, meu corpo estremece. Seus olhos afiados como uma lança em minha direção. Ele apoia um braço na janela da caminhonete e sorri debochado. — Precisa de ajuda? — Pergunta e eu ignoro. — Bom, já que não está, vou indo. Tenho coisas mais importantes para fazer. — Murmura, ligando seu carro.  Engulo em seco me odiando pelo que farei a seguir. — Espera! — Gritei, chamando sua atenção. Ele sorri percebendo meu desespero. — Será que pode me ajudar a trocar o pneu do meu carro? — sussurro, enquanto Adam me olhava de cima a baixo. E novamente sinto meu corpo esquentar com seus olhos sobre mim. Ele balança a cabeça negando. Quando menos percebo ele desce e se materializa em minha frente. Lentamente retira sua camiseta preta destoando minha mente. Ofego quando ele se aproxima estendendo seus braços e agarrando algo atrás de mim. Ele está tão perto que meus lábios tocaram levemente a pele do seu peito. E tenho certeza que o vi engolir em seco. Sorrio percebendo que minha presença também lhe afeta. — Com licença! — Resmunga ríspido. Me afasto dando-lhe espaço para que ele troque o pneu. Não consigo me mover do lugar. Meus olhos estão admirando verdadeiramente a figura atlética à minha frente. — Pronto. — Diz rápido enquanto desliza sua camiseta limpando todo o suor do seu corpo. Droga Melissa! Se Controla ou ele vai perceber que você só falta babar diante dele. — Obrigada. — Murmuro sem graça. Ele não me olha e caminha até sua caminhonete onde retira uma garrafa d'água e derrama sobre sua cabeça. Gotas de água escorrem ansiosamente pelo seu corpo e imediatamente sinto minha boca ficar seca. Sinto meu rosto esquentar e amarro meu cabelo em um coque frouxo, abanando meu rosto com as mãos em seguida. Quando pisco os olhos, estou sendo prensada contra a porta do meu carro. — Não me olhe assim novamente, Melissa. — Adam rosna a centímetros dos meus lábios. Seus olhos cravados aos meus. — Meu corpo se arrepia com sua voz potente. Mas não posso mostrar que ele me atingiu. — Assim como? — Pergunto-me aproximando minimamente dos seus lábios. Ele não se afasta como da outra vez e sinto seu corpo colado ao meu. Inclusive sua avantajada excitação pulsando contra minha coxa. Ele agarra os fios de cabelo da minha nuca desfazendo o coque e aperta com vontade me fazendo gemer sentindo dor e prazer, ao mesmo tempo. Fora alguns anos em celibato eterno, que qualquer toque seu, consegue me incendiar completamente. — Como se quisesse ser domada— Sussurra em minha orelha. — De maneira bruta, selvagem. Do jeito que sei que você gosta. — Continua. Seu hálito quente em minha orelha. — Você ainda gosta que peguem pesado Mel? — Meu corpo vibra quando escuta meu apelido ressoar dos seus lábios. Era assim que ele sempre me chamava. Seus dedos deslizam por meus braços e chegam até o decote da minha camiseta branca onde seus dedos quentes percorrem o vão dos meus s***s. Sinto como se fosse uma gata prestes a ronronar com suas carícias. — Gosta que te pegue de jeito, e te leve tão forte que a faça gritar de prazer? — Aperta o bico do meu seio e gemo assentindo,  completamente molhada. Então ouço seu sorriso malicioso em meu ouvido e sinto sua mordida no lóbulo da minha orelha. — É uma pena. Hoje não é meu dia de fazer caridade senhora Lancaster ou devo dizer Gurgel? — Seu deboche foi um balde de água fria. Adam estava apenas zombando de mim. Meu sangue ferve em minhas veias e lhe acerto bem no meio das suas pernas e sorrio vendo ele se contorcer de dor. — Vai se ferrar seu babaca! — Esbravejo entrando em meu carro e saindo a toda velocidade. Olho pelo espelho e vejo ele ainda no meio da estrada se retorcendo de dor. Bato no volante do carro praguejando milhões de vezes. Foi a última vez que ele brincou comigo. Chega! Nenhum homem vai brincar comigo, nem mesmo ele. Vim com uma missão e farei ela custe o que custar!
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