j**a Narrando,
Eu me sentia revigorada, era uma leveza e uma tranquilidade sem fim, mas sabia também que isso logo acabaria, li o que estava escrito na página de fofocas, a minha casa estava alugada e para lá a minha família não voltaria, a ordem já tinha sido dada agora aquela bixa falsa rondando o morro é música para os meus ouvidos, hoje faz três dias que sai e estamos nesse resort, mas na madrugada vamos voltar para o morro, primeiro vou para casa do Mauricio e vou permanecer lá no sigilo, já está tendo novo aviso de invasão e nessa eu vou comandar, bem no meio do confronto eu vou aparecer e larga o aço.
É preciso entender que para estar nessa vida o sangue frio é necessário, agir de cabeça quente é sinônimo de que as coisas darão errado, e não importa o quanto tente concertar depois não tem volta. O mundo do crime é traiçoeiro e não importa dizer que confia, a confiança nesse mundo é quase inexistente.
Com toda a minha experiência adquirida no meu comando, eu digo com toda convicção minha família não é de confiança e posso até estar enganada, mas tenho agora absoluta certeza que eles podem estar envolvidos nessas invasões, há algo na minha mente que está me tirando o sono há algum tempo, mas só agora eu consigo absorver com mais clareza.
Talvez eu tenha fechado os olhos por ter consideração com a família, mas ali era somente eu pelas considerações, eles de fato queriam me ver pelas costas, mas isso acabou e eu vou larga o aço sem dó, independente de quem seja, sangue do meu sangue, ou um traíra qualquer.
Eram 2:35 da madrugada quando pegamos estrada, o silêncio da noite era lindo de se apreciar, e quando entramos no morro eu senti um misto de emoções, alivio e raiva, a entrada livre sem nenhuma fiscalização, não vi fogueteiro e nenhum vapor nas bases de acesso rápido, quando estávamos em casa eu mandei mensagem para o meu sub como se ainda tivesse presa perguntando como estava ai, e como estava a rotação da segurança, ele visualizou e não respondeu me deixando intrigada, passou dez minutos ele me mandou um áudio dizendo que a barreira estava livre pois os caras da entrada tinha rodado na última invasão, por um lado eu fiquei aliviada por ele não ter mentido, mas por outro eu fiquei ainda mais nervosa por ver que ele tacou o f**a se, mas fiquei calada e minha mente trabalhava a milhão, montando estratégias e novas rotas, mandei mensagem para meu aliado da máfia eu precisava de novos seguranças, eles chegariam no dia que está programado a invasão seria perfeito eu apareceria bem equipada e com uma frota grande de segurança, não iria deixar ninguém passar batido.
— Quer um chá ou um café, pela sua agitação não vai dormi agora né?
Eu estou pensando em algumas coisas, e resolvendo a questão da próxima invasão, você pode descansar amanhã você tem aula e já faltou esses dias.
— Não precisa se preocupar, eu já vou deitar, mas você também vai para descansar, e amanhã você decide o que fazer.
Eu já vou.
— No quarto estão todas as suas coisas, então se quiser tomar um banho tem o que usar, se quiser comer fique à vontade e lembre se a casa é sua não precisa ficar tímida.
Eu to bem amor, não precisa se preocupar, eu já vou deitar também.
— Te espero na cama. - Ver ele me olhar sorrindo beijando a minha testa e seguir para p quarto é de fato a minha visão do paraíso, comecei a mexer nas minhas redes sociais, era engraçado de ver e certamente era sobre isso que a página de fofoca falava, as galinhas de poleiro em poleiro.
Mas eu estou de volta, e vou acabar com a graça dessas monas que acha que ta tudo Susa, coitadas se falar de mais vão tudo ficar carecas, eu não tenho paciência para aprendiz de meretriz.
Subi para o quarto e ele já dormia, tão sereno que me fazia sentir borboletas no meu estômago, tomei um banho e fiquei admirada como as minhas roupas estavam organizadas, tudo separadas por cor e tamanho, ele me surpreendia a cada detalhe.
Tomei um banho e deitei, naquele abraço que se tornou a minha dose diária de sensatez, prazer e cumplicidade, enquanto o confronto não chega aqui que eu iria ficar.
Acordei e Maurício não estava mais na cama e em nenhuma parte da casa, na cozinha o café estava preparado e a mesa decorada, eu não estava acostumada com tamanha cuidado e delicadeza, havia um bilhete que me arrancou um sorriso bobo que a muito tempo não me permitia sentir.
Amor,
Me desculpa, mas eu sai cedo tinha prova no primeiro horário, o café está pronto coma bastante, descansa, logo estou em casa.
Eu ri achando muito fofo todo esse zelo que um ele tem por mim.
Eu também iria ser o seu zelo, e seu cuidado, afinal éramos casados, e seriamos a força e o escudo um do outro.