Episódio 11

855 Words
Mauricio Narrando, A minha mente rondava em um único assunto, a possibilidade dela ficar gravida me causava um grande frio na barriga, claro que eu sempre tive vontade de ser pai, mas eu queria estar formado e até ter um emprego bom, não sei como vai ser a vida dela quando sai de lá, se vai querer voltar para o comando ou se vai querer viver outra vida, eu tinha medo de decepcionar e de ser insuficiente para ela, mas eu sabia que eu era alguém que poderia dar um futuro prospero para ela, mesmo que ela não acredite nisso. As imagens e sons dos gemidos dela ainda estão na minha mente, é como se fosse um gravador repetindo sem parar na minha cabeça, e é tão gostoso de se ouvir e se lembrar de cada detalhe por mais rápido que tenha sido é magnífico. A bicha falsa sumiu de vez, no morro não ouve nem sinal dele e soube que já foi dado um aviso se ele subir não vai descer, aqui ele também não veio mais, e nem o telefone atende e não respondeu nenhuma das minhas mensagens, mas visualizou todas elas, eu percebi que mesmo silenciosamente a j**a aumentou a minha segurança e talvez por esse motivo aquela bicha não apareceu aqui, mas isso me intriga o que ele quer de verdade, e quem ele é de verdade tenho essas perguntas que ainda irei fazer para ele. Ao sair da faculdade fui almoçar com o advogado, ótimas notícias ele conseguiu uma liminar e entrou com o processo contra o presídio a audiência da j**a vai ser amanhã e eu já sei que não vou conseguir dormi a noite de tanta ansiedade, se eu não tivesse prova ia cedo pro fórum, mas vai da tempo de chegar antes do veredito do juiz. Se ela sair antes de levar ela pro morro eu vou levar ela para um resort, já vou fazer a reserva deixar tudo pronto, se não der certo paciência. Mas eu vou fazer uma surpresa pra ela, depois de passar por tantas coisas lá dentro ela merece um pouco de sossego e eu vou proporcionar isso a ela. Era quase seis da tarde quando eu voltei para casa, o morro vazio e aquela sensação de medo, a luz vermelha no topo do morro estava ligada, era sinal que o toque de recolher foi dado o morro seria invadido, eu fui rápido em pegar uma roupa mas não tão rápido em sair do morro como da outra vez, começou a soltar fogos e em seguida muitas rajadas de tiros, agradeci por ter colocado o carro na garagem e o portão ser todo fechado, fechei as janelas e portas e entrei no banheiro fechando a porta e me sentando ali, aflito e com o coração acelerado, era a minha primeira invasão e eu estava sozinho e apavorado. ~~ Conseguiu sair do morro? Não, eu tinha acabado de chegar, não deu dez minutos e começou os tiros. ~~ Fica em um local fechado, mantenha a calma estão avisados que você está ai e vão proteger a casa, você já sabe se defender se for preciso não hesite é a sua vida. Eu vou me defender se alguém entrar aqui, não fica preocupada. ~~ Sua casa é equipada eles não vão conseguir entrar ai, mas se entrarem embaixo da sua cama tem uma arma em um suporte, ela está carregada. Quando ia me falar que tem uma arma aqui? ~~ São apenas detalhes. Vi ela ficar offline e suspirei alto, era de mais todas essas informações, ouvia gritos e estrondos, tiros e mais tiros, eu pensei que poderia ser rápido mas a invasão só acabou as 10 da manhã eu estava angustiado, eu mesmo em meio a todo esse caos eu fiz a reserva, e arrastando pelo quarto preparei uma mochila com roupas para j**a e algumas roupas minhas, eu tinha esperança então eu deixei tudo pronto. Quando foi dado o aviso que a saída estava liberado na comunidade já era pouco mais de meio dia, eu apenas sai de casa apressado e com o peito batendo forte e meio descompensado, uma mistura de medo e angústia, na entrada do fórum eu ainda custei sair do carro era um frio na barriga e as mãos suavam e tremiam na mesma proporção, eu respirei fundo não sei quantas vezes e sai do carro, encontrei o advogado no corredor, foi feito uma pausa de meia hora e na volta seria informado se a j**a poderia responder em liberdade ou teria que voltar pra o presídio. Meia hora parecia meio dia, demorou a passar era uma angústia, mas quando eu vi ela e o seu sorriso eu realmente entendi que para amar não importa o que aconteça pelo caminho, ou como se conheceu o seu amor, o que importa é que para ter é preciso ser alguém que deseja ser presente e parceiro. O juiz entrou e eu sentia o ar faltar de tanta preocupação, e ali naquele tribunal eu entendi que eu não estava apaixonado, eu estava amando a minha esposa, amando e desejando cada dia mais.
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