Uma Companheira Alfa Secreta

16 - Esse Cheiro

Jackson

A casa deles era uma enorme casa escura de madeira, com janelas do chão ao teto de ambos os lados da porta da frente. A casa estava bem iluminada, e Ômegas estavam organizando o que deveria ser o salão de baile. Era um espaço vasto em que eu nunca havia estado antes. Normalmente realizávamos reuniões em uma das salas de reuniões deles ou jantares formais na sala de jantar, que não era menos impressionante.

"Sinto que estamos prestes a entrar em um castelo." Lucas assobiou.

As portas duplas da frente tinham dois andares de altura e pareciam algo que vinha de um castelo medieval, com enormes parafusos e dobradiças. Alguém saiu para nos receber enquanto descarregávamos nossas malas. Uma loira animada, que parecia uma boneca Barbie com muita maquiagem, desceu pulando os degraus.

"Peço desculpas pelo atraso na festa. Nós enviamos um bilhete avisando que chegaríamos um pouco atrasados", disse, encontrando-a embaixo dos degraus.

"Ah sim, o Alfa Jackson da Alcateia Pedra da Lua." Um sorriso brilhante apareceu em seu rosto enquanto ela puxava a ponta de seu r**o de cavalo loiro platinado. "É um prazer tê-lo aqui."

"O prazer é todo nosso; este é meu Beta Lucas e meu Gamma Cam." Ambos acenaram para ela. "Se não se importar de nos mostrar onde ficaremos hospedados, podemos nos refrescar e encontrar todos para a segunda metade das festividades." Dei-lhe um sorriso educado.

"Claro, seria uma honra mostrar-lhe os quartos", ela disse, piscando os cílios. Por dentro, eu gemi; não estava mais interessado em diversão casual.

"Deixe-me chamar alguns Ômegas para ajudar com suas malas." A loira se virou.

"Isso não é necessário. Nós podemos cuidar delas sozinhos." Eu a interrompi.

"Posso pedir para subir seu j9ntar, se quiserem?" Sua voz era muito doce.

Quase disse não, mas Lucas parecia ofendido quando abri a boca, como se pudesse ler minha mente.

"Isso parece adorável, obrigado." Eu assenti.

Nós a seguimos para dentro; as portas da frente se abriram para um vestíbulo circular com pisos de mármore branco e uma enorme escadaria em espiral decorada com luzes cintilantes e alguma vegetação.

Tinha que admitir que isso fazia a enorme sala da frente parecer aconchegante e menos intimidadora. Ruídos suaves vinham da sala de jantar à direita. Felizmente, as portas estavam fechadas, então pudemos passar despercebidos. A loira nos levou ao primeiro patamar das escadas, onde estavam nossos quartos. Eu tinha um quarto só para mim; Lucas e Cam estavam compartilhando o quarto ao lado.

"Espero que gostem de tudo." Ela deu um passo rápido para perto de mim. "Me avise se precisarem de algo." Ela pausou, diminuindo a voz. "A qualquer hora do dia ou da noite." Ela piscou e se voltou para as escadas, balançando os quadris inexistentes enquanto ia embora.

Uma vez que ela saiu de vista, Cam e Lucas começaram.

"A qualquer hora do dia ou da noite." Lucas piscou para mim e piscou os cílios.

"Nosso Alfa ainda tem isso, aparentemente." Cam falou num tom seco, mas um sorriso brincava em seu rosto.

"Não estou interessado", disse, indo abrir a porta do meu quarto.

"Se você não está, eu posso estar", Lucas disse, encolhendo os ombros.

"Ela é toda sua. O que você faz com seu tempo livre é com você. Eu não pretendo me divertir desse jeito neste fim de semana." Eu estava aqui para resolver um problema com um renegado e voltar para minha alcateia o mais rápido possível.

"Vamos lá, cara, até mesmo o Cam parece mais divertido agora." Cam deu um tapa na cabeça de Lucas, mas sorriu.

"Até daqui a meia hora, e então podemos acabar com essa noite." Eu os ignorei, abrindo a porta. Deixei-a entreaberta, e a comida chegou em minutos; fiquei impressionado.

Felizmente, estávamos perto do topo das escadas, então pude ouvir quando as pessoas começaram a se dirigir ao salão de baile. Assim que ficou claro que o jantar havia acabado, relutantemente fui para o quarto de Cam e Lucas e bati na porta.

"Vamos, garotos apaixonados" ,gritei através da porta.

Lucas abriu a porta com um sorriso largo, segurando uma garrafa de uísque. Então, seria esse tipo de noite. Suspirei, mas pelo menos não era tequila, não ficava bem para nenhum de nós três.

"Entre, Alfa." Lucas se curvou, abrindo a porta mais ainda.

"Nós estamos honrados em ser seus acompanhantes para este baile." Cam se curvou ao lado dele, tão baixo que quase caiu. Ambos riram e se levantaram. Cam já devia estar meio bêbado; ele deixava normalmente as brincadeiras para Lucas.

"Me tragam uma bebida e vamos descer. Não quero chamar atenção para nós." Olhei entre eles.

"Pelo contrário, nós queremos", Lucas disse, colocando o braço ao redor de Cam. "Bem, o Cam, não tanto." Ele fez uma careta para nosso Gamma. "Mas estou aqui para causar uma cena."

Revirei os olhos. "Desde que sua cena não seja desastrosa, estou de acordo." Peguei a garrafa de uísque de sua mão e dei um gole, sem me preocupar em usar um copo, e então a coloquei sobre a mesa e fechei a tampa, sinalizando que tínhamos terminado.

"Vamos lá, senhores?" Perguntei.

"Indubitavelmente", Lucas respondeu, os olhos brilhando.

"Você nem sabe o que isso significa" Cam ergueu uma sobrancelha para ele.

"É como dizer sim se você fosse um príncipe, eu acho." Ele retrucou, mas parecia confuso.

"Seu melhor comportamento, cavalheiros." Eu olhei entre eles, e Lucas gemeu, "Tudo bem, bem, pelo menos não o pior." Isso me rendeu um aplauso de Lucas, que deu tapinhas nas minhas costas e me conduziu para fora da sala.

Descendo as escadas, a maioria dos convidados estava se reunindo no saguão da frente, com as portas do salão ainda fechadas. Ótimo. Eles estavam buscando um momento impactante ao abrir o salão de baile. Eu estava acostumado com esse tipo de coisa quando minha mãe era a Luna, mas eu já estava irritado por deixar meu bando com avistamentos recentes de renegados; eu não me importava com as tentativas teatrais.

Enquanto descíamos as escadas, eu notei alguns olhares das lobas solteiras em nós, avaliando as três novas adições à festa. Eu não me importava se elas gostavam do que viam; eu não estava com vontade de nada casual, nada que não fosse minha companheira pela qual estava perdendo as esperanças de encontrar.

Atrás de mim, Lucas estava cumprimentando algumas delas, provavelmente com seu sorriso largo característico e uma piscadela ridícula. Eu lutei contra a vontade de bater nele.

Quando chegamos ao final dos degraus, uma garota veio até nós sozinha. Ela não parava de me encarar, e eu quase teria admirado a confiança dela se isso não me irritasse.

Foi quando eu senti o cheiro.