Episódio 05

1354 Words
Sinto minha mãe me dá um tapinha em minha mão. Sorrio para ela, e vejo em seus olhos o quão feliz ela está em me ver. Mãe: Ah, os médicos estão sempre se cara amarrada. Mas eu aguentei até agora. Ainda não vou desistir. - fala com um pequeno sorriso formado em seus lábios. Ela continua apertando minha mão, e aperta um pouco mais forte espremendo meus dedos que quase dói com tanta força que ela colocou. Mãe: Olha, eu sei o quanto você quer ir pra faculdade. Eu não quero que você desista desse sonho. Combinado? - vejo a tristeza em seus olhos com eles marejados. Meílin: Mãe, tá tudo bem. Existem coisas mais importantes pra mim do que a faculdade. - digo enquanto sinto algumas lágrimas caírem sobre meu rosto. Limpo meu rosto e tomo um susto. Mãe: Não! Não existe nada mais importante do que os sonhos do meu bebê. Nada! - ouço ela falar com um tom mais bravo. Meus olhos se enchem de lágrimas. Eu tento contê-las sem largar as mãos da minha mãe. Só que acabo falhando, e as lágrimas molham o meu rosto. Eu sei que não posso desistir da minha mãe, ela é tudo na minha vida. Meílin: Você é o meu sonho, mãe. Você melhorando. Esse é meu sonho. E vou trabalhar duro por quanto tempo for preciso para fazer isso acontecer. - falo de uma vez. Percebo minha mãe suspirar e eu já sei que ela vai discutir comigo. Querendo mudar de assunto, eu noto o vaso na mesinha ao lado dela. As flores estão secas e eu esqueci de trazer flores nova hoje. Meílin: Poxa, mãe, eu sinto muito. Eu esqueci de trazer flores novas hoje. - digo com a voz baixa e triste. Mãe: Ah, meu bem, eu não preciso de flores. Está tudo bem. - diz simpática. Meílin: Esta mesmo? Vou pedi para a enfermeira trocar. Percebo a enfermeira passando pelo corredor e começo a lhe chamar. Meílin: Enfermeira! Enfermeira Cooper! - vejo a mesma parar e me responder. Enfermeira: Sim? - pergunta. Meílin: Você pode buscar flores novas para minha mãe? Da lojinha de presentes? Enfermeira: Só um minuto. Eu já volto. - ela fala e vai embora buscar as flores. Fico conversando com minha mãe coisas aleatórias, e percebo que a enfermeira cumpriu com a sua promessa, em instantes ela voltou com um buquê maravilhoso, tão grande que esconde completamente o rosto rabugento dela. Sinto o cheiro delicioso antes mesmo dela entrar no quarto. Observo o quão lindo é esse buquê e ouço minha mãe falar. Mãe: Ah! Que lindas. - fala com um imenso sorriso nos lábios. A enfermeira Cooper coloca o arranjo enorme na mesa. Ela pega o outro que estava secas e antes de sair ela fala. Enfermeira: Vou está bem aqui se vocês precisarem de alguma coisa. - diz simpática e sai. Vejo ela indo embora. E quando viro meu rosto para olhar a minha mãe, vejo a mesma cheirando uma das flores com lágrimas em seus olhos. Mãe: Você nunca se dá conta de como as coisas são belas até saber que não resta muito tempo para aproveitá-las. - fala com tom triste. Meílin: Mãe… não fala assim. - estou com os meus olhos marejados. Mãe: É sério. Ninguém ama mais a vida do que aqueles que estão prestes a morrer. Tente viver assim antes que seja tarde demais. É o melhor conselho que eu possa lhe dar minha filha. - vejo ela com o rosto molhado. Meílin: Mãe, por favor… - já estou me segurando para não desabar aqui é a deixa mais triste do que já está. Mãe: E nem tente mudar de assunto Meílin. Eu estou falando sério sobre sua faculdade. Mesmo se demorar um pouco mais para juntar o dinheiro… - percebo o quão minha mãe está preocupada com meus estudos, enquanto ela está nessa cama e ainda se preocupa comigo. Meílin: Deixa isso pra lá, mãe. Eu não quero discutir. - falo tentando fazer ela esquecer um pouco disso. Mãe: Bom, então me conte mais sobre essa festa onde você estava. Era da Michelle? Lá no Brandon? O Jacob foi? - ainda bem que ela mudou de assunto. Meílin: Ah, bem… Foi bem… interessante. Para ser sincera, fiquei meio feliz por você ter pedido para a enfermeira me ligar. Não sei se eu teria ido se essa garota não tivesse esquecido o colar na conveniência e eu tivesse que… Aí, que inferno. - estava contando a minha mãe como estava na casa da Vicky até que eu me lembro que eu esqueci de entregar o colar. Mãe: O que foi? E olha como fala!! - minha mãe me repreende pela forma como falei. Meílin: Esqueci de devolver o colar pra ela! - digo de uma vez. Mãe: Ah, mas você pode devolver depois. - minha mãe tenta me acalmar. Meílin: Aí, sim, mas é que… é muito caro e eu estou meio que com medo de alguém me acusar de ter roubado ele. - falo receosa. Mãe: Quem diria uma coisa dessas? Eu, hein. Enfim, eu tenho certeza que não deve valer tanto assim. - ouço tudo que minha mãe fala, e vou mostrar o colar para ela. Tiro o colar do bolso da bolsa que eu estava e mostro para minha mãe. Meílin: Só sei que se isso fosse meu, eu adoraria que me devolvessem… - realmente o colar é muito lindo. Sem aviso e com um movimento muito mais rápido do que eu possa esperar, minha mãe pega o colar das minhas mãos. Meílin: Ei… - digo e olho para ela e vejo que ela está um pouco agitada. Mãe: Onde foi que você arranjou isto?! - pergunta, mas eu acabei de explicar. Meílin: Já falei, uma garota esqueceu… - antes que eu possa concluir ela me corta. Mãe: Que garota? Da onde? Qual casta?! - de onde minha mãe tirou tanta pergunta é porque esse nervosismo. Fico em choque. Eu nunca ouvir minha mãe mencionar as castas antes. Jamais. Ela sempre fingia que o sistema não existia. Então resolvo responder suas perguntas. Meílin: Uma garota, a Vicky… Ela é de uma vasta alta. Eu vou devolver, prometo. Vou fazer isso agora mesmo! - digo para tentar tranquiliza-lá. Mãe: Vicky…? Não… Não! Jogue isso fora! Finja que nunca viu isso! E fique bem longe dela! - percebo a irritação no tom da minha mãe, ela está com raiva. Meílin: Mãe, você está bem? Calma! - digo tentando acalma-lá. Aí, Deus, ela está péssima. Ela parece estar prestes a desmaiar. Me desespero e começo a gritar. Meílin: Enfermeira! Enfermeira! Enfermeira Cooper, vem aqui! - me viro para minha mãe e digo: Mãe, me devolve o colar e não se preocupe com isso. - percebo ela mais alterada. Percebo ela juntando tudo que lhe resta de forças, e vejo minha mãe atirar o colar do outro lado do quarto. E ouço a mesma falar em um tom mais baixo é triste. Mãe: Como eles encontraram meu bebê? Como? - ela fica repetindo isso é de repente eu vejo ela revirar os olhos e cai para trás na cama, me desespero mais ainda e começo a gritar. Meílin: Mãe? Mãe! MÃE! Alguém, por favor, socorro! AJUDA! - fico desesperada com tudo que tá acontecendo. A enfermeira Cooper entra correndo com dois médicos logo atrás. Enfermeira: Sai da frente! - ela fala com os olhos queimando. Vou saindo da frente para não atrapalhar nada, e fico chorando em um canto do quarto, quando percebo que eles se amontoaram em volta da cama, bloqueando a minha visão, e começam a conectar todos os tipos de equipamentos médicos estranhos nela. Meílin: Mãe? Mãe! Enfermeira Cooper, ela vai ficar bem?! - pergunto com meu rosto todo molhado. Percebo a enfermeira me olhar por cima do ombro. Ela não parece está zangada. Parece triste. Até mesmo com pena. E é quando eu escuto eles falando baixo. Médico1: Eu não estou sentindo pulso… Médico2: Enfermeira, prepare o desfibrilador… rápido…
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