MARIA ALICE
Tomo um banho e visto um dos muitos pijamas confortáveis e que tenho no meu closet, a verdade é que tenho um guarda-roupas de milhões a minha disposição e não me animo com isso, sempre vestir o que me deixa confortável e o que me faz sentir bem sem me importar com a grife.
A uma semana desde que me casei com Maximiliano me tornando a senhora King, estou vivendo em sua mansão, em seu mundo e confesso que muitas vezes me sinto perdida nesse mundo tão luxuoso e diferente do meu, eu não escolhi nada disso, eu não escolhi está casada e nem viver como estou vivendo, tinha minha vida e fui obrigada a me casar e não pretendo ficar aqui por muito tempo.
A verdade é que tenho um ano para programa minha vida, estou carregando um bebê e não posso pensar apenas em mim, a verdade que agora quem menos importa no momento sou eu e sim meu filho, não posso colocar sua vida em risco sabendo que ele é filho de um dos médicos mais ricos do pais, preciso prioriza a segurança do meu filho e um ano é o prazo que estipulei para me divorciar e conseguir poupar dinheiro para morar num lugar confortável e seguro.
Desço mais cedo que o comum para tomar meu café da manhã, a verdade é que sempre que acordo tem uma mesa maravilhosa posta a minha disposição e eu só preciso sentar e comer, mas hoje sentir vontade de preparar meu próprio café da manhã e por isso acordei cedo, a casa é enorme e demoro um tempo razoável para chegar a cozinha, nunca me acostumo com essa cozinha, tudo brilhando em aço, equipamentos modernos e parece até cozinha de restaurante, passo um tempo no youtube aprendendo com usar o fogão, decido fazer um ovo mexido com queijo e coloco cenoura ralada dentro, tomate e uma colher de requeijão e finalizo com orégano, quando estou esperado a água que coloquei no fogo ferver para fazer meu chá, a chefe de cozinha entra, sempre vestindo sua Dólmã branquíssimo e com um chapéu de cozinheira na cabeça, ela entra trazendo varias e varias sacolas na mão.
__ bom dia!
A cumprimento e ela me olha confusa.
__ bom dia senhora King, desculpe-me! Se eu soubesse que tomaria café da manhã mais cedo, teria feito tudo antes.
Ela fala se justificando.
__ Ah está tudo bem não se preocupe, eu queria fazer meu café, eu gosto de cozinhar!
A água ferve e eu preparo meu chá, então resolvo puxar conversa com a mulher.
__ faz tempo que você trabalha para o Maximiliano?
__ vai fazer quase dois anos, eu era de chefe de cozinha de um renomado restaurante que o Senhor King frequentava, ele sempre apreciou minha comida, até que um dia me fez uma proposta irrecusável, dobrou meu salario e me contratou para fazer suas refeições pessoais!
Ela fala e eu fico escutando.
__ O melhor que a noite eu estou livre e trabalho em um outro restaurante, mas logo estarei abrindo o meu próprio restaurante.
__ fico feliz por você, sua comida é muito boa!
A elogio e ela realmente faz comidas deliciosas.
__ Obrigada Senhora King!
Meu chá fica pronto e decido por comer na cozinha.
__ Qualquer dia desses eu vou fazer o almoço, eu sou brasileira sabe? e amo a comida do Brasil, sei fazer uma feijoada maravilhosa!
__ Acho que o Doutor nunca comeu feijoada ou algum tipo de comida brasileira, ele sempre pede cardápio francês.
A mulher fala e sinto mais vontade ainda de comer uma boa feijoada.
__ se eu fizer a lista de ingrediente você pode comprar para mim?
__ claro que sim senhora King!
__ pode me chama só de Alice.
falo me sentindo incomodada ao ser chamada pelo sobrenome dele.
__ Desculpe senhora King, mas o doutor não aprovaria isso!
Faço uma careta e percebo que aqui todos seguem ao pé da letra as ordem de Maximiliano.
Tomo meu café da manhã e depois faço uma lista com tudo que preciso para preparar a feijoada, inclusive carne para churrasco, volto para o quarto e lembro que hoje é o dia que o Maximiliano será homenageado e será televisionada e ele diz que preciso ir com ele, a verdade é que eu não preciso nada, não vou fazer o papel de esposa troféu, ele que se vire e dê a desculpa que bem entender para minha ausência! Não posse negar que ele fez algo memorável, colaborou com a prisão de um criminoso de alta periculosidade, e mesmo o admirando por sua coragem não consigo esquecer o que ele fez para mim, nunca me deu direito de escolha, me forçou a ser sua amante quando ainda era um homem casado, brincou com meus sentimentos e me jogou num mundo perverso, não posso simplesmente esquecer tudo isso e ir com ele hoje comemorar como se fossemos um casal perfeito, é mais do que posso fazer.
Ao me lembrar que o Ângelo me fez de i****a sinto uma raiva imensa, ele era o responsável por tudo e me usou para tentar prejudicar o King, hoje ele poderia ter conseguido escapar da policia e a culpa seria toda minha, mas tenho que reconhecer que graças a astucia do homem com que me cassei ele foi preso e seu rosto está e todos os lugares, desde TV a jornais e internet e espero que Ângelo apodreça na cadeia, nunca mais quero saber noticias dele.
Pego meu notebook e fico na cama estudando um pouco, depois de estudar por quase duas horas me levanto e vou até a janela de onde vejo uma piscina gigantesca e sinto uma vontade enorme de nadar um pouco, vou até o closet ver as coisas que trouxe comigo, trouxe alguns biquinis todos comprados no Brasil.
Escolho um biquini vermelho e ele é cortininha na parte de cima, a parte de baixo e meio fio dental, mas aqui é privativo e ninguém vai me ver, coloco um vestido por cima do biquini e vou para piscina.
A água tem aquecedor e está numa temperatura perfeita, nado até me cansar e quando isso acontece saio da piscina e me deito em umas das enormes cadeiras que tem aqui, me deito de frente e aproveito para mexer no celular, mando mensagem para minha mãe e depois para minha amiga Ashley que responde de imediato, ela diz que quando passar a lua de mel quer vim a minha casa me visitar, e eu reviro os olhos, grande lua de mel eu estou vivendo! Se ela soubesse que meu casamento é de fachada. Me deito de costas e acabo dormindo, acordo com uma funcionaria me trazendo uma enorme bandeja com frutas e uma jarra de suco.
__ achei que a senhora gostaria de comer e se refrescar um pouco.
__ Obrigada!
Agradeço e a mulher se vai, me sento e realmente sinto fome, como umas cranberry e mirtilo, também tem morangos e framboesa, não tenho duvidas que as frutas aqui nessa casa são escolhidas a dedos uma a uma, todas muito saborosas, tomo um copo de suco e decido voltar para o quarto, não encontro com Maximiliano nenhuma hora na parte da tarde e isso é ótimo pois não quero ficar perto dele.
Quando chega a hora de ir trabalhar, vou no meu carro e sei que sou escoltada, pois vejo sempre dois carros atrás do meu, após meu casamento muitas pessoas aqui no hospital me olham diferente e até com receio, sei que para todos agora eu sou a esposa do homem mais importante desse hospital, mas a verdade é que eu sou a Alice, apenas a Alice.
Faço meu trabalho sempre com muita atenção e dedicação, tentando passar conforto aos que sofrem e lhe dando esperança de cura, fecho a porta saindo de um quarto onde estava atendendo um paciente, e ainda estou com a prancheta na mão e vou andando lentamente sem olhar para frente, fazendo as últimas anotações, então eu trombo com alguma coisa grande e dura e quase caio no chão! Quase, mas fui amparada por braços fortes e longos.
__ Desculpe senhorita eu a machuquei?
Olho para cima e deparo com um homem alto e loiro com olhos de um azuis muito bonito.
__ não, eu estou bem!
falo me soltando dos seus braços.
__ mais uma vez peço desculpas!
__ imagina, eu que estava desatenta sem olhar para frente!
__ eu me chamo Miller, Carter Miller!
Ele me estende a mão ao mesmo tempo que abre um sorriso bonito.
__ Eu sou...
__ Alice, Doutora Alice!
Antes que eu fale meu nome ele mesmo fala olhando para meu nome bordado em meu jaleco.
__ Isso mesmo, Alice!
Confirmo sorrindo de volta para ele e apertando sua mão
__ encantado em conhecer uma senhorita tão bela!
Então ELE aparece e o ar fica denso no mesmo segundo.
__ senhorita não, SENHORA!
Maximiliano surge atrás de mim e volta a falar como se tivesse irritado.
__ Vejo que já conheceu a Senhora King, Minha esposa!
A forma ameaçadora como ele fala, a maneira como sua voz sai ao usar o pronome possessivo, como se eu fosse dele me irritada e para evitar de dar um showzinho aqui dizendo que não sou sua esposa, porque a verdade é que mesmo estando casada com ele, eu não me considero sua esposa e não vai ser um papel assinado que vai me fazer sentir o contrario, ele não é meu marido, decido ir embora.
__ me deem licença, preciso ir!
Não me dou nem o trabalho de olhar para cara de Maximiliano, mesmo sabendo que seus olhos estão fixos em mim, sinto seu olhar penetrar minha pele e odeio sentir isso, odeio ter que pertencer a ele de alguma forma, mas eu me livraria dessa situação em breve.
Continua...