Capítulo 2

1693 Words
Acordei com uma vontade irresistível de vomitar. Saí do sofá em que estava, sem ver completamente onde estava pisando e acabei tropeçando cegamente no escuro. — Ai. — Margo gemeu quando meu pé bateu nela. — Desculpe. — Murmurei apressadamente, antes de mergulhar em direção ao banheiro dela. No segundo que levei para levantar a tampa do vaso sanitário, o gosto forte de vodca queimou na minha garganta antes de sair dos meus lábios com tanta força que tive certeza de que minha garganta estaria no vaso sanitário quando eu terminasse. — Nunca mais vou beber. — Eu choraminguei e descansei minha cabeça no assento. Isso foi nojento. Finalmente cheguei ao fundo do poço. Pelo menos o único lugar para ir a partir daqui era para cima. Margo gargalhou na sala, seguida pelo som dela lutando com o cobertor. — Isso é o que você sempre diz. Levante-se e brilhe, querida. Hoje é um novo dia e vamos nos meter em alguns problemas. — Eu não vou a lugar nenhum. — Ah, sim, você vai. — Não. — Eu rebati, antes que outra onda de náusea perfurasse meu estômago e eu me abaixasse, botando novamente para fora a bile no vaso. — Apenas me deixe aqui para morrer. Já me sinto como se estivesse morrendo. — Você sabe o que dizem: um café da manhã gorduroso é a cura para uma ressaca. — Ela falou enquanto entrava no banheiro. Olhei para ela enquanto ela se observava no espelho. — Eu te odeio. Por que você nunca tem ressaca? — Eu sou abençoada. — Ela encolheu os ombros antes de se virar para mostrar a língua para mim. — Essa garota sabe como segurar a bebida. — Droga... — Limpei a boca e lutei para me levantar. — Então isso significa que você vai preparar um café da manhã gorduroso para mim? Eu estava esperançosa. Margo era uma ótima cozinheira, mas odiava cozinhar. Ela passou os dedos pelos seus cachos loiros malucos e esfregou os olhos, antes de se virar para mim com um olhar solidário. Ela colocou a mão no meu ombro e estalou a língua para mim. — Tsk, Tsk, Tsk... Claro que não. Vamos sair! — Ugh! Você é um monstro. — Eu gemi e a empurrei para o lado. — Vá para que eu possa lavar as mãos e enxaguar a boca com todo o frasco de enxaguatório bucal. A bebida tem um gosto nojento quando sobe em vez de descer. — Tem um cheiro nojento para aqueles ao seu redor. — Ela respondeu sarcasticamente e revirou os olhos. — Depressa. Quero sair em vinte minutos. — Você tem um encontro ou algo assim? — Com um prato quente de panquecas, você sabe que sim. — Eu não pude deixar de sorrir. Ela era obcecada por panquecas. O tipo de garota que você poderia levar a um restaurante caro e ela perguntaria se eles tinham panquecas. Eu tinha certeza de que era uma doença. Esfreguei minhas mãos vigorosamente antes de enxaguá-las. Eu toquei naquele assento do vaso sanitário e a última coisa que queria eram os germes de uma de suas conquistas sexuais sobre mim. Peguei a barra de sabonete e ensaboei as mãos mais uma vez, antes de esfregar toda a sujeira e a maquiagem que esqueci de tirar do rosto. Meu rímel vazou abaixo dos meus olhos e eu parecia uma prostituta. Depois de enxaguar o rosto, a boca e limpar a maquiagem, me examinei no espelho. Meus suaves olhos azuis estavam vermelhos e inchados. Meu nariz estava rosado e minha pele empalideceu substancialmente. Não havia como eu fingir que estava bem. Tudo o que alguém precisava fazer era olhar para mim para saber que eu estava arrasada. Meu cabelo castanho claro liso agora estava rebelde, espetado em várias direções, sem vontade de ser domesticado. Eu amarrei e tirei do meu rosto. — Apenas respire, Jenna. — Eu me lembrei. Quando tudo ficava tão agitado, eu prendia a respiração, com medo de lidar com meus problemas. Eu não estava apaixonada por Josh, mas doeu vê-lo jogar fora algo que construímos com tanto esforço com tanta facilidade. Como se eu não fosse nada para ele, como se os últimos seis meses não tivessem significado nada. Engoli o nó na garganta e descansei as mãos na lateral da pia. Meus dedos estavam ficando brancos enquanto eu tentava me equilibrar. — Você não precisa daquele maldito i****a. — Você está certa. — Margo acrescentou, encostando-se na porta. — Você está melhor sem ele. Você sempre esteve. Ela me ofereceu uma calça jeans e uma camiseta. Felizmente, éramos do mesmo tamanho. Aceitei com um pequeno sorriso e suspirei. — Apenas olhe pelo lado positivo. Agora você não precisa ir conhecer a avó estúpida dele. Você pode se divertir muito comigo naquele show. Sufoquei minha risada e balancei a cabeça em desaprovação para ela. — Você sempre sabe ser otimista, não é? — É um presente. Agora vista-se, para que eu possa comer. — Ela colocou as mãos na barriga dramaticamente e gritou. — Vou morrer de fome, Jenna, juro por Deus que vou morrer de fome. — Tudo bem. — Eu a expulsei do banheiro. — Você continua me distraindo. Mas no fundo eu estava grata pela distração. Eu gostei disso. [...] — Você é simplesmente paranóica. — Margo comentou antes de dar outra mordida enorme nas panquecas. Olhei ao redor do restaurante e tomei um gole rápido do meu café. Durante todo o caminho até aqui, enquanto caminhávamos, jurei que estávamos sendo seguidas. O mesmo carro passou por nós pelo menos quatro vezes. — Eu não sou! — Eu respondi defensivamente. — O mesmo sedã preto com vidros escuros passou por nós várias vezes. — Talvez eles estivessem perdidos. — Ela resmungou antes de tomar um gole de suco de laranja. — E talvez eu seja homem. — Você está sendo dramática demais. Apenas se acalme. Cruzei os braços sobre o peito e recostei-me na cadeira. Suspirei. Ela estava certa. Eu estava me sentindo m*l desde ontem e tirando as coisas do contexto. e******o Josh. Era horrível como uma pessoa poderia arruinar totalmente sua vida em questão de segundos. Meu telefone vibrou contra minha coxa e eu o puxei antes de colocá-lo sobre a mesa. O nome de Josh apareceu claramente na tela frontal e Margo olhou com expectativa entre o telefone e eu. — Você vai responder isso? — E dizer o quê? — f**a-se! — ela disse. Eu ri, sem humor, e esfreguei meus braços quando um calafrio passou por mim. Eu não podia falar com ele, porque sabia que, quando o fizesse, iria desabar. Eu não queria que ele tivesse a satisfação do meu colapso. — Você sabe que é sempre bem-vinda para ficar comigo. "Eu poderia voltar para os meus pais". Pensei na ideia e rapidamente a descartei. Não havia como isso acontecer. Eu amava meus pais, mas viver sob o mesmo teto que eles praticamente me levou à loucura. Foi como pisar em ovos, quando você finalmente é adulto, mas nada muda. Você ainda precisa seguir as regras deles e sente que continuará sendo uma criança pelo resto da vida. — Estou contando com isso. — Ela sorriu e continuou comendo. O som da campainha tocou quando alguém entrou na lanchonete, levantei meu olhar apenas para encontrar o homem familiar da cafeteria ontem, Luke. Sorri educadamente, esperando que ele me notasse. Seu olhar passou por mim e, sem sequer um aceno respeitoso de cabeça, ele se virou para a garçonete atrás do balcão. Talvez ele não tenha me reconhecido. Margo estava muito ocupada comendo e olhando para o telefone para notar sua entrada. Eu o observei de perto. O rosto da garçonete pareceu se iluminar com o reconhecimento antes de ela desaparecer na cozinha. Ele olhou ao redor da lanchonete novamente e parou quando seus olhos pousaram em mim. Corei e olhei para minhas mãos. Ele ainda era incrivelmente atraente e eu agora estava ironicamente solteira. Eu poderia olhar e flertar o quanto quisesse. Inferno, se eu quisesse montar em seu p*u no banheiro da lanchonete, eu poderia. Eu ri com o pensamento. Eu precisava de um pouco de sexo cru, eu estava desesperada por algo selvagem. Algo que me consumisse mentalmente e fisicamente para que o nome de Josh deixasse de existir em minha mente. Talvez eu estivesse ficando fora de controle. Eu não percebi que Luke estava vindo até a nossa mesa até que ele já estivesse na frente dela. — Prazer em vê-las novamente, senhoras. — Ele disse. Margo sorriu com as bochechas cheias de panquecas, fofa. — É engraçado ver você aqui.— Eu disse. — Da mesma maneira. — Ele adicionou. — Só estou pegando uma caixa de donuts. É o melhor que existe. Margo concordou com a cabeça. — Então, o que vocês duas estão fazendo hoje? — Ele parecia genuinamente curioso. Meus olhos foram para seus lábios enquanto sua língua se lançava contra o lábio inferior. Tão convidativo. Ele usava um suéter cinza e jeans. — Bem, estou ocupada. — Margo disse. — Mas Jenna aqui é totalmente livre. Lancei-lhe um olhar do outro lado da mesa. Ela estava sempre tentando entrar na minha vida s****l, e às vezes era insuportável. Luke riu e passou a mão pelos cabelos escuros. — É verdade? — Sua voz era sedutora com um toque de perigo. — Sim, ela está pronta para qualquer coisa. — Chutei Margo por baixo da mesa e observei satisfeita quando ela gritou. — Como? — Uma aventura. Qualquer coisa é tudo. — Margo interrompeu antes que eu pudesse pronunciar uma palavra. — Eu desejo... — Bem, tenha cuidado com o que você deseja. — Seus olhos escuros fixaram-se nos meus com tanta intensidade que desviei o olhar. A garçonete o chamou. — Preciso ir. É sempre um prazer encontrá-la, senhorita Martini. — Seus lábios se abriram lentamente em um sorriso gigante que me assustou, antes dele voltar ao balcão, pegar a caixa que lhe foi oferecido e desaparecer. Franzi as sobrancelhas em confusão. — O que? — Margo perguntou. — Eu nunca disse a ele meu sobrenome.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD