Capítulo 03

1121 Words
Sua tosse e sua respiração pesada, era possível ser ouvida do corredor principal da casa grande. Santiago havia tido uma noite difícil, e não era novidade para todos que viviam de baixo de seu teto. Para Almerinda, era música em seus ouvidos. "Que morra logo!" Essas palavras se tornaram costumeiras em seus pensamentos, e até mesmo em seus lábios cruéis. _Hugo.._ Santiago chamou ofegante_ HUGO! A porta foi aberta e seu ajudante pessoal entrou as pressas. _Senhor_ O rapaz avaliou o estado físico do patrão, e sentiu pena. Estava pálido. _Me ajude a levantar_ Hugo não se moveu. Ficou se perguntando se realmente era uma boa ideia, ajudá-lo a se levantar, parecia tão cansado. Muito diferente de como havia chegado no dia anterior_ Você está surdo. Me ajude a me levantar. _Acha que é prudente, patrão?_ Santiago o olho feio, fazendo Hugo se arrepender do que disse_ Digo, não teve uma boa noite de sono...seria melhor.. _Você não é pago para opinar Hugo._ Santiago forçou um sorriso debochado_ Agora, se já acabou de dar seu diagnóstico...me ajude a me preparar para o café da manhã. Quero ir para o jardim! E outra vez, ele pensou em rosas. Um fato curioso, era que ele havia sonhado com a vendedora de flores. "Séria o plano perfeito. Almerinda irá se arrepender até o fim dos seus malditos dias, por desejar a minha morte" Ele sorriu. Hugo o auxiliou a se preparar para o longo dia que viria. _Me responda, Hugo_ Ele se vira para o rapaz_ O que sabe sobre...a vendedora de flores daqui do povoado. _Júlia Vallencia?_ Santiago ergue as sobrancelhas, ao ver o entusiasmo de seu ajudante. Hugo se recompôs_ Não sei muito na verdade patrão. Só que o todos sabem, que foi namorada de seu irmão.. _Heitor não é meu irmão!_ Santiago diz rispidamente_ Continue. _Bom...e que ela e seu Heitor, foram noivos por um curto tempo. A senhora Almerinda a odeia mas nenhum de nós sabe o motivo_ Santiago ouvia tudo atentamente_ Mas se o senhor realmente quiser saber sobre ela, fale com o Sabiá...ele costumava ser o mensageiro do senhor Heitor. _Quem é esse.. Hugo fechou a gaveta da cômoda. _Ele é um dos peões da fazenda. Se quiser saber de Júlia Vallencia, ele é a pessoa certa. Santiago saiu do quarto a passos lentos. A noite não havia sido boa, dormiu muito m*l e seu humor estava péssimo. Os empregados faziam de tudo para não atravessarem seu caminho. No Jardim da casa grande, a mesa redonda de pedra estava pronta. Santiago se sentou, e observou tudo a sua volta. _Onde estão todos. Santiago pergunta a Hugo. _Dona Almerinda está no jardim em frente a fazenda, o senhor Heitor viajou para a capital com a esposa. Hugo viu o patrão sorrir debochado. _Qual sua opinião, Hugo, em relação a escolha de Heitor. O rapaz pensou em silêncio, se deveria dizer realmente sua opinião. Ele resolveu que era melhor não. _A senhorita Monteiro é uma boa pessoa. Santiago deixou escapar uma risada grossa, e passou a mão esquerda no cabelo. _Diga sua, verdadeira opinião Hugo, não tenha medo. Não me importo se ira desfavorecer, Mercedes Monteiro. Hugo olhou de canto, e deu um sorriso discreto. _Só um louco trocaria Júlia patrão. É a mulher mais bonita do povoado inteiro! Santiago parou de sorrir, e ficou em silêncio...pensativo. Enquanto Santiago tomava seu desjejum no jardim dos fundos, Almerinda conversava alegremente com Maura Monteiro. O caminhão de Rosalinda parou em frente ao portão principal da fazenda Monterrubio, e Júlia desceu veículo em completo ódio. _Quero falar com Almerinda_ Ela passa pelo portão, mas é barrada por um dos peões_ Ou você chama ela agora...ou passo por cima de você. _Está invadindo a propriedade senhorita_ O homem tenta argumentar_ A senhora Almerinda está ocupada agora. Júlia o empurrou o tirando de seu caminho, mas o peão segura em seu braço fazendo Júlia o chutar entre as pernas. O homem se debruçou de dor, enquanto a jovem de vestido branco caminhava apressada até a casa grande. _Quem você pensa que é, para proibir meus clientes a fazerem negócios comigo_ Almerinda se assustou, havia sido pega de surpresa. _Como se atreve a entrar na minha propriedade_ Almerinda a olhou com nojo. Júlia sentia tanta raiva, que sentia uma vontade absurda de arrastar Almerinda pelos cabelos por todo o povoado de São Miguel. _Você não tem o direito de se meter... _Eu faço o que eu quiser nesse povoado_ Almerinda a interrompeu. _VOCÊ NÃO É DONA DESSE LUGAR_ A mulher recuou, ao ver o descontrole de Júlia_ Não passa de uma pobre coitada, se sustentando as custas de um enteado moribundo...rezando para que ele morra logo. _CALA BOCA! Almerinda gritou enfurecida. _NÃO ME CALO! Se voltar a se meter nos meus negócios eu juro por seus que... _O que?_ A mulher sorriu como um demônio_ Vai jogar terra em mim? Acha mesmo que suas ameças me assustam? Escute sua garota burra. Pegue sua irmã chechelenta, e sua mãe inútil... Almerinda não teve tempo de terminar a frase. Júlia acertou um tapa em seu rosto com tamanha força, que fez a mulher rodar quase caindo sobre a mesa. Santiago chegou no exato momento da agressão. _A MINHA FAMÍLIA, VOCÊ NÃO VAI OFENDER! _ Júlia foi segurada pelo peão que veio correndo. _Vou queimar suas malditas flores...até virarem cinzas_ Almerinda diz, massageando a lateral do rosto_ Ou sai de São Miguel...ou.. _Ou, o que _ Santiago diz. Todos se viram em sua direção. Santiago foi encarando por àqueles grandes e lindos olhos verdes._ Desde quando você manda em alguma coisa nesse lugar, sua víbora. Almerinda se recompôs, e encarou Santiago. _Sou a viúva do seu pai. Santiago riu. _Você não passava de uma qualquer, que esquentava os lençóis dele. _Santiago.._ Maura murmura perplexa. _Cala boca!_ Ele volta sua atenção para Almerinda_ Não se esqueça, que vive aqui por caridade...por pena. Almerinda tinha o mais puro ódio em seu olhar, e se retirou do jardim, com Maura em seu encalço. Júlia se vira para ir embora. _Quero falar com você. Santiago a chama, a fazendo parar. _Não tenho nada para falar com você_ Ela o responde com rispidez. _Tenho uma proposta de negócios, e se for esperta...vai aceitar. Júlia se virou lentamente e o encarou nos olhos. _Acha mesmo que quero ter algum tipo de negócios com você? Santiago estava sério. _Se quiser dar um futuro melhor pra sua família... _Eu não me vendo!_ Júlia se aproximou, ficando cara a cara com ele. Santiago sorriu de lado. _Todos tem um preço, Júlia...até você. Seus olhos verdes o fitaram por alguns. segundos. _Quer comprar flores? Seu tom de voz saiu debochado, e isso divertiu Santiago. _Quero que se case comigo!
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