Em suas mãos - Alex

Uma boa amiga

Alex

Como pode uma mulher que eu nem conheço estar mexendo com a minha vida desse jeito?

Eu me peguei no apartamento pensando no que diria a Markus para poder ficar em casa, ele e Melissa teriam um jantar para ir, eu tenho trabalho a fazer então poderia unir o útil ao agradável, ajudo minha vizinha e também consigo ficar em casa cuidando doa assuntos importantes.

Seria isso então, Markus não me negaria isso, ele tem uma boa equipe para fazer sua p******o, eu não farei falta e também não serei mais útil lá do que aqui!

Dei uma olhada no armário e no freezer para ter alguma ideia do que faria para ela amanhã, eu não vou deixar que fique comendo porcarias quando eu tenho um estoque para alimentar um batalhão em minha casa.

Um risoto de camarão, ela não pode tomar vinho porque está tomando remédio, mas creio que uma salada caesar e o risoto serão suficientes para deixá-la satisfeita.

Na manhã seguinte, fui para empresa de bom humor, mas muito confuso com tudo o que anda acontecendo. – Você está um pouco estranho, seu bom humor cotidiano tem ficado distante. – Markus comentou. – Algo que eu possa ajudar?

Eu queria falar para ele, mas sei que Melissa tem envenenado a mente dele que eu preciso de uma namorada, ela é terrível quando põe algo na cabeça, se eu falar para ele e ele comentar com ela... ela terá um arsenal de perguntas e expectativas. Melissa é uma romântica, e eu não quero alimentar isso.

Guardei para mim com a desculpa de que estava com a cabeça atolada de coisas, pensando nos problemas com o tal desconhecido, não gosto de mentir para o meu irmão, mas não quero acabar decepcionado eles dois e meus tios, sei que eles esperam o melhor para mim e sei que eu não vou bater suas expectativas.

Informei a Markus que iria trabalhar de casa, e ele concordou com meu ponto de vista, é raro que discordemos de algo.

Voltei para casa a tempo de preparar o almoço para minha vizinha.

Acabo de perceber que eu ainda não sei o nome dela... não acredito que ainda não nos apresentamos, a tia teria vergonha de mim.

Preparei o risoto e a salada, separei um vinho para mim, mas colo ela não poderia tomar peguei um suco e deixei o vinho para depois, para quando ela pudesse... – d***a! Desde quando começamos a fazer tantos planos para o depois Alex? Se oriente...

Assim que estava quase pronto eu fui até o apartamento dela chamá-la, gostei de vê-la comer, uma coisa nada e*****a, mas que conseguiu me deixar atiçado.

Bati na porta e me surpreendi quando ela abriu e o médico que tinha visto estava lá mais uma vez. – Ah, desculpa, estou atrapalhando... – Travei a mandíbula quase trincando. – Nos falamos depois.

– Não, não, você não está atrapalhando, o doutor veio apenas trazer meu carro, como eu não consegui dirigir ontem ele acabou ficando no hospital. – Me deu um sorriso sem graça. – Pode entrar.

– Então você não vai almoçar comigo? – Ele se levantou e veio para a porta. – Como você vai ficar cozinhando? Melhor irmos almoçar fora.

Algo um tanto animalesco dentro de mim queria agarrar aquele engomadinho pelo pescoço e só soltar quando o visse ficar violeta. – Na verdade eu estou cozinhando para ela, não deixaria que ela ficasse sem se alimentar direito.- Olhei para ela mais uma vez. – O almoço está pronto, risoto de camarão, eu duvido que você se arrependa de comer.

Ela me olhou com o rosto vermelho. – Não é necessário que fique sempre fazendo isso, não quero ficar te dando trabalho. – Ela fica tão linda envergonhada quanto fica quando sorri.

Abri um sorriso largo para ela. – Isso não me incomoda nem um pouquinho. Vamos, se quiser pode vir também doutor, fiz o bastante para nós três.

Para ser bem honesto, eu realmente quero que ele aceite, não foi apenas por educação, quero entender qual é a desse cara.

– Não, fica para a próxima.

– Ah, não faça desfeita, já estamos todos aqui, e sei que ainda não almoçou, então vamos. – Ele me encarou, pude ver seu brilho sumindo, e não sou nenhum anjo, eu gostei de ver isso.

Ela aceitou e agradeceu o convite. – Bem, então vamos...

– Vamos, vai acabar esfriando. – Os guiei até meu apartamento, a mesa estava posta com apenas dois pratos, fui ate a cozinha para pegar o que faltava para ele.

Os dois se sentaram, eu servi minha vizinha e deixei que o médico colocasse o quanto ele come. – Então vocês trabalham muito juntos? – Eu estava bastante interessado na proximidade dos dois.

– Na verdade eu trabalho com muitos médicos no plantão, não temos como escolher. – Ela me respondeu rapidamente.

Vi quando uma sombra passou pelo rosto dele rapidamente. – Sim, somos em muitos, mas eu gosto de trabalhar com ela, é muito aplicada, excelente em muitos aspectos. – Ele sorriu levemente olhando na direção dela. – Mas e você? O que faz? – Se virou para mim com um ar de desafio. Eu adoro um bom desafio.

– Ex militar, fiz parte de um esquadrão, peguei minha dispensa e agora trabalho em uma multinacional.

– E o que um ex militar pode agregar em uma empresa de grande porte, não quero ofender, mas o lance de vocês é mais a força bruta. – Ele está tentando me ofender, me diminuir, ele não vai fazer isso.

– O dono da empresa era líder do meu esquadrão, acredite, nós conseguimos agregar em muitos pontos. – Sorri. – Ele pelo menos deve agregar muito para ter tamanho império. Eu sou um mero funcionário.

– Hummmmm. – Eu estava tão concentrado no b****a, que não prestei atenção a ela, quando ouvi ela se deliciando com o risoto me virei instantaneamente. – Minha nossa, isso é delicioso, acho que eu nunca comi nada tão bom quanto isso aqui! – Engoli seco.

– Realmente, você cozinha muito bem, eu sou péssimo, sou melhor como cirurgião, ou uma coisa ou outra, não é mesmo? – Ele está mesmo tentando me irritar.

– Eu consigo ser bom em muitas coisas, não sou tão limitado. – Ela estava em silêncio, apenas olhando o toma lá da cá entre mim e o doutorzinho.

Ela comeu bem e repetiu o prato, fiquei muito fiz de vê-la comendo tão bem. – Bem, estava tudo muito bom, mas eu preciso ir, não pretendia ficar assim tanto tempo. – Olhou para ela pedindo que se cuidasse e eu o acompanhei até a porta. – Obrigado por estar cuidando dela, fico mais tranquilo por sabe.

– Não por isso, para mim é um prazer. – Vi sua mandíbula ficando tensa. – Até a próxima.

Ele saiu e eu voltei, ela ainda estava terminando. – Está com bastante apetite. – Comentei impressionado.

– Eu vou acabar engordando muito nesses dias, sua comida é muito boa, o que você faz? Segue alguma receita?

– Não, são coisas que eu já comi em algum lugar e acabei tentando reproduzir em casa. – Dei de ombros. – Aquele médico gosta de você...

Ela arregalou os olhos. – Não, não gosta, eu sou só a enfermeira que o ajuda, isso é... não....

– Sabe o que eu percebi? – Ela negou. – Nós não nos apresentamos.

– Céus! É verdade! – Colocou as mãos na boca. – Eu sou Clarissa! – Ela sorriu. – Eu estou almoçando na casa de alguém que eu nem sei o nome! – O riso dela preencheu todo o lugar. – E qual o seu nome?

– Alex... – Nós ficamos ainda um bom tempo conversando quando eu percebi que ela parecia bastante cansada. Você não tem dormido bem?

Negou – Estou acostumada a trabalhar a noite e dormir um pouco durante o dia, quando bagunça isso eu fico um caos.

Achei que estava na hora de conhecê-la um pouco melhor. – E por que decidiu vir para cá? Na sua cidade não tem muitas vagas na área?- Ela começou a ficar um pouco pálida. – Você está bem?

Ela se levantou de repente. – Eu preciso ir, não quero ficar te atrapalhando, você parece ter muito trabalho, ela olhou para onde estava minha papelada e o computador.

Ela não parece gostar muito de falar sobre seu passado. – Tudo bem, sem problemas, já tomou seus remédios? – Ela assentiu. – Quando você estiver melhor vamos experimentar com um bom vinho, não coloquei na mesa porque já sabia que você não iria poder beber.

– Para mim, já estava tudo perfeito, se melhorar estraga! – Boa noite Alex...

Ouvi-la dizendo meu nome me deixou e******o, já imaginei como ela me chamaria quando estivéssemos na cana. Como pode meu corpo ter reações tão extremas com uma mulher que eu não pretendo ter nada?

– Boa noite Clarissa, espero mesmo que tenha gostado. – E o nome dela estava como mel em minha boca. Sei que estou atraído por ela, mas tenho que me impor esse limite, ela é minha vizinha e eu não quero que as coisas fiquem estranhas muito menos sérias, quem sabe uma boa amiga...

A quem eu quero enganar? Preciso tirar o foco dela!