Aquele cara no bar

1127 Words
Curiosa, me aproximei para cumprimentá-los, percebendo que estavam fazendo planos para ir a um bar próximo à faculdade. O convite veio de forma natural, e embora inicialmente relutasse, a ideia de uma pausa descontraída após um dia tão intenso me atraiu. — Vamos lá, vai ser legal! — insistiu Cátia, com um sorriso encorajador. Aceitei o convite com um aceno de cabeça, sentindo uma mistura de empolgação e nervosismo. Não era algo que eu costumasse fazer com frequência, mas a perspectiva de passar um tempo descontraído com meus colegas era tentadora. Caminhamos até o bar juntos, o grupo animado e cheio de histórias do dia para compartilhar. O ambiente do bar era acolhedor, com mesas iluminadas por velas e uma atmosfera vibrante de conversas e risadas. Encontramos um lugar confortável e pedimos algumas bebidas enquanto conversávamos sobre nossas experiências na faculdade, as expectativas para o futuro e até mesmo assuntos pessoais que raramente surgiam em meio à correria dos estudos. Com o passar do tempo, percebi que um dos garotos do grupo estava começando a dar em cima de mim. No início, pensei que poderia ser apenas uma impressão minha, talvez um gesto amigável. Ele se sentou mais perto de mim do que o necessário, e a proximidade começou a me incomodar. — Você está linda hoje, Giulia. — ele comentou, seu olhar fixo em mim. Senti uma onda de desconforto. Não era apenas o elogio, mas o tom em que ele o fazia que parecia carregar uma carga de interesse que eu não sabia como lidar. — Obrigada, mas você sabe eu que tenho namorado, né? — eu respondi, forçando um sorriso. Ele deu uma risada baixa, ignorando o meu tom evasivo. — Você é realmente fascinante, Giulia. Sabe, eu sempre pensei que encontrar alguém como você seria um sonho. Suas palavras eram uma mistura de elogios e confissões que eu preferia não ouvir naquele momento. Foi então que, como um raio de esperança, avistei Freldo entrando no bar. Sem hesitar, levantei-me abruptamente e me afastei do garoto, ignorando qualquer constrangimento que pudesse surgir. Meu coração acelerava à medida que eu cruzava o espaço entre nós dois, minha mente focada apenas em alcançar Freldo. Ele estava ali, o homem que eu amava e em quem confiava plenamente. Ao alcançá-lo, não resisti: envolvi Freldo em um abraço apertado, sentindo um alívio imediato ao estar em seus braços. Seus braços envolvendo-me eram um conforto familiar que me fez esquecer temporariamente das tensões anteriores. Com um sorriso nos lábios, não hesitei em selar o momento com um beijo caloroso e reconfortante. Freldo retribuiu o beijo com ternura, sua expressão revelando alívio por me ver. Ele sabia, sem que eu precisasse dizer uma palavra, que algo havia acontecido antes daquele encontro. Mas ele não pressionou; em vez disso, apenas segurou minha mão com firmeza, transmitindo segurança e apoio silencioso. — Estou feliz por você ter vindo! Acompanhada por Freldo, eu me juntei ao restante do pessoal no bar. Fomos recebidos com sorrisos calorosos e cumprimentos animados, criando uma atmosfera acolhedora que dissipou qualquer resquício de desconforto que eu pudesse ter sentido antes. Passamos mais um tempo juntos, compartilhando histórias engraçadas, lembranças antigas e piadas internas que só nós entendíamos. Freldo estava ao meu lado o tempo todo, seu toque suave em minha mão constantemente me lembrava de sua presença reconfortante. À medida que a noite avançava, a atmosfera descontraída do bar nos envolvia. Rimos alto, fizemos brindes a momentos memoráveis e desfrutamos da companhia um do outro. Era exatamente o tipo de noite que eu precisava para afastar os momentos tensos do dia. Quando finalmente decidimos que era hora de ir para casa, o caminho de volta foi preenchido com silêncio reconfortante. Não precisávamos de palavras para entender o que significávamos um para o outro naquele momento. A presença um do outro era suficiente para fazer-nos sentir completos e seguros. Ao chegarmos em casa, Freldo segurou minha mão suavemente enquanto caminhávamos em direção ao meu apartamento. — Aquele cara no bar... parece que ele realmente está interessado em você, não é? — Freldo comentou com um tom descontraído, mas com um brilho sutil de curiosidade em seus olhos. Engoli em seco, sentindo-me nervosa por ter que explicar a situação. — Sim, mas eu deixe claro que estou comprometida, mas... Antes que eu pudesse continuar, Freldo riu suavemente, interrompendo minhas palavras. — Não se preocupe tanto com isso. Eu sei que você está comigo e confio em você. Encorajada pela sua resposta tranquila, não pude deixar de perguntar o que estava em minha mente. — Você não sente ciúmes de mim? Freldo parou por um momento, olhando-me nos olhos com seriedade. — Claro que sento ciúmes de vez em quando. Mas confio em você. Confio no que temos juntos. — Mas... não parece que você sente ciúmes. — eu questionei, buscando entender melhor seus sentimentos. Freldo olhou para mim com um leve sorriso nos lábios. — Eu posso parecer tranquilo, mas isso não significa que eu não sinta. Às vezes, eu apenas escolho confiar em você e em nós. Suas palavras me fizeram refletir. Era verdade que Freldo muitas vezes lidava com situações complicadas com uma calma que eu admirava profundamente. — Você sabe que eu te amo, certo? — Freldo continuou, sua voz suave carregada de sinceridade. Assenti, sentindo uma onda de emoções positivas se espalhando dentro de mim. — Eu também te amo, Freldo. Muito. — ele sorriu, aquele sorriso que derretia meu coração todas as vezes. — Então, vamos sempre nos lembrar disso. Nossos sentimentos são importantes, mas nossa confiança um no outro é o que realmente sustenta nosso amor. Freldo e eu estávamos parados na porta do meu apartamento, trocando olhares cheios de carinho. — Preciso ir para casa. — Você não quer ficar um pouco mais? — perguntei, segurando sua mão. Ele sorriu gentilmente, seus olhos azuis refletindo um misto de desejo e dever. — Eu adoraria, mas tenho uma prova teórica de patologia amanhã. Preciso estudar um pouco mais antes de dormir. — Entendo... Boa sorte na prova então. — Obrigado, amor. Você entende, né? — Claro, claro. Estude bastante e durma bem esta noite. — Vou tentar. Te vejo amanhã? — — Com certeza! Até logo. — respondi, tentando esconder o sorriso que crescia em meu rosto. Ele me puxou para um abraço caloroso, suas mãos firmes em minhas costas. Nossos corpos se encontraram em uma união reconfortante. Nos afastamos lentamente, e ele me deu um beijo suave nos lábios, seus lábios macios contra os meus. — Durma bem. — ele sussurrou, seus olhos brilhando com um carinho sincero. — Você também. — eu disse, já com um pé na porta. Após a despedida, entrei em casa, sentindo um misto de alegria e calma.
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