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1172 Words
Edgar — O senhor quer que eu ensine a ser pobre? Não estou entendendo. — Você entendeu bem, Washington. Quero que me ensine a viver como pobre. É bem simples; você vai me explicar o básico. Washington é meu segurança há algum tempo; seu irmão é meu braço direito nos negócios obscuros da família. Eles não são ricos como eu, por isso sei que saberá me ajudar. Quero conhecer Aparecida, e para isso, preciso entender o mundo deles. — Entendi. As roupas do senhor entregam que é rico, seu perfil também entrega demais. Em resumo, senhor Edgar, não é difícil explicar como é ser pobre. O complicado será acreditarem que é. — A pessoa em questão precisa acreditar. Vou contar uma história triste e levá-la nos mesmos lugares que você leva aquela menina, filha do porteiro daqui. Sei bem que estão se envolvendo. Além disso, preciso saber quais os motéis que posso levar a mulher em questão. Aparecida não é só interessante, mas também ingênua. Só tenho que saber se será boa para ser uma submissa. Seu olhar mostra que precisa de direção e controle, como um dia precisei também. O jogo de dominação me ajudou a ter disciplina, a saber como lidar com situações adversas e ser um líder forte perante os outros. Não que Aparecida terá outro perfil; ela é dócil ao extremo para ser uma dominadora. Ela com certeza é uma submissa, e espero que seja apenas minha. Washington explicou com mais detalhes o que precisava saber e os lugares que poderia levar Aparecida. Janaina, sem saber, me passou informações importantes como os dias que a garota vem em sua casa e o horário que sai. — Excelente, Washington. Não foi difícil. Amanhã começo meu plano; agora chame seu irmão. Meu homem de confiança entra, como sempre, muito sério, um contraste grande entre o irmão mais novo. Por isso, escolhi ele para me auxiliar nos negócios da minha família não legais. Antes que fale algo, ele estende uma pasta; com certeza, são os últimos carregamentos. — Sempre eficiente. Preciso que investigue uma pessoa. Quero saber tudo em relação a essa mulher. Informo o nome dela conforme informações que repassei sobre Aparecida. — Quando o senhor disse tudo, está se referindo a algo que possa usar contra essa pessoa, certo? Diga o nome, e terá tudo que precisa saber até o final da noite em seu e-mail. Não é à toa que Jonatas é o melhor no que faz. Compromete-se com tudo que colocam em suas mãos. Contando com sua eficiência, encerro nosso encontro indo jantar. Luzia já me espera com a mesa posta como gosto. — Seu pai ligou. O chamou para um jantar, mandou dizer que é importante. Tudo do meu pai é importante, pois ele determina que é. Muitas vezes não é importante, mas para o velho é, portanto, todos têm que seguir suas ordens sem questionar mesmo que não comande os negócios como antes. — Claro. O que não é para Raimundo Cunha? Mas algum recado? — Não, só aquela questão da ajudante. O senhor ainda não me autorizou a contratar uma. O serviço aumentou como bem sabe; estou realmente precisando de alguém que me auxilie. Sei exatamente quem poderá auxiliar Luzia. Assim posso observar Aparecida e tê-la perto de mim para saber como trabalha. Tenho grandes planos em relação a ela. Aparecida O domingo passou rápido, e mesmo depois do que houve, não consigo parar de pensar em Cunha, em como é bonito e do seu sorriso charmoso. Queria vê-lo novamente, mas acredito que tive sorte da última vez. Os plantões são diferentes para os seguranças; se ele estava aqui no sábado, provavelmente não estará hoje; eles trabalham sábado e domingo e folgam às segundas. Saí de casa sem a companhia de minha avó, já que ela foi mais cedo. Ando até o ponto de ônibus sendo seguida por uma viatura. Cido está envolvido com algo bem pesado para estarem atrás de mim desse jeito. A viatura para do meu lado; resolvo continuar meu caminho, pois não posso atrasar para pegar o ônibus. Cabo Lopes sai da viatura andando ao meu lado, sendo seguido pelo condutor do carro. — Bom dia, Cida. Esperei você na porta da sua casa, mas já tinha saído; foi falha minha. Isso não vai mais acontecer. Que horas sai do serviço? Vou buscá-la. O que esse homem quer de mim? Eu não tenho nada para oferecer, só uma vida repleta de problemas e boletos para pagar. — Eu trabalho em um condomínio fechado; eles não permitem a entrada de terceiros. Agradeço, mas penso ser melhor eu voltar de ônibus. Ele segura no meu braço de um jeito que me assusta; fico paralisada com o toque repentino. Não posso reagir; esse homem pode descontar no meu irmão ou na minha avó. — Entendo. Mesmo assim, vou buscá-la. Me passe o endereço, Aparecida; não estou dando opções; vou buscá-la. Falei que iria cuidar de você; é isso que um homem faz. — Tudo bem, eu vou passar o endereço. Passei o endereço já no meu modo automático; tudo que não preciso é de um policial prejudicando minha família. Ele me deixa no ponto, beijando meu rosto às vistas de todos; agora todos do bairro vão pensar que temos algo. Já não tenho problemas suficientes na minha vida; agora esse homem está me perseguindo. Ele vai embora, e todos começam a cochichar; só me faltava isso. Vou para o trabalho nervosa com toda situação; tudo melhora quando finalmente chego e vejo Cunha perto da casa de Janaina. — Bom dia, Cunha. Que bom vê-lo aqui; está fazendo hora extra? — Sim. Sabe como é, sempre bom ter um dinheiro a mais; um dos caras faltou, e me chamaram. Trabalha aqui? Cunha apontou na direção da casa, ela provavelmente não está, já que o carro não está na garagem. Deve ter saído com o namorado, se é que posso dizer que são namorados. A relação deles é aberta; isso quer dizer que ambos são safados e não têm vergonha nenhuma disso. — Sim, mas hoje ela não está, o que quer dizer que vou terminar rápido meu serviço. Vou embora cedo; é uma maravilha. — Que horas você vai? Eu também vou terminar cedo, só estou cobrindo a falta do cara, mas não preciso ficar até mais tarde. Falei para o Cabo Lopes o horário que vou sair e o endereço daqui; isso não quer dizer que vou esperá-lo. Cunha parece interessado em mim, e apesar de nunca ter me aproximado de um homem assim, sinto que com Cunha é diferente. — Antes das 16:00. — Ótimo. Vou levá-la de moto, e se não tiver nada para fazer, podemos passear. O que acha? Ele está me chamando para sair; isso só pode ser um sonho. Eu sabia que deveria me guardar para um homem que tivesse atitude, alguém que fizesse meu coração bater mais forte. Tem algo nele que me faz querer arriscar e viver loucamente, sem pensar em nada, nem mesmo nos riscos.
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