Prólogo
—Você acha mesmo que eu vou me apaixonar por você só por causa de uma maldita noite de sexo? —Diz me olhando com desdém.
Eu reúno toda minha determinação e ergo minha cabeça o olhando de volta.
—Você pode negar quantas vezes quiser, Rodrigo, mas eu sei que você sente —digo com meu melhor sorriso —você não quer assumir, mas eu sei que você está me desejando, você pode negar, mas seu corpo me quer, me deseja —provoco.
Ele ri, me olha por alguns segundos e depois diz:
—Lorena, você é muito boa em provocar, eu não n**o, mas é sexo fácil, isso não vai me conquistar, eu não sou tão i****a quanto o corno do Leandro —diz as palavras friamente, ele fala uma a uma olhando nos meus olhos.
—Você não é diferente de mim, Rodrigo, você aceita e você gosta de ir pra cama comigo, mesmo estando com a chifruda da sua namorada — ele cerra os dentes com raiva —no final, nós somos iguais, Rodrigo, você sabe que sim. —Afirmo.
...
Até onde podemos ir para ter aquilo que desejamos?
O amor pode mesmo ser construído com a convivência?
O tempo pode mesmo apagar um grande amor, pode tirar a pessoa que amamos do coração?
E a pergunta mais importante: Uma decisão r**m, tomada em um momento de desespero, pode resultar em algo bom?
É difícil dizer, ou melhor, é difícil saber a resposta certa para essas perguntas. No entanto, o tempo se encarrega de colocar tudo no seu devido lugar, não é mesmo? Bom, é isso que vamos descobrir, é isso que eu quero descobrir. Eu sou a Lorena, Lorena Moraes, e nesse momento estou arrasada, destruída por dentro.
Hoje eu fiz algo que não devia e acabei me ferrando, agora estou aqui deitada em uma cama fedorenta, um quarto caindo aos pedaços e com o corpo todo dolorido, aí você pergunta: o que aconteceu, você foi estuprada? Esse é o primeiro pensamento que vem à cabeça, né, mas não, não foi isso que aconteceu, eu acabei aqui por escolha própria.
A noite que deveria ser um sonho realizado, afinal eu finalmente teria o homem que eu tanto desejo, eu seria dele, seria amada por ele, mas não foi nada disso. Minha primeira vez foi r**m, fria e sem nenhum sentimento, ou melhor, teve sentimento sim, amor por minha parte, e raiva por parte dele.
Minha vida é uma verdadeira piada, uma grande piada daquelas de novela mexicana que só tem merda na vida da mocinha i****a, que ela só se ferra o tempo todo.
Depois que meu pai morreu, meu padrinho Arthur, que é patrão do meu pai, ou melhor, era já que meu pai não está mais aqui, ele morreu. Meu padrinho conseguiu ganhar a guarda da minha mãe, minha mãe nunca prestou, é uma alcoólatra viciada em jogos de azar e nunca se importou comigo, nunca cuidou de mim.
Depois de sair das garras da minha mãe, meu padrinho me trouxe para morar aqui na mansão Foxy. Meu padrinho Arthur é milionário, tem uma empresa gigantesca de entretenimento, ele é muito famoso no Brasil inteiro.
Depois de vir morar aqui, eu conheci o Leandro, ele é o primogênito do meu padrinho, é um cara legal, apesar de ser muito exibicionista. O Leandro é um loiro alto, tem um corpo malhado, forte, digamos que é um corpo atlético normal. Ele tem olhos cor de mel, iguais aos da mãe dele, cabelos claros e um sorriso lindo.
Desde que pus meus pés nessa casa, eu notei os olhares dele pra mim, mas tudo que eu sinto por ele é amizade, tanto que nós nos tornamos bons amigos. Eu gosto do Leandro, mas nunca curti suas atitudes com o irmão, o Rodrigo. Rodrigo, esse é o outro filho do meu padrinho, o filho fora do casamento que meu padrinho assumiu, nunca o escondeu, nem mesmo publicamente.
O Rodrigo nasceu de um caso que meu padrinho teve com a Sandra, a governanta da casa. Meu padrinho assumiu o Rodrigo como manda a lei, sempre deu uma vida confortável a ele e sua mãe, ele sempre teve o mesmo conforto e oportunidades que o Leandro, mas mesmo assim ele não suporta o pai.
Eu conheci o Rodrigo em uma reunião de aniversário, foi amor à primeira vista, eu tinha quatorze anos, ele dezesseis, nunca mais esqueci aquele rosto perfeito, aquele corpo enorme e aqueles olhos verdes profundos, e frios, mas tudo bem.
Diferente do Leandro, o Rodrigo é muito parecido com meu padrinho, digamos que ele é a cópia jovem do pai, principalmente na altura e nos olhos verdes, acho que esse é o principal motivo da perseguição que o Leandro tem contra o Rodrigo, o Leandro não suporta que justo o filho bastardo foi nascer tão parecido com o pai.
Os anos foram passando e eu nunca esqueci o que sinto, mas o destino foi meio c***l comigo. O Rodrigo odeia tudo que é relacionado com o pai dele, eu nunca vou ter uma chance, ainda mais agora que além de afilhada do pai que ele odeia, eu também serei sua cunhada, a esposa do irmão que ele detesta.
Trágico.
Eu poderia dizer que me arrependo das decisões que eu tomei, ou que faria diferente, mas estarei mentindo se disser isso, sim, apesar do resultado negativo, eu gostei de sentir nem que seja um pouco do que é estar com ele, do que é estar nos braços do homem que amo, mesmo que sem nenhum sentimento bom envolvido, ou melhor, tem sentimento bom sim, o desejo, um desejo grande, intenso, que não deixa espaço para resistir.
O amor é algo louco, não é mesmo? Faz a gente ficar feliz, triste, ter esperanças e morrer por dentro às vezes, mas mesmo assim a gente só quer sentir, curtir o momento, amar desesperadamente.
Continua...