— Você merece o mundo, Jessi, e não estou me referindo a dinheiro.
— Você me entende — ela sussurra quando a porta do elevador se abre.
— Entende que o dinheiro não pode conquistar o coração de ninguém.
Faço que sim com a cabeça, a puxando para fora do elevador, antes que faça a besteira de quebrar minha primeira regra: nunca beijar na boca. Eu não beijo há muitos anos, e por mais que eu esteja sedento por seus lábios, pela língua rosada que aparece quando ela umedece o lábio cheio, não vou me deixar levar.
Minhas extremidades latejam de desejo quando chegamos até o carro, a mente é uma tormenta de pensamentos, mas preciso me colocar nos eixos.
Sei que hoje mesmo posso encontrar uma mulher e afogar dentro dela o t***o que me consome, mesmo que o alívio dure alguns momentos, sei que tenho à minha disposição mulheres dispostas a me satisfazer sem exigir sentimento em troca, sem o mínimo de envolvimento emocional, elas sequer me beijam na boca, sabem minhas regras.
É assim desde que terminei meu último relacionamento, e continuará sendo. Não vou me trair, me entregando a um sentimento que provavelmente será efêmero, não vou quebrar minhas promessas.
Estou mais que decidido quando dou partida no carro, pelo menos minha mente está, já o corpo... O p*u lateja tanto que chega a doer. Olho para ela, enquanto acelero pela avenida, tomando a direção da Via principal. O trânsito está calmo. O cabelo de Jessi está mais solto, os cachos contornando seu rosto, ombros.
Só quero tocar o vestido que ela mesma costurou, tirá-lo, apertar seu corpo contra o meu, segurar um dos s***s na palma da mão e chupar o outro...
Sacudo a cabeça na tentativa de afastar os pensamentos, mas fica difícil com ela ao meu lado.
— Aonde vamos? — ela quer saber, está olhando para fora, através da janela do carro, para o mar escuro.
— Já vamos chegar.
— O que tem para me mostrar? — questiona.
— Você vai entender que eu não mereço alguém como você, e vai saber separar um casamento de fachada de qualquer
sentimento que poderia vir a existir entre nós.
Desacelero para virar à direita na pequena entrada, É tão escondida que m*l pode ser encontrada por quem não conhece o local. Abaixo os faróis enquanto desço pela rampa, meu corpo está em chamas ao pensar no que pode acontecer agora.
Estaciono em uma vaga distante e desço. Dou a volta no carro depressa para abrir a porta para Jessi. Ela olha para minha mão estendida com o rosto cheio de dúvidas, mas acaba aceitando.
Adoro como minha mão se fecha em volta da sua, tão pequena e delicada dentro da minha. Podemos ouvir as ondas quebrando nas pedras a alguns metros dali, a maré está cheia e a lua deixa um rastro no mar. Jessi cruza os braços, incomodada com a brisa fresca que vem da água.
— Vamos entrar — digo, meus batimentos martelam nos ouvidos.
A puxo pela mão e sigo o caminho de britas até a entrada discreta do clube, a guiando pelas escadas. Vejo a luz avermelhada que vem lá de dentro, iluminando a porta como se o interior do clube fosse o próprio inferno.
— Boa noite, senhor Foster — a recepcionista me cumprimenta com um sorriso que exibe as lentes de contato brancas nos dentes.
— Boa noite, Lily — a cumprimento pelo nome. — Ela está comigo, preciso de uma pulseira.
— É claro — Lily diz, abrindo ainda mais o sorriso.
— Devo colocar na sua conta?
— Sim.
Alcanço a carteira no bolso e tiro o cartão preto, a entrego e ela processa a compra da pulseira, em seguida oferece as três opções de cores para Lia.
A preta significa que ela ficará só observado, que ninguém deve tocá-la, a amarela diz que a pessoa está aberta a uma aproximação, e a verde sinaliza que o usuário está disposto a tudo.
Escolho a preta e eu mesmo coloco em seu braço, sem permitir que ela veja a tabela ao lado de Lily, com letras amarelo neon com os significados de cada cor. Não quero dar a ela a opção de permitir ser tocada, algo estranho me faz sentir repulsa pela ideia.
— Que lugar é esse? E por que minha pulseira é preta? — Jessi pergunta com os olhos curiosos.
— Você já vai descobrir — digo e seguro sua mão com força, a puxando para dentro.