CAPÍTULO 12 (JESSI ALINKAR )

624 Words
A única luz que ilumina o lugar vem de uma faixa de led vermelha na junção entre o teto e a parede. Ouço uma música baixinha, e alguns sons que me lembram gemidos. Acho que sei onde estou, o que tudo isso significa e, por mais que a menina criada sob os ensinamentos de uma religião mais severa queira sair correndo dali, a nova Jessi da decide ficar. Os dedos de Dereck estão entrelaçados nos meus com força, como se eu pudesse escapar dele a qualquer momento. Olho para seu rosto e me sinto m*l com o que vejo, ele não é mais o cara que sorria e brincava de flerte comigo no restaurante. Parece que sua máscara foi tirada aqui, que foi deixada na entrada desse lugar, ele parece alguém misterioso, que esconde segredos e teme ser pego, seus olhos Azuis, agora escurecidos pela fraca iluminação, parecem perturbados, mas sinceros, é como se eu estivesse vendo-o sem roupas, exposto. Minha respiração está acelerada, a de Dereck também, estou ansiosa pelo que vou testemunhar aqui, meu coração também dói por saber o tipo de lugar que ele frequenta, mas a curiosidade é maior que tudo. — Obrigada por me mostrar — murmuro, com os nervos à flor da pele. — Você ainda não viu nada — ele sussurra com a voz torturada. — Lamento por não ser o homem que te oferecia um coração, mas não poderia mentir. Não seria justo com você. Faço que sim com a cabeça. — É por isso que estou agradecendo — digo, descendo as escadas em caracol. — Você merece saber onde está se metendo. Chegamos ao andar inferior e ele abre a porta para entrarmos. Meus olhos varrem o lugar, procuro guardar os detalhes, pois sei que provavelmente nunca voltarei aqui. A música é envolvente, alta, mas não o suficiente para incomodar os ouvidos, as batidas do meu coração parecem se ajustar à melodia. Há homens elegantes, altos, jovens e também mais velhos dançando com garotas mais ou menos da minha idade. Aperto a mão de Dereck, nervosa, desejando que ele não me deixe aqui sozinha. Eu levaria uma surra do meu pai se ele ainda tivesse vivo, independente de quantos anos tenho, se soubesse que estou aqui. só que nem isso me faz querer sair correndo, eles não podem me machucar aqui. As mulheres são bonitas e usam roupas provocantes, vejo alguns casais se beijando, há cerca de trinta pessoas aqui. Parece com uma boate particular. Dereck me puxa na direção do bar, solta minha mão e a coloca em minha cintura, para que eu caminhe ao seu lado. Me sinto segura, mesmo que esteja receosa. — Ninguém vai te tocar por causa da pulseira — ele diz aos sussurros contra meu ouvido quando chegamos ao balcão, seu lábio toca o lóbulo da minha orelha, fazendo eu me encolher para conter os arrepios. — Isso inclui você? — pergunto, ciente de que estou sendo atrevida, de que fui rude e m*l educada com meu chefe, como nunca fui, mas ele faz eu me sentir à vontade para ser eu mesma, ainda que de um jeito estranho e difícil de explicar. — Você quer que eu toque? — ele questiona e seus lábios ficam entreabertos. Nossos quadris estão tão próximos que posso sentir o calor emanar dele, sentir seu hálito, seu cheiro, meu corpo reage furioso com a ideia de beijá-lo, de ser tocada por ele. Não sei o que responder. — O que vão beber? — o garçom pergunta. É um rapaz mais ou menos da idade de Dereck, moreno e de barba cerrada. — Uma taça de vinho para ela — Dereck pede, me fazendo perceber que ele não vai consumir álcool enquanto está dirigindo.
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