CAPÍTULO 6 (DERECK FOSTER)

1220 Words
Ela age com graça, despreocupada como se não fosse a razão da minha insônia nos últimos meses. Os cachos ruivo natural emolduram seu rosto e a fazem parecer mais jovem que seus vinte e quatro anos. — Pode ir na frente — digo quando ela para e me olha ao chegar à porta. Jessi coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha e sorri, fazendo seu queixo pontudo se destacar no rosto bem desenhado. Ela faz que sim com a cabeça e eu quase ergo a mão para tocar sua pele branca clara, delicada como veludo, mas me controlo. Não posso e não vou perder o controle com alguém que não me quer ainda. Preciso lembrar que preciso casar com com ela se quiser continuar no meu cargo. Ela permanece me olhando por mais um momento, com os olhos verdes de esmeralda cheios de dúvida. Sua pele reluz sobre a luz amarelada do por do sol sobre a minha varanda do escritório, então ela balança a cabeça e se vira em direção à casa. — Jessi — pronuncio seu nome, percebendo como a ponta da minha língua toca o céu da boca com a pronúncia. — Sim? — ela pergunta ao se virar para me olhar, fazendo as ondas de cachos balançarem à sua volta. — Nada — digo, piscando, embasbacado pelo flagrante. — Nada, eu só estava me lembrando de não chamá-la mais de Alinkar. Só Jessi. Ela sorri outra vez e então sai da minha sala. Observo suas formas curvilíneas desaparecerem do meu campo de visão. Parado sob a luz da varanda, a solidão é quase palpável, me deprime. Me viro para fechar a porta do escritório, ciente de que este sentimento de vazio vai me seguir pelo resto da minha vida. Não o recuso, não luto contra ele, só o aceito. Respiro fundo e sigo o mesmo caminho que ela fez. há sete anos enfrentei a maior dor que já senti, prometi que nunca mais me apaixonaria novamente, que nunca mais permitiria que outra mulher se aproximasse de mim a ponto de entrar no meu coração. E será assim pelo resto da minha vida. Prefiro afogar meu desejo em corpos desconhecidos, descarregar minhas frustrações em mulheres que não exigirão nenhum sentimento da minha parte. Uma, duas, três, quantas mais a minha libido desejar, conforme a noite. É assim que levo minha vida desde que fiquei fui traído pela mulher que mais amei. Sexo sujo, fantasias devassas e um coração vazio. Me conheço o suficiente para saber que não aguentaria passar por outra dor como aquela que senti quando encontrei o meu irmão com a mulher que eu amava na cama. Não desejo para ninguém e não vou me permitir amar outra vez. Não se pode perder um amor se você não se apaixonar, e eu tenho total controle do meu coração e me policio para não deixar acontecer. Sim, o vazio é melhor que a dor terrível, uma dor para a qual não há remédio. No entanto, há três anos, meu pai e os acionistas da empresa me fizeram uma proposta: me passar o poder total da empresa, em troca de eu me casar antes de três anos e seis meses. Um homem de família e de negócios precisa de uma mulher ao seu lado, de uma mãe para os seus filhos— palavras de Élio Foster, meu pai. caso eu não me casasse nesse tempo, tomaria a empresa de volta e entregaria nas mãos do mimado do meu irmão. Um completo desastre. E o meu tempo está acabando. Por três anos fingi que este trato não existia, e segui com minha vida sem me preocupar com um casamento, mas o tempo não para mesmo que você deseje, ele continua passando a cada respiração, e eu preciso se casar com a Jessi o mas rápido possível e sem envolver sentimentos, ela é ideal porque precisa da minha ajuda a ponto de encenar um romance. Jessi é perfeita, não só pela necessidade de pagar a sua dívida, não só porque ela pode ser alguém que aceitaria um contrato de casamento, mas porque ela é maravilhosa me compreende nos negócios e não mistura as coisas e não tem interesse em dar o golpe do baú. Alcanço a área onde os carros ficam estacionados, uma garagem aberta, coberta por treliças de madeira e trepadeiras caindo em cascatas. Escolho o SUV preto, com receio de pegar o conversível e parecer esnobe. Me apoio na lataria do carro e confiro as horas no celular. Estou adiantado e aproveito para saber como estão as finanças, quais investimentos caíram e quais tiveram lucros. Minha empresa está em um excelente dia. Um vulto me chama atenção e ergo os olhos da tela do celular para ver Jessi vir desfilando pela garagem. Preciso respirar fundo pela surpresa de vê-la de vestido. É amarelo com estampa de flores, de alcinhas, apertado nos s***s, os destacando perfeitamente, e solto no quadril, descendo até o joelho. Usa sandálias sem salto e de tiras e carrega uma bolsa transpassada, o cabelo ruivo emoldura caindo em volta dos seus ombros em cachos. Sinto algo revirar dentro de mim quando ela para na minha frente, segurando a alça da bolsa, sem fôlego. Logo percebo que o tempo que passei a mais no banho foi inútil, que não importa que me descarreguei no chuveiro, não posso ficar satisfeito quando tenho uma mulher tão sexy por perto. Será que ela sabe de seu efeito sobre os homens? Sequer imagina que pode ter qualquer um aos seus pés? Na minha mente suja, penso em quantas vezes ela já deve ter sido homenageada por caras que ela nem fazia ideia que existiam. Na minha cabeça perturbada, mostro o dedo do meio para todos eles, porque é comigo que essa garota maravilhosa vai jantar esta noite. — Parece que veio correndo até aqui — comento a primeira asneira que me passa pela cabeça, me arrependendo logo em seguida. Me assusta a forma como ela preenche meus pensamentos, como faz o p*u dentro das calças latejar, mesmo que eu tenha fodido três garotas na noite anterior e me aliviado antes de encontrá-la, mas sei que meu coração está seguro, que o muro que construí em volta dele tem a estrutura firme com as das construções que projeto. Jessi me desconcerta de outra forma, é s****l, despertando meu pior lado e, nesse momento, penso em puxá-la para meus braços, tomar sua boca, provar sua língua, morder um dos b***s dos s***s se destacando no tecido frágil do vestido. Me pergunto o que ela pensou quando escolheu a calcinha que está usando agora, vou ainda mais longe imaginando o que ela pensou quando estava no banho, se suas mãos desceram até a b****a, como ela é. Há quantos dias ela não transa? Quem foi o último cara que teve esse previlégio? Por que ela terminou como o namorado? Fantasio puxá-la para o banco de trás, colocá-la de quatro e lamber sua b***a, apertando sua pele macia e quente, a imaginando movendo o quadril para me tentar ainda mais e então... estou duro na sua frente e preciso disfarçar, porque não posso deixá-la saber o que eu gostaria de fazer com ela. Não há como fazer uma proposta dessas a alguém como Jessi, sem pensar em ter ela nos meus braços.
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