CAPÍTULO 8 (JESSI ALINKAR )

681 Words
Nunca um homem me levou para jantar fora, para um restaurante, muito menos a um lugar como este. Sei que não estou vestida adequadamente, estou usando um vestido que eu mesma fiz e rasteirinhas baratas. Meu ex namorado sempre me levava para lanchonetes ou bares baratos, e com pouco movimentação. olhando todos os carros chiques nas vagas do estacionamento. Então Dereck desce e abre a porta do passageiro, ele é alto, mais de 1,80m, e quando estende a mão para me ajudar a descer, estou tão nervosa que esbarro contra ele. Me equilibro, segurando na parte superior do seu braço e perco o fôlego ao sentir a dureza dos músculos. — Está tudo bem, Jessi? — Dereck murmura, me segurando pelos cotovelos. Ergo a cabeça e encontro seu olhar preocupado. — Eu tropecei — murmuro de volta, ainda segurando seus braços, prolongando o contato. Ele parece não se importar. Ergue uma das mãos e afasta o cabelo do meu rosto. — Calma — sussurra, dando um sorriso discreto. — É só um jantar para comerar uma proposta aceite, nada demais. Sua voz é aveludada, sedutora e me envolve. Balanço a cabeça, patética, sem querer estragar seja lá o que ele esteja planejando. — Só estou nervosa — admito. — Nunca fui a um lugar chique assim. Não estou bem vestida. Estou surpresa com o fato de conseguir ficar tão próxima de Dereck sem querer me afastar. Suas mãos ainda estão nos meus cotovelos, mas eu não sinto a necessidade de me distanciar dele, não me sinto sufocada como me sentia quando meu ex chegava perto de mim. Eu não gostava do toque das mãos de Kal, do seu hálito contra minha boca e muito menos dos seus beijos. Era como se ele me oprimisse. Não foi sempre assim, mas isso mudou quando eu descobre a sua primeira traição e decide perdoa-lo depois de tanto ele insistir. É a primeira vez que estou tão próxima de outro homem depois de Kal, e é chocante como, neste momento, estou me sentindo à vontade com nossa proximidade. Não tem uma única célula do meu corpo que deseje dar um passo para trás, empurrá-lo ou simplesmente prender a respiração para não sentir seu hálito. Pelo contrário, inalo seu cheiro, na esperança de que fique bem vívido na minha memória. Durante muito tempo pensei que tinha aversão ao contato de um homem, agora mais do que nunca tenho certeza de que eu não sentia nada por Kal, e que terminar o namoro foi a melhor coisa que eu poderia fazer. — Acho que não estou vestida adequadamente para um restaurante assim — balbucio, inquieta com a confusão de pensamentos. — Eu mesma fazia a maioria das minhas roupas e esse... Sem que eu preveja sua ação, Dereck pressiona o dedo indicador no meu lábio, calando meus lamentos. — Shiiih — ele sussurra contra minha boca, soprando seu hálito fresco. Ele desliza a mão do meu cotovelo até minha mão direita, então me faz girar 180o, ficando de costas para ele e de frente para o carro. — Veja como você está linda — ele sussurra bem perto do meu ouvido, e seu hálito me provoca um arrepio gostoso. Travo os dentes para que ele não note. Não quero que ele perceba o que está causando em mim, que meu coração está prestes a sair pela minha boca e que seu simples toque faz meu interior arder de excitação. Inclino a cabeça para ver melhor nosso reflexo, e mais uma vez lamento por ele não ser um cara comum. — O que foi? — pergunta. Encaro seu olhar refletido no vidro escuro do SUV. — Você é linda, seu vestido é um charme e ainda costura muito bem. — Obrigada — sussurro de volta, afetada pelas suas palavras, me sentindo ridícula por permitir me iludir assim. — Vamos? Faço que sim com a cabeça, e deixo que ele me guie até o elevador, enquanto tento me convencer de que só estou aqui por causa do contrato de casamento e que não posso ter tais sentimentos por ele.
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