Verônica: Refém por Acidente

Interrompidos na hora H...

— Vamos lá, o que a senhorita Ester deseja com tanta vontade que quer negociar com o seu sequestrador sobre isso? — Hades perguntou em um tom brincalhão.

Não havia nenhum vestígio de desconfiança nele ou receio. Ao contrário, sentia uma empolgação interessante nas suas calças. O que me fez ter ainda mais confiança em insistir nas minhas vontades carnais por ele naquele momento. Era uma decisão precipitada? Sim. Eu quero muito? Sim. O que eu podia fazer além de me jogar completamente como normalmente eu faço?

— Estou um pouco curiosa de como seria sua cama, será que podemos fazer um tuor em sei quarto? — Tentei ser um pouco menos direta, ele com toda a certeza saberia a minha intenção, ainda mais, depois do que rolou entre nós.

— Meu quarto? Será realmente necessário? Eu meio que vejo ele como um lugar bastante especial para mim, não costumo convidar ninguém para lá. Talvez eu não seja do tipo romântico mesmo, mas posso te apresentar o sofá do meu escritório bem de pertinho, ele é grande e bem confortável como pode ver. O que acha de fazer um teste driver nele? Avaliar se é tão bom quanto uma cama ou não. — Hades passou a mão no meu rosto levemente, aquele homem também estava tentando me seduzir. Esse jogo está ficando cada vez mais perigoso, Hades me tem nas mãos com muita facilidade.

— Está me achando com cara de fast food? Que pode comer em qualquer lugar? Enquanto não me levar para conhecer o seu quarto, terei que recusar o seu pedido de colaboração. — Respondi beijando levemente o seu rosto antes de sair de seu colo.

Se eu quero o seu coração, preciso ir além do que ele permite a qualquer uma. Mesmo que a minha vontade seja pegar ele ali mesmo, na cadeira, não seria prudente para meu plano, pelo contrário, ele estaria conduzindo tudo. E eu continuaria dançando em sua mão. Para o plano de conquistar dar certo, tenho que estar em uma posição que dar as cartas, mas também que tenha ido além do que ele permitiu as outras.

— Acho que a nossa conversa acabou por aqui, sabe onde me procurar quando mudar de ideia. — Sorri me afastando dele. Orgulhosa de ter conseguido lidar com o meu desejo e negar a sua sugestão de conhecer de perto o sofá de seu escritório.

Quando pensei que a conversa realmente tinha acabado, que Hades não faria mais qualquer movimento por enquanto, senti a sua mão segurando a minha, impedindo que eu me afastasse, pelo contrário, me puxando novamente para seu colo.

— O que está fazendo? Mudou de ideia tão rápido assim? — Brinquei ao sentar novamente no colo dele, de frente para ele.

— Não sei, não gostei do vazio que ficou no meu colo depois que saiu, pensei que talvez você não quisesse conhecer o sofá agora, mas poderia querer ficar um pouco mais no colo que já conhece, ao menos, enquanto eu te beijo até fazer você mudar de ideia. — Hades sussurrou no meu ouvido bem devagar, fazendo todo o meu corpo se arrepiar ajuda mesmo do seu beijo. — Se não disser nada, irei continuar com o meu plano de te beijar até você sentir vontade de tirar a sua roupa.

Hades conseguia ser cavalheiro ao mesmo tempo que um safado, nunca pensei que isso fosse possível, mas parece que era. Pensei em resistir e negar aquele beijo, mas meu corpo se negou, uma batalha entre o meu desejo e a minha razão começaram. E antes que pudesse chegar a uma conclusão, Hades me beijou, deixando a minha mente completamente em branco.

Esquecendo totalmente a batalha que estava sendo travada na minha mente. Me deixei levar rapidamente por aquele beijo. Naquele momento, nem eu ou Hades tínhamos noção que a pequena Rubi estava trabalhando em mais um dos seus planos infalíveis, mas logo iríamos descobrir.

O beijo ficou mais intenso do que podia imaginar. Nunca senti nada daquela forma. O meu corpo inteiro estava desejando Hades. Enquanto nos beijávamos, a sua mão passeava levemente por meu corpo, sem nenhuma timidez. Parecia mapear com os seus dedos, cada detalhe do meu corpo.

Quando me dei conta, o vestido que eu usava havia desaparecido do meu corpo, em algum momento Hades retirou ele e jogou para tão longe que os meus olhos não o encontraram. Agora eu estava apenas com a minha lingerie, sentada no seu colo, ofegante e delirando ao seu toque, sentindo o volume das suas calças ficando cada vez maior em baixo de mim, as suas mãos deslizavam nas minhas costas tentando tirando o meu sutiã.

No ritmo que estava, minha mente já havia tirado férias e o meu desejo havia assumido o controle do meu corpo. Não iria sequer conhecer o sofá, quem dirá a cama. Eu estava ao passo de abrir suas calças e começar de vez com a diversão ali mesmo naquela cadeira, quando ouvi passos vindo em nossa direção antes de uma batida de leve na porta do escritório que estávamos.

— Chefe, está aí? Temos um probleminha. Precisamos de sua ajuda para resolver ele. Não somos capaz de sua autorização. E é urgente. Posso entrar? Assim posso explicar tudo que está acontecendo. — Ouvi a voz de Cláudio do outro lado da porta. Ele parecia bastante agitado. Algo sério havia acontecido. Fiquei completamente tensa, seríamos pego no flagra? Se ele entrar e me ver nessa situação?

— Shi! — Hades colocou um dedo na minha boca para evitar que eu falasse algo, ao notar meu desconforto com a situação, depois sorriu tentando me acalmar. — O que está acontecendo? Explique tudo do lado de fora. Estou ocupado demais no momento. Espero que seja realmente importante para me interromper dessa maneira.

— Sim, senhor. Peço desculpas por isso. Como o senhor nos instruiu, ficamos vigiando a senhorita Ester, mas ela desapareceu. Procuramos por toda a casa, não a encontramos. Não sei como, mas ela conseguiu escapar de alguma forma. Precisamos da sua autorização para ter acesso às imagens da câmera, assim podemos rastrear não apenas como ela desapareceu, como também se alguém ajudou e onde ela está nesse momento.— Cláudio explicou, podia ouvir os passos de um lado para outro, de quem estava prestes a surtar ao saber da fuga da refém, tive que colocar as duas mãos na minha boca para não deixar fugir meu riso.

— Não há necessidade de procurar por ela, sei exatamente onde ela está. Depois do que aconteceu com ela e a babá, foi necessário castigar a refém, para que ela tomasse ciência do que havia feito. Ela deve ficar desaparecida por mais alguma horas, até aprender a lição. — Hades respondeu antes de beijar meu pescoço bem devagarinho, completamente despreocupado com o fato que havia alguém do outro lado que podia nos ouvir. Não vou mentir que o toque do seus lábios me fez esquecer um pouco que havia alguém.

— Senhor, mas pensávamos que Estér havia desaparecido junto com Rubi. Se ela não estar com a menina, não sabemos onde ela está. De toda forma, será necessário ver as imagens para rastrear a menina. Rubi também não foi encontrada. — Cláudio informou com a voz nervosa. Agora não era apenas a refém desaparecida, mas a herdeira da casa. Isso era sério. Ainda mais com a menina estando doente. Não deve ter conseguido se recuperar.

— Como é? Rubi está desaparecida? — Hades parou na mesma hora de me beijar, puxou a sua camisa que estava no chão e me entregou para vestir. — Reúna todos os funcionários na varanda. Pergunte a todos onde estavam e quando foi a última vez que viram a menina. Será mais fácil reunir informação com todos juntos. Enquanto isso, eu irei ver as câmeras. Já encontro com você.

— Sim, senhor. Farei isso agora mesmo. — Cláudio correu na direção contrária que estávamos. Pude ouvir os seus passos.

Hades não me moveu do seu colo após vestir a sua camisa em mim, nem disse absolutamente nada, apenas puxou a sua cadeira para perto da mesa, utilizou o seu notebook para acessar o programa com as imagens da câmera antes de começar a sua busca por Rubi nas imagens. Olhando com preocupação e muita atenção cada imagem. Ele com toda a certeza se preocupava com a menina.

— Essa não é a Rubi? — Apontei para uma pequena imagem de uma menina entrando em um pequeno buraco dentro do seu quarto.