Prólogo

1215 Words
.— A barra está limpa! — Rubi surgiu no quarto segurando um molho de chaves em uma de suas mãos. Elas estava decidida que iria me ajudar a daquele lugar de uma forma ou de outra. Não sei se devo me preocupar ou rir dessa situação. — Me pergunto como uma menina de oito anos magricela conseguiu essas chaves. Você se envolveu em problemas novamente? Seu pai vai ficar bravo de novo com você. A última vez ele te deixou de castigo por mais de um mês. Deveria se aquietar um pouco. Se eu fosse ele, te mandaria para um internato. Parece até com meus sobrinhos. — Não fiquei realmente surpresa. Rubi era uma menina bastante inteligente e que adorava se meter em confusão. Não foi a primeira vez que surgia com uma novidade assim. Ela lembrava muito os meus sobrinhos quando se tratava de provocar o caos onde passava. — Eu não sou magricela, tá? Estou em fase de crescimento. E as princesas também são todas magras. Dessa vez vai dar certo! Todos estão dormindo. Vamos conseguir escapar sem problemas. — Rubi disse com as mãos na cintura, confiante, estampava um sorriso enorme, enquanto corria em direção à porta para abrir. — Como tem tanta certeza que todos estão dormindo? É dia ainda. — Olhei através da janela, que haviam colocado grades recentemente, depois da nossa última tentativa de fuga, o sol estava próximo ao topo, deve ser por volta das onze da manhã. Impossível que alguém esteja dormindo. Será imaginação de criança? — A babá estava todos os dias chegando sonolenta, pensei que ela estava doente, mas ela me contou que tem um remédio que estava tomando para dormir. Umas gotinhas e ela dormia feito um bebê. Hoje pela manhã, quando a babá estava conversando com o papai, fui até o quarto dela e peguei. — Rubi contava orgulhosamente do seu plano. Eu não sabia se ria ou ajoelhava no chão para orar. Tinha impressão que sabia exatamente o que havia acontecido e não era coisa boa. — E o que você planeja fazer com o remédio? — Eu tinha quase certeza que ela já tinha usado, para dizer tão confiante que todos estavam dormindo, mas achei melhor ouvir todo o plano dela antes de surtar completamente. — Não, eu já fiz. Sabia que os funcionários bebem muito café quando chegam no trabalho? Tem uma garrafa de café que fica na sala deles. Coloquei todo o remédio dentro da garrafa. Café é tão r**m, que eles nem vão perceber o sabor. As chaves eu peguei da babá que tinha adormecido enquanto organizava minhas roupas para ir para escola. Os outros também devem estar dormindo. — Rubi explicou sem ter ideia do tamanho do problema que ela arranjou dessa vez. O pior, que todas às vezes são planos absurdos, mas eu acabo concordando com todos eles. — E como pensou em um plano desse? — Acho que não era o tipo de pensamento que eu esperava de uma criança. Meus sobrinhos sempre estavam causando problemas, mas nada no nível de Rubi. Normalmente eles quebravam alguma coisa ou faziam pegadinhas para irritar quem eles não gostavam. Rubi ia muito além disso. — Assisti um filme. A mulher colocou no suco que preparou para todos. Um pouco depois todos adormeceram e ela fugiu sem problemas. — Rubi explicou enquanto abria a porta. — Você não é muito nova para esse filmes? — Pensei que ela assistia apenas filmes da Barbie e de princesa, mas acho que agora sei como ela tem as ideias brilhantes para fugir daqui. Talvez tenha feito curso intensivo com o Cebolinha. — Papai não deixa, mas ele nunca está em casa. A babá não se importa. Sempre que vou assistir televisão ela me deixa sozinha. — Rubi explicou com um olhar triste. Ela é criada por seu pai, que sempre está trabalhando. Acho que no fim, a menina apenas se sente sozinha e faz tudo isso para chamar atenção de seu pai. — Vamos! No filme, a mulher dizia que tinha que ser rápido ou todos acordaram e seu plano daria errado. Antes que eu pudesse impedir, para variar, a menina saiu correndo. Olhei aquela porta aberta. Desejei tanto por isso desde que fui sequestrada e colocada nesse lugar, mas estava preocupada no problema que esse criança havia se metido novamente. Todos os dias, ela aprontava algo novo. — É melhor impedir ela enquanto é tempo. — Pensei alto antes de correr para fora do quarto, olhei ao redor buscando a menina. Encontrei Rubi já abrindo a enorme porta da sala. — Estão todos dormindo. A barra está limpa. Podemos ir embora daqui. — Rubi gritou correndo para o lado de fora. Há algum tempo eu havia notado, Rubi não estava apenas querendo me ajudar a fugir, mas também queria sair daquela casa. Sempre que pensava nisso, não podia deixar de perguntar. Quem era realmente a Rubi? Onde estará sua mãe? Será que Hades é realmente pai dela? Não fazia ideia da razão de Rubi querer tanto fugir de casa, mas não posso julgar, na idade dela, eu tinha o mesmo desejo. Quando passei pela porta da sala, dei de cara com o enorme jardim daquela mansão. Em todas às vezes que tentei fugir, nenhuma delas, eu consegui passar desde jardim, sempre tinham muitos homens protegendo ele, mas dessa vez, todos estavam dormindo. Rubi não brinca em serviço. — Estér, me ajuda a abrir o portão. — Rubi gritou fazendo careta ao tentar abrir. Ela assim como o seu pai, acreditava que eu era Estér, mesmo que eu negasse esse fato, ninguém acredita em mim. Eu havia sido sequestrada pela máfia por engano. — Espera. — Com um pouco de força, abri o portão. Não acreditei que realmente tínhamos conseguido fazer aquilo. Quer dizer, eu basicamente, apenas abri o portão, a menina havia feito todo o resto. Corremos mais um pouco, na verdade, eu segui a menina. Não fazia ideia de onde estávamos. Era um lugar totalmente desconhecido. Correndo através de um caminho com muitas árvores ao redor, mas para minha surpresa, no final da trilha, demos de cara com uma praia. — Já te disse, Ester. Pode tentar fugir como for. É impossível. Você está em uma ilha. — Ouvi a voz de Hades se aproximando por trás de mim. Minhas pernas enfraqueceram e caíram de joelhos. Ele pegou na mesma hora a filha em seus braços. Parecia irritado. — Deveria ter vergonha na cara, como pode usar uma menina para esse tipo de coisa. Você é ainda pior que seu maldito irmão. — Bom dia para você também. Já disse que nunca viu um vilão tão gato? Aliás, não estou fugindo, vamos dizer que é uma caminhada para manter esse corpinho aqui. — Brinquei. Era divertido pegar Hades de surpresa. Seu rosto sempre ficava sem jeito e o mais importante, de alguma forma, ele nunca me pareceu realmente perigoso. Olhando aquele mar, minha esperança de sair daqui morria pouco a pouco. Já havia perdido as contas das quantidades de vezes que já tentei fugir e o mais longe que consegui foi nesse momento. Não faço ideia de quantos dias estou presa nesse lugar, mas eu não posso desistir. Muita gente deve estar procurando por mim, ao menos, eu espero.
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