O Rei Alfa e Sua Segunda Chance

Capítulo 3-1

Sierra

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Já se passaram duas semanas desde que eu fui marcada e as feridas já estão completamente curadas, graças a Deus. Parece que eu curei excepcionalmente rápido apesar da minha desnutrição. As coisas na casa da matilha têm sido bem diferentes ultimamente. Não tenho certeza do porquê. Parecia que eu estava sendo completamente deixada de lado e, honestamente, era maravilhoso. Medo é a aura predominante que eu sentia vinda dos moradores. Eu agradecia a qualquer coisa que estivesse causando isso, porque tornava minha vida muito mais fácil.

O Alfa disse que esperávamos alguns convidados hoje à noite, então eu deveria fazer mais comida e, especificamente, o prato favorito dele, rosbife com cenouras e purê de batatas. Ele até me disse para me concentrar apenas nos quartos de hóspedes hoje, sem me preocupar com o segundo ou terceiro andar. Ainda mais chocante, a Luna Tammy me parou hoje e pediu minhas medidas de roupa, como se eu soubesse. Eu dei respostas vagas e ela não surtou. Algo estava acontecendo.

"Tammy?" Perguntei informalmente.

"Hm?" Ela respondeu grunhindo enquanto pegava uma fita métrica e começava a me medir.

"O que está acontecendo? Todo mundo está tão tenso, com tanto medo." Eu observei.

"A parceira do Rei Edwards, Hope, foi morta inesperadamente." Ela respondeu sombriamente.

Eu contive uma respiração arfante. Eu já tinha ouvido falar de Edward, ele era o Rei Licano dos territórios do norte. Ele assumiu o comando quando eu tinha apenas 12 anos. Meu coração doeu por ele. Perder sua parceira era considerado a experiência mais dolorosa que alguém poderia suportar.

"Ele ordenou uma busca pelo assassino dela." Ela adicionou. "Seria prudente você manter sua cabeça baixa e a boca fechada", ela me avisou. Seus olhos buscaram confirmação nos meus. Eu simplesmente acenei com a cabeça concordando.

Depois que Tammy saiu, comecei a trabalhar com a lavanderia e a aspirar, seguido de tirar o pó, lavar louça e então comecei a preparar o jantar. Havia três andares na casa da matilha, a família do Alfa no andar de cima, beta e gama no segundo, e a cozinha, sala de estar, sala de jantar, sala de reuniões e escritórios no primeiro andar. Eu estava grata por ser dispensada de dois terços das minhas tarefas hoje. Isso me daria mais tempo para preparar o jantar. Trabalhei o mais rápido que pude, tendo descoberto o processo mais rápido para terminar minhas tarefas ao longo dos anos. Eu praticamente o tinha como uma ciência nesse ponto, até calculando o tempo para Heather fazer algumas trapalhadas. Hoje, no entanto, ela não estava em lugar nenhum. Meu dia continuava melhorando cada vez mais.

A hora do jantar chegou mais rápido do que nunca, mas felizmente eu tinha tudo sob controle. A campainha tocou, sinalizando que nossos convidados tinham chegado. Eu limpei as mãos com meu avental e fui em direção à porta da frente para receber nossos convidados. Mas antes que eu conseguisse chegar à porta, o Alfa Carl já a estava abrindo e cumprimentando os homens diante dele com apertos de mão e oferecendo bebidas a eles.

"Que diabos..." Eu e minha loba pensamos em uníssono.

"Será que finalmente morremos dormindo?" Sienna perguntou.

"O Alfa deve estar em um grande problema..." Eu balancei a cabeça, lutando para desviar o olhar do fenômeno que estava acontecendo diante dos meus olhos. Eu fiquei surpresa que o homem sabia como usar a porta, ele nunca levantou um dedo.

Haviam três homens diante de nós, um gritava "Alfa", o outro era seu Beta ou Gama e o último era bem forte, mas não tinha uma aura. Ele devia ser um guerreiro chefe ou algo assim. O brilho em seus olhos enquanto me olhavam era perturbador.

"Venha comigo", a Luna Tammy falou em tom baixo. Não que isso realmente importasse, éramos licantropos, nossa audição era impecável. Provavelmente nossos convidados a ouviram, mas ela era burra demais para perceber isso.

Segui Tammy pelo corredor até um dos quartos de hóspedes. Eles estavam lindamente decorados com paredes neutras em bege, uma cama com um edredom verde escuro estava no centro do quarto, um criado-mudo com uma pequena e adorável luminária de um lado da cama e uma cômoda comprida na parede diagonal da cama. Secretamente, eu sempre esperava poder um dia viver em um bom quarto novamente e não em um monte de roupas no chão do porão. Na cama de casal havia uma mala que eu não me lembrava de ter visto antes.

"Aqui, tome um banho e se refresque. Há produtos de higiene na bancada." Tammy disse, evitando contato visual enquanto jogava uma capa de roupa em minha direção. Fiquei lá, perplexa, olhando para ela.

"Pare de perder tempo, sua i****a!" Tammy rosnou. Sim, assim é melhor.

De forma hesitante, fui para o banheiro onde encontrei diversos produtos de cabelo e maquiagem com aparência cara, uma lâmina de barbear, escova de dentes e pasta de dente. Meus banhos recentes consistiam em tomar um banho de esponja em uma tina no porão. Já fazia pelo menos 2 anos desde que tomei um banho adequado, exceto por uma ocasião em que tomei um banho escondida, apenas para ser pega e marcada por isso. Meu instinto me dizia que algo estava errado, mas eu não tinha muitos luxos ultimamente, então aproveitei a oportunidade que veio e aproveitei o momento.

O vapor começou a tomar conta do banheiro com toda a água quente que eu estava gastando. Meus músculos começaram a relaxar pela primeira vez em muito tempo. Não tenho certeza de quanto tempo passei no chuveiro, mas surpreendentemente ninguém me apressou. Lavei o cabelo e o corpo com os produtos caros e até fiz a depilação das pernas. Esse dia estava melhorando cada vez mais. Meu cabelo estava muito melhor do que o normal, mas ainda não tinha o mesmo brilho de antes. A desnutrição não ajudava, nem o estresse e a ansiedade. Minhas costelas apareceram no espelho junto com as olheiras sob meus olhos. Minha autopiedade foi interrompida quando vi toda a maquiagem na bancada. Eu nunca tinha usado maquiagem antes. Decidi deixar a maquiagem de lado, Tammy poderia reclamar depois. Eu não queria parecer um palhaço logo depois de ter me arrumado. O que aconteceria se eu tentasse fazer minha própria maquiagem. Abri o zíper da capa de roupa revelando um vestido vermelho muito sexy e um conjunto combinando de sutiã e calcinha. Coloquei a nova calcinha. Eram pretas com renda e só cobriam a metade da minha b***a. O sutiã tomara que caia igualmente sexy empurrava meus s***s para cima e para o centro. Depois de me ajustar um pouco, olhei novamente no espelho para ter uma visão completa de mim mesma."Tu pareces uma refeição", Sienna observou.

Pedras começaram a pesar no meu estômago. Isso não pode ser bom. Eu me enfiei no vestido vermelho e fechei o zíper lateral escondido. Deusa, eu poderia me arrumar bem. Mas eu precisava chegar ao fundo disso rápido.

"Tamm-" comecei enquanto abria a porta do banheiro. Para minha surpresa, ela estava sentada na cama me esperando.

"Vem, senta", ela indicou uma cadeira puxada na frente de um espelho. Eu hesitei e me sentei na cadeira de madeira. Ela começou a escovar meu cabelo longo, secando-o e depois cacheando. Deusa, era tão bom ter alguém escovando seu cabelo. Eu praticamente tive que segurar um gemido. Ela franzia a testa quando via meu rosto e voltou ao banheiro, trazendo a maquiagem que eu propositalmente deixei para trás. Graças à Deusa, pensei que tinha sido pega babando.

"Por que você..." ela me interrompeu.

"Shh. Feche os olhos", ela me cortou.

Observei e fechei os olhos. Senti algo sendo aplicado em meu rosto, depois nos meus lábios e finalmente nas minhas pálpebras. Quando abri os olhos, não me reconheci. Eu parecia uma mulher adulta. Quero dizer, eu sei que tenho 18 anos e tudo mais, mas nunca me senti como uma mulher, nunca fui tratada como uma. Ela me maquiou para parecer bem natural, mas com um toque sensual. As cores neutras realçaram meus olhos e, com o vestido vermelho vivo, eu parecia, bem, sexy.

"Por quê?" virei para encará-la. Ela tinha uma expressão séria.

"Você faz o que mandam ou vai morrer. Vamos, Heather", ela disse com seriedade enquanto segurava a porta do quarto de hóspedes que eu achava tão agradável antes, agora cheio de temor.