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Desejo Ardente - Livro 2 série Desejo

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Blurb

Blake Leal leva uma vida agitada como consequência da profissão que escolheu seguir. Além de ser um dos melhores médicos da cidade, também é cobiçado por muitas mulheres. No entanto, seu coração já está reservado para sua namorada Nicole Milani. Ou pelo menos era isso que ele pensava até dar de cara com uma figura do passado, que não achava possível encontrar novamente.

Lara Lince, a bela e carismática jovem, se vê envolta de um acontecimento trágico que a leva a encontrar uma pessoa do seu passado, o qual despertou um sentimento até então desconhecido por ela: o amor. Sua vida em sua antiga cidade não será fácil, pois para seu desespero Blake Leal estará comprometido. Ela tentará resistir bravamente, mas será inevitável não se entregar a esse amor.

Aquele sentimento puro que existiu na infância dará lugar a um amor avassalador.

" Ele será seu primeiro amor, e também o último."

Livro 2, série Desejo.

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Capítulo 1
BLAKE Caminho apressadamente pelo o corredor do hospital, especialmente hoje, está uma loucura. Acabo de chegar de férias e vim direto para o Vanetti. Houve um acidente de ônibus e as vítimas com ferimentos gravíssimos foram transferidas para cá. Entre uma cirurgia e outra, informar parentes das vítimas sobre seu óbito é a parte mais dolorosa da nossa profissão. Suspiro passando as mãos sobre minha face cansada. O corpo começando a apresentar indícios de exaustão. Encontro Will no corredor com uma expressão cansada, nada boa e já sei o que vem a seguir. Informar um óbito a alguém, principalmente para ele que perdeu sua irmã em um acidente de carro recentemente, não é fácil. Paro na recepção observando ele consolar uma garota loira de cabelos longos que desabava em lágrimas. Escutar seu choro copioso me doeu o coração. Ela se senta e abaixa a cabeça negando veemente. Seus ombros se sacodem conforme seu choro aumenta. Logo uma garota de cabelos negros chega e a envolve em um abraço reconfortante. Fico tocado com a cena, embora eu presencie isso frequentemente no hospital. — Ela acabou de perder a mãe— Will murmura com um suspiro. Entrega alguns papéis na recepção e se vira para mim com um sorriso triste. — Cara, é uma merda ter que dar esse tipo de notícia. Tem horas que penso em desistir dessa profissão. — Assinto entendendo o que ele está sentindo. Hoje mesmo, informei três mortes e o cenário de desespero e dor das pessoas é algo difícil de assistir. — Então, daí, eu me lembro que não sei fazer outra coisa. Ele bate em meu ombro com uma última olhada na garota. — Ela é linda. É até um sacrilégio vê-la sofrendo desse jeito. Sigo o seu olhar observando a garota sendo consolada. Um instinto protetor me invade e quando percebo estou caminhando em sua direção. — É minha culpa Ema, não devia ter deixado ela sozinha — Sua voz saiu sussurrada em meio ao seu choro. — Ei, não diga isso amiga. Você não tem culpa de nada. Está me ouvindo? — A morena pega em seu rosto com uma mão de cada lado olhando em seus olhos. — Foi uma fatalidade. Algo estranho acontece. Sinto vontade de confortá-la, embalá-la em meus braços, mas não é certo. Então, pego um lenço no bolso do meu jaleco e estendo em sua direção. — Ela tem razão. Tem algumas coisas que fogem do nosso controle. Se acontecem, é por alguma razão. Por mais que seja triste, faz parte da vida— Murmuro e recebo um rápido olhar dela. Seus olhos castanhos claros estão vermelhos por conta do choro, mas a algo neles que me atrai. Me sinto estranho diante do seu olhar. Parecem ver através de mim. Enquanto demonstram dor, transborda ternura, doçura. Sinto uma sensação estranha… familiar. Ela recolhe o lenço da minha mão rapidamente como se saísse de um transe e agradece. Sua amiga me olha por uns segundos e cochicha algo em seu ouvido. A loira assente e coloca seus longos fios para o lado onde noto uma pequena pinta em seu pescoço que me chama bastante atenção. Tenho a sensação de já tê-la visto antes. Seu formato em um suposto coração não me é estranho. Quando resolvo sanar a minha curiosidade e questioná-la, um enfermeiro interrompe. — Dr. Ambrósio, estão lhe chamando na emergência. Agradeço e me levanto correndo as mãos pelo meu cabelo lançando um último olhar para a loira. — Eu sinto muito! — Sussurro com pesar. Ela balança a cabeça e se apoia no ombro da amiga. Caminho rumo a emergência sem olhar para trás, apesar de sentir um aperto no peito e uma insana vontade de voltar lá e abraçá-la calorosamente, sussurrar em seu ouvido palavras doces, apesar de a vida nem sempre ser. Afirmar que ela ficará bem, e que o onde quer que sua mãe esteja, está orgulhosa da filha que têm. Entretanto, não o faço. Sigo pelo corredor frio e nada auspicioso torcendo para reencontrá-la em outras circunstâncias, uma de boa sorte, onde eu possa ser contemplado pelo seu belo sorriso que certamente ela tem.

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