Yuri acorda e encontra a cama vazia, com um suspiro ele levanta-se calça os seus sapatos e sai a procura de Oksana. Ele a encontra sentada em um dos degraus da varanda dos fundos, uma xícara de café nas suas mãos. Um sorriso curva os seus lábios ao vê-la com um pijama cor de rosa de ursinos, ele se lembrava de ter dado aquele pijama para ela em um dos seus aniversários, ela tinha odiado.
_ Sabia que você tinha gostado. - diz ele sentando-se ao lado dela.
_ Era o único que tinha. - responde ela dando de ombros.
_ Estamos bem? - pergunta ele sem olhar no seu rosto.
_ Acho que sim. - diz ela antes de levar a xícara aos lábios.
Conhecendo a sua irmã, Yuri sabia que aquilo era o máximo que ele arrancaria dela. Ele passa os seus braços por seus ombros a puxando para mais perto de si.
_ Não importa o que aconteça irmã, você sempre me terá. - diz ele enquanto acariciava os seus cabelos loiros.
_ Eu sei, assim como você sempre me terá. - responde ela.
Olhando para a pequena mata atrás da casa Yuri podia entender por que a sua irmã gostava tanto daquele lugar, era tranquilo e trazia uma paz que ele não conseguia explicar.
_ Precisamos retornar. - diz ele a soltando, por mais que Yuri quisesse ficar o resto do dia ali com ela, ele não podia, ainda tinha um viagem a fazer.
_ Vai até a Fênix novamente? - pergunta ela.
_ Sim, é aniversario dos meus afilhados, não posso perder. - diz ele com um largo sorriso no rosto.
_ Então você realmente os adotou como família? - pergunta ela virando-se para Yuri.
_ Acho que foi o contrário, eu tentei ficar longe, mas eles sempre me atraiam até lá. - Yuri se lembrava de tentar manter distância da Fênix, no começo era apenas um trabalho como qualquer outro, mas com o passar dos dias ele se via mais próximo deles, e Ricardo sempre o chamava para todos os encontros que eles faziam, e anos depois ali estava ele, totalmente rendido aquelas pessoas que ele já considerava a sua família.
_ Você gosta muito deles. - diz ela sorrindo ao ver os olhos do seu irmão brilhar.
_ Sim, e você também gostaria se tivesse me acompanhado nas vezes que fui até lá. - diz ele a empurrando com o ombro.
_ Sabe como sou. - diz ela.
_ Você devia vir comigo, assim pode conhecer os meninos da Síria. - diz Yuri animado.
_ Pela forma que fala parece que já estou vendo o futuro destes meninos. - diz ela rindo.
_ É uma sensação diferente quando você tem vidas tão pequenas dependendo de você, e não quero ser um padrinho r**m, quero aproveitar cada fase daquelas crianças. - diz ele orgulhoso do seu papel.
Yuri sabia que não era o único padrinho dos gêmeos, mas levava a sério a sua função, assim como os outros.
Ele lembrava-se bem da bagunça que tinha sido quando Ricardo tinha batizado a sua pequena, eles estavam na mesma briga para ver quem seria os padrinhos da pequena Antonela. Diferente de Síria Ricardo tinha escolhido apenas duas pessoas e não foi surpresa nenhuma ser Klaus e Síria.
O que tinha surpreendido Yuri era a cerimónia que Ricardo tinha feito para escolher um padrinho de armas. Tecnicamente seria a pessoa responsável junto com os padrinhos de ensinar tudo o que o seu afilhado precisava saber sobre o seu mundo, e para surpresa de todos Ricardo o tinha escolhido, então agora o peso da responsabilidade estava dobrada sobre as suas costas, mas era algo que ele gostava.
_ Por que está sorrindo? - pergunta Oksana o tirando dos seus pensamentos.
_ Estou apenas pensando em Antonela, não imaginava que Ricardo me daria uma tarefa tão importante. - diz olhando para a irmã.
_ Não devia estar surpreso, você vai se casar com a irmã dele. - diz ela dando de ombros.
_ Não se trata disso Oksana, conheço Ricardo o suficiente para saber que se trata de confiança, ele não a confiaria a mim se não confiasse. - Yuri tinha plana convicção disso.
_ Entendo. - diz ela se levantando. - Te vejo em casa.
Yuri não, a para, ele sabia que Oksana precisava daquele tempo para se recuperar de tudo o que tinha acontecido, e ver a forma que ela estava agindo fazia o peito de Yuri doer, ele sabia que ela estava se fingindo de forte na sua frente, mas ele podia ver os sinais do seu stresse de forma visível.
Quando Yuri ouve o ronco da moto ele sabia que a sua irmã tinha partido, ele suspira e pega o seu telefone, a sua vontade era cancelar o seu compromisso, e olhando o contato de Síria na tela ele estava tentado a fazer aquilo, mas ele também tinha um compromisso com os seus afilhados, eles também eram sua família. Após alguns minutos ele guarda o telefone novamente.
Praguejando Yuri se levanta, ele iria ver os seus afilhados, entregaria o seu presente de aniversário e voltaria para junto da sua irmã. Com esse pensamento ele tranca a casa e parte, tinha um compromisso a honrar.
Assim que chega em casa Yuri encontra Dimitri o esperando na porta com a sua mala.
_ O piloto está esperando Don. - diz ele passando a mala para ele.
_ Como sabia que eu iria? - pergunta curioso.
_ Sei que ama aqueles meninos, você não faltaria numa data importante como essa. - diz ele sorrindo.
_ Oksana?
_ Está no quarto dela, desde que chegou, já escolhi alguns soldados para fazer a segurança dela, não tem com que se preocupar. - diz ele.
_ Vou ser rápido, não tire os olhos dela Dimitri. - diz Yuri serio, ele não queria que a sua irmã aproveitasse a sua ausência para aprontar.
_ Vá em paz, nada vai acontecer com a princesinha. - diz ele sorrindo.
Com um aceno para o seu subchefe Yuri entra no carro e parte, o seu peito apertado por estar deixando parte de si para trás.