Capítulo 2

1029 Words
Um dos soldados abre a porta do carro para Aurélio, eles tinham chegado ao endereço que Luciano tinha dado. A noite de Aurélio tinha acabado, e a culpa era do homem no porta malas do seu carro, por mais que ele quisesse dar fim ao mesmo ele não estava no clima e infelizmente aquela sensação que ele costumava ignorar não ia embora. Quanto entra na casa Aurélio pensava se não estava na hora de passar um tempo novamente com Ricardo, ao menos lá ele esquecia-se dos demónios que atormentavam a sua mente. _ Para onde? - pergunta Aurélio dando um chute em Luciano. _ Por ali. - diz ele apontando o corredor. Calebe cutuca Luciano e ele caminha na frente indo até o final do corredor. Luciano para em frente a uma porta que aparentemente levava até o porão da casa, aquilo deixa Aurélio desconfiado, ele perguntava-se por que alguém trancaria a própria filha num porão. Com apenas um aceno para Calebe ele faz um disparo na porta a abrindo, ele empurra Luciano e ele cai escada a baixo. Aurélio encontra o interruptor que acendia a luz e liga. Todos sacam as suas armas e descem com cuidado, Aurélio se perguntava o que estava fazendo naquele lugar, aquilo não fazia o seu estilo. Quando chega ao fim da escada Aurélio percebe Calebe parado com os olhos fixos num canto, então Aurélio começa a examinar o local. O porão não tinha nenhuma janela, era sujo e húmido, havia um forte cheiro de fezes e urina que fazia o seu nariz arder, e finalmente os seus olhos encontram o que tanto havia deixado o seu soldado estático. _ Merda! - exclama ele ao ver um corpo pequeno em pé de costas para ele. Ela tinha uma corrente amarada a um dos seus pés, na sua mão havia um pedaço de concreto que ela usava para riscar a parede sem se importar com quem tinha chegado, como se aquilo fosse algo corriqueiro na sua vida. _ Seu doente! O que pensa que está fazendo? - diz Aurélio enfurecido. _ Foi necessário Don, ela ficava fugindo, só quis protegê-la. - diz ele tremendo diante do olhar de Aurélio. Calebe tinha os olhos travados na pequena que nem ao menos tinha se mexido quando eles chegaram, ela continuava do mesmo jeito desenhando na parede, como se eles não significassem nada para ela. Ele sentia a sua ira aumentar e na sua mente era como se ele estivesse de volta ao lugar de onde tinha sido resgatado. Calebe não percebe o que estava fazendo até sentir a mão de Aurélio no seu ombro. _ Se acalme, você não está naquele lugar. - diz olhando nos seus olhos. Calebe deixa escapar o ar que prendia e assente para Aurélio. - Alguém me traga um alicate. Um soldado sai correndo e volta com um alicate na mão, Aurélio entrega a Calebe e ele vai até a menina e corta a corrente que a prendia, e nem mesmo assim ela tinha se virado. Ele se perguntava que tipo de coisa o doente do Luciano tinha feito para que ela agisse daquela forma. _ Vou ficar com ela como p*******o pelos danos que me causou, - diz Aurélio olhando com ódio para Luciano. _ Pode fixar Don, eu não me importo, - diz ele rapidamente. - Então posso ir? _ Acha mesmo que vou deixar você ir? - pergunta Aurélio com um sorriso sombrio no rosto. _ Mas... _ Alguém leve a menina para cima e avisem o médico que estamos voltando. - diz Aurélio e rapidamente um soldado vem na direção da menina para pegá-la, mas a mão de Calebe o impede. - Deixe ele a levar Calebe, ou você quer que ela veja o que vai acontecer aqui? Aurélio conhecia bem o seu soldado de confiança e sabia que ele não deixaria aquele lugar até ter o sangue de Luciano, ele mesmo queria afogar o homem no seu próprio sangue pelo que tinha feito a menina. Um tanto relutante Calebe solta o braço do soldado, ele pega um casaco e cobre os ombros da menina entes de a virar na direção deles. Todos arfam com o que veem, um par de olhos castanhos sem vida os olhavam, ela tinha uma cicatriz na bochecha esquerda que ia até acima do olho, os seus cabelos pretos estavam desgrenhados e secos, o vestido que ela usava era apenas um trapo rasgado, onde todos podiam ver que ela estava desnutrida pelos ossos que saltavam na sua pele. _ Leve ela e nos espere no carro. - diz Aurélio entre dentes, ele sentia o ódio tomar conta do seu corpo e tudo que ele desejava era acabar com a raça do homem aos seus pés. - Ele é todo seu. O soldado m*l tinha chegado ao final da escada quando o primeiro grito de Luciano foi ouvido, o cão de caça do chefe tinha começado a trabalhar. Aurélio assentia com prazer Calebe esfolar Luciano, o seu soldado estava num estado que requeria cuidado, então ele ascende um cigarro e se senta ao pé da escada enquanto Calebe se divertia com Luciano. Aurélio odiava aquilo e sabia que demoraria até o seu soldado voltar ao controle novamente, era como se ele estivesse vivenciando o que tinha passado novamente. Quando tudo o que restava de Luciano era seu sangue no chão Aurélio se levanta apagando o seu cigarro. _ Vamos Celeb. - diz com a voz firme. Quando ele se vira para Aurélio era como encarar um posso sem fundo, os seus olhos não tinham nenhum traço de emoção. - Não tenho tempo para isso agora Calebe! Aquela menina precisa de ajuda! A menção a menina parece trazer Calebe de volta do abismo em que tinha estado nos últimos minutos. _ Me perdoe Don. - diz ele com os dentes trincados, podia ser um assassino, mas sabia o seu lugar e respeitava o seu chefe. _ Sei que é difícil para você, mas ela precisa da nossa ajuda agora. - diz ele antes de se virar e subir as escadas, os sons abafados dos sapatos de Calebe faziam Aurélio saber que ele o seguia.
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