Aurélio tinha encontrado Oksana na varanda, o vendo estava frio e soprava nos seus cabelos dourados. De onde ele estava podia ver a sua expressão triste, ela tinha errado e sabia daquilo. Lentamente ele vai até ela e a abraça por trás descansando a sua cabeça na curva do seu pescoço.
_ Aurélio, mas o que...
_ Shiiii, ao menos uma vez fique quieta Oksana. - diz ele a calando.
Os dois permanecem em silêncio observando os vinhedos mais à frente. Oksana estava gostando daquilo, a presença de Aurélio a confortava e a fazia se sentir segura.
Oksana se recosta contra Aurélio, ela estava sentada em um dos degraus da varanda e ele estava sentado atrás dela com os braços em torno de sua cintura, não havia luta ou resistência da parte dela, ela apenas aproveitava aquele momento em que sem dizer nada ele a confortava.
Após algum tempo Oksana quebra o silêncio que havia entre eles.
_ Devia cuidar de seus convidados. - diz ela.
_ Eles estão bem, o que me preocupa é você neste momento, - diz ele se inclinando um pouco para olhar em seus olhos. - Por que saiu daquele jeito da enfermaria?
Oksana suspira, ela não queria falar sobre aquilo, mas depois do m*l entendido que tinha causado, devia uma resposta a ele.
_ Apenas percebi que realmente poderia ter acontecido algo com o bebê. - diz em voz baixa.
_ Você aprendeu a lição Oksana, e não se preocupe com Síria, ela não guarda rancor.
_ Klaus? - pergunta com a sobrancelha arqueada.
_ O agente é um pai protetor, ele ama os filhos intensamente, mas sei que vai esquecer isso tudo. - Aurélio sabia que Klaus faria isso por ele, a amizade que tinham falaria mais alto.
_ Agente? - pergunta.
_ Ele é ex agente das forças especiais, pegamos no pé dele até hoje com isso. - Oksana fica surpresa, ela não esperava por aquilo, mas após analisar bem a aparência de Klaus ela podia ver algo da sua antiga profissão na sua expressão.
_ Como um agente da lei deixa tudo para seguir uma assassina? - pergunta ela olhando nos olhos de Aurélio.
_ Amor loira, um homem faz qualquer coisa quando se ama de verdade. - Oksana engole em seco, ela podia ver os olhos dele brilhando, era como se estivesse falando de si mesmo naquele momento.
_ Eles parecem se dar bem. - diz ela desviando o olhar.
_ Sim, não há nada que aqueles dois não superem juntos. - diz ele se levantando e oferecendo a mão para ela. - Vamos almoçar, os outros já devem estar na mesa.
Quando eles retornam todos já estavam na mesa, Aurélio puxa uma cadeira ao lado da sua para que Oksana se sentasse.
_ Precisamos dar ruma volta depois Oksana, tenho muitas histórias vergonhosas do Aurélio para contar. - diz Síria rindo.
_ Pequena, precisa descansar. - diz Klaus com a voz suave.
_ Nem vem gradão, já passamos por isso antes e você sabe que não vai rolar. - diz ela se virando e dando um beijo rápido em seus lábios. Ele olha para ela com um sorriso no rosto.
_ p*u mandado. - diz Aurélio enquanto bebia um pouco do seu vinho.
_ Olha quem fala, não fui eu que levei uma surra da mulher. - diz Klaus para a surpresa de Oksana.
_ Ei! - reclama ele enquanto os outros riam.
_ Eu vou cobrar esse tapa dela depois. - diz ele com um olhar malicioso.
_ Nós não precisamos saber disso Don. - diz Dimitri com uma careta.
_ Talvez eu deva contar ao Yuri. - diz Klaus escondendo o sorriso.
_ Qual é o problema de vocês hoje! - diz Aurélio.
_ Estou apenas descontando aquele beijo que deu nela quando namorávamos. - diz Klaus dando de ombros.
Oksana olha para Aurélio com olhos sombrios, então pega uma faca de cima da mesa e puxa a mão dele, ela segura a faca em seu dedo olhando fixamente nos seus olhos.
_ Se fizer algo assim enquanto estiver comigo, perder um dedo será a menor das suas preocupações. - diz ela antes de soltar a mão dele.
_ Ciumenta, não se preocupe sou todo seu loira. - responde pegando a mão dela e dando um beijo.
Quando Oksana se vira e percebe o olhar curioso de todos sobre eles, ela cora antes de entender o que tinha acontecido.
_ Não é o que estão pensando, - diz tentando explicar. - Eu nem gosto dele.
_ Ei!
_ Só disse a verdade. - diz ela dando de ombros.
_ Não foi o que pensei quando você me agarrou na frente do seu irmão outro dia. - responde ele com um sorriso travesso.
Oksana empalidece e tenta tampar a boca de Aurélio com a mão, os outros riem da tentativa frustrada dela de o fazer ficar quieto.
_ Não se preocupe Oksana estamos em família. - diz Síria sorrindo e voltando a comer.
Oksana observava com atenção Klaus servir Síria, eles conversavam de forma tranquila como se nada tivesse acontecido minutos antes, e aquilo a tinha deixado mais confortável na presença deles.
_ Aqui. - diz Aurélio colocando um pouco de carne no prato dela.
_ Obrigada. - responde um pouco sem graça. Oksana não se reconhecia, ela estava corando como uma garotinha com os gestos de carinho dele. O italiano de belos olhos azuis estava conseguindo conquistar seu coração.
_ Cadê o Calebe, Bernardo? - pergunta Aurélio ao perceber que nem ele e nem Dandara estavam na mesa com eles.
_ Mandou mensagem Chefe, disse que ia almoçar em casa. - diz ele com um sorriso de canto.
_ Mato ele se estiver assustando minha afilhada. - diz com os dentes cerrados.
_ Desiste Aurélio, você que resolveu casar ela, agora terá que aguentar. - diz Síria rindo da cara dele. - Quero só ver quando for os meninos.
_ Ai é diferente, tenho muitas coisas a ensinar a eles. - diz ele sorrindo. Oksana levanta a mão e dá um tapa na cabeça dele. - Tem que parar de bater em mim!
_ Quando você criar juízo, eu paro. - diz ela o fuzilando com o olhar.
_ Eu tenho uma reputação a zelar, mulher!
_ Serio?
Todos assistiam com um sorriso no rosto aquela discussão boba entre eles, tendo a certeza que ambos eram um par perfeito um para o outro.