Capítulo 80

1043 Words
Ela olhava o vento da tarde soprar nos seus cabelos negros hipnotizada, os olhos azuis de Aurélio transmitia tanto calor que Oksana se via inundada por ele. O olhando ela perguntava-se quem era ele? Havia muito que ele não estava lhe contando, e ela sabia que ele não contaria se ela perguntasse. Aurélio era um homem que você pensava que conhecia, mas que, na verdade, nem ao menos tinha arranhado a superfície dos seus segredos. _ Por que me olha assim? - pergunta ele vendo a forma intensa que os olhos dela estavam presos aos dele. _ Você esconde algo. - responde ela séria. Aurélio leva um choque com aquilo e rapidamente disfarça se levantando. _ Não sei do que está falando. - responde de costas para ela. _ Sabe sim, mas não vou te pressionar a me contar, apenas saiba que eu vou descobrir. - diz ela decidida. As suas mãos fecham-se em punhos ao ouvir as palavras dela. Ele não queria que ela descobrisse, na verdade, apenas desejava que ela ficasse o mais longe possível dos seus problemas, o seu mundo não era bom para Oksana e ela iria descobrir que entrar nele poderia ser algo bem pior do que ela pensava. Sem responder Aurélio se vira e vai embora, ele não queria que ela o pressionasse por uma resposta que ele não daria, iria apenas se desgastar se continuasse aquela discussão. Aurélio vai direto para o seu barracão e pega as chaves do seu carro. _ Vai sair Don? - pergunta Bernardo vendo a forma que os olhos do seu chefe estavam sombrios. _ Vou, e não tenho hora para voltar. - diz ele. _ O que eu faço com a senhorita Oksana? - pergunta ele. _ Nada, ela já é grandinha, sabe se cuidar. - diz ele virando as costas e saindo. Com aquelas palavras Bernardo sabia que o seu chefe não estava bem, ele jamais diria aquilo se estivesse com a cabeça no lugar, mas não havia nada que ele pudesse fazer. Ele se sentia um t**o, um grande t**o. Por algum tempo pensou que poderia esquecer um pouco do que estava acontecendo com ele, achou que poderia deixar a sua vida miserável enterrada e ser apenas a pessoa que era, mas nada permanecia como era, e naquele momento Aurélio temia que Oksana descobrisse o seu segredo, se isso acontecesse ele estaria perdido de todas as formas possíveis. Em meio a sua fúria Aurélio não ouvia o seu telefone tocar, ele avançava pela estrada como um louco, um demónio saído do inferno. No momento que ele percebe e vê o número no identificador de chamada suas mãos apertam com força o volante. _ O que quer p***a! - diz sem paciência atendendo o telefone. _ Mais respeito quando for falar comigo moleque! - diz uma voz grave ao telefone. O sangue de Aurélio esquenta e sua ira aumenta ao ouvir aquela voz odiosa. _ Não se exige respeito quando não se dá, e não sei por que estou explicando isso a um escroto como você! - diz com os dentes serrados. _ Essa sua língua ainda vai te matar, Aurélio. - diz a pessoa na linha sem disfarçar a sua irritação. _ Pode até ser, mas não vai ser você a fazer o serviço. De uma certeza Aurélio tinha, a pessoa na linha precisava dos seus serviços, e por mais que o ameaçasse ele não lhe faria m*l, pois dependia do que ele fazia para ter os seus resultados. _ Você não, mas talvez... _ Não ouse tocar nele, ou a próxima pessoa que vou queimar será você! - responde ele sem conseguir disfarçar o medo na sua voz. _ Não existe apenas ele a sua volta, se lembre disso na próxima vez que falar comigo nesse tom. - diz desligando a chamada. O tempo de Aurélio estava acabando, ele precisava arrumar um jeito rápido de se livrar daquilo. A medida que o tempo passava o homem que o perseguia conseguia mais informações contra ele, e os seus amigos não estavam mais seguros ao seu lado, todos corriam risco. Aurélio chega ao local secreto e troca de carro e de roupas, quem deixa aquele lugar era Seytan, o assassino de aluguel mais bem p**o do submundo. Ainda era sedo quando ele chega a Babilónia, assim que o segurança o vê abre a porta e sai do seu caminho, eles sabiam bem quando ele estava m*l humorado, e aquele era um daqueles dias. O som alto da boate enche os ouvidos de Seytan e as batidas da música penetram a sua carne, ele caminha até a sua sala aos fundos da boate, assim que entra Nathan corre até ele com os trabalhos da noite. _ Mestre, tenho aqui os pedidos mais recentes para você. - diz ele com uma pequena agenda em mãos. _ Hoje não Nathan, tenho outra coisa para resolver hoje. - diz ele pegando um papel e entregando a ele. _ O que deseja que façamos? - pergunta vendo a enorme lista a sua frente. _ Quero que tudo seja destruído, mas preciso de qualquer prova que possa ter neste lugar sobre a pessoa em questão, - diz ele de forma rápida, ele estava reunindo informações sobre o seu inimigo para poder revidar seus ataques mais recentes. - Tudo tem que ser feito de uma forma que não levante suspeita. _ Não se preocupe mestre, os nossos homens são bons no que fazem, ninguém vai desconfiar. - responde com um sorriso de lado. Nathan conhecia bem o tipo de serviço que o seu chefe gostava, e nas vezes em que ele dava alguma tarefa particular ele mesmo cuidava de tudo para que não chamassem a atenção, aquilo era uma das marcas deles, mas naquele pedido ele incriminaria outra pessoa para despistar o inimigo. _ Me dê a lista. - pede ele estendendo a mão com um suspiro. _ Aqui chefe, mas posso pedir a um dos nossos para cuidar disso. - diz ele. _ Mudei de ideia, talvez esse trabalho me acalme um pouco. - um arrepio percorre o corpo de Nathan com as palavras dele, Seytan com raiva nunca era uma boa coisa. Talvez não fosse uma má ideia o seu chefe sair naquela noite.
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