Assim que sai Aurélio vê Calebe entrando no carro que estava a menina, ele não diz nada sabia que Calebe estava fazendo o que fizeram por ele um dia.
Aurélio se lembrava bem do dia que o seu caminho tinha se cruzado com o de Calebe. Eles estavam, em busca de alguns inimigos da máfia e acabaram indo parar num velho casarão, o lugar pertencia a alguém da máfia rival e eles tentavam encontrar alguma pista de um carregamento que tinha sido roubado.
O dia tinha sido cansativo, mas algo incitava Aurélio a seguir os corredores do casarão até um quarto num corredor m*l iluminado. Ele se lembrava que o primeiro sentimento que o tinha tomado era ódio pela situação do garroto a sua frente, naquela época Calebe não devia ter mais que dezasseis anos. Ele estava magro e muito machucado com vários sinais de cortes e queimadoras pelo corpo.
Ao que parecia Calebe era abusado pelos soldados inimigos, e só depois de muito tempo que ele havia contado a Aurélio que tinha crescido nas ruas e um dia havia roubado dos seus inimigos para poder comprar comida, então tinha sido pego e preso naquele lugar, ele nem ao menos se lembrava de quanto tempo tinha que estava naquele velho casarão.
Mas Aurélio tinha vingado o garoto e ele havia participado, afinal, Aurélio via que aquela era a única forma dele conseguir limpar a sua honra e retirar aquele peso do seu peito. Calebe foi treinado de forma adequada e havia se tornado a sombra de Aurélio, alguém leal a ele até o fim.
Assim que chegam a mansão ele vê Calebe carregando a menina para dentro. Ele vai direto para a enfermaria que tinha ali e encontra Calebe encostado na parede com uma faca na mão olhando com atenção a médica.
_ Olá Simone. - diz Aurélio entrando.
_ Boa noite Don, - diz ela com um aceno.
_ Acha que consegue cuidar dela sem precisar movê-la para outro lugar? - pergunta Aurélio já temendo a tempestade que seria afastar a menina de Calebe naquele momento.
_ Acho que sim, mas vou precisar que saiam para...
_ Não. - diz Calebe de forma ríspida olhando de forma sombria para a médica.
_ Se acalme Calebe! Você conhece a doutora Simone, ela já cuidou várias vezes de você, não vai machucar a garota. - diz Aurélio olhando fixamente nos seus olhos. Ele percebe quando Calebe se esforça para relaxar com a suas palavras.
_ Preciso ver se ela não foi violada Calebe, não acho que ela se sentira confortável com vocês assistindo o exame. - diz a médica e vê a menina se encolher na maca em que estava deitada.
_ Vou te dar dez minutos. - diz ele a médica antes de se virar e sair.
_ Faça o melhor que puder Simone, você sabe como ele fica quando está desta forma. - diz Aurélio.
_ Vou ser rápida Don. - Responde ela.
Assim que Aurélio deixa a enfermaria Simone se vira para a menina deitada na maca.
_ Você está segura agora querida, esses homens mataria qualquer um que tentar te fazer m*l, - diz ela enquanto arrumava o seu equipamento para começar o exame intimo nela. - Eles podem parecer grosseiros, mas são boas pessoas.
Quando Simone tanta erguer o vestido que ela usava ela encolhe-se na maca com os olhos arregalados.
_ Sei que você deve ter passado por muitas coisas, mas eu preciso examiná-la, só assim vou conseguir cuidar melhor de você, - explica ela segurando a mão da menina com cuidado. - Me deixe examiná-la.
Simone observa com atenção a menina a examinar, os seus olhos percorrendo o corpo dela com atenção e parando no seu rosto. Ela dá um pequeno aceno com a cabeça autorizando a médica a continuar.
_ Vou ser rápida. - diz ela começando a examiná-la. Quando ela termina Simone tinha um grande nó na garganta como se não conseguisse respirar direito. - Gostaria de tomar um banho antes de comer algo?
A menina apenas assente um pouco envergonhada por seu estado atual.
_ Ali fica o banheiro, vou deixar um roupão na porta para você, leve o tempo que precisar. - diz ela, mas Simone podia ver o olhar exitante que a menina mantinha na porta. - Vou ficar aqui e não deixarei que ninguém entre no banheiro, pode ficar tranquila.
Minutos depois a porta da enfermaria se abre com um forte barulho.
_ O seu tempo acabou doutora. - diz Calebe olhando fixamente para a médica, quando os seus olhos vasculham a enfermaria e não encontram a menina ele marcha em direção a Simone, a sua mão apertando o seu pescoço. - O que fez com ela?
Simone olhava para Calebe em choque, a sua mão apertava tanto o seu pescoço que ela tinha dificuldade em respirar, então quando a porta se abre e Aurélio entra ela agradece aos céus.
_ Mas que droga Celebe! Solte-a! - grita Aurélio entrando no seu campo de visão. Com relutância Calebe solta Simone que cai no chão tossindo com a mão no pescoço.
_ Ela fez algo com a menina. - diz ele fuzilando a médica com os olhos.
_ Ela está tomando banho Don. - diz a médica com dificuldade.
O silêncio enche a enfermaria, então eles ouvem o barulho da água caindo vindo do banheiro. Aurélio olhava zangado para Celebe pelo que tinha feito.
_ Desculpe-se agora! - diz com olhos sombrios.
_ Me desculpe doutora. - diz ele envergonhado por te-la agredido daquela maneira.
_ Eu entendo Calebe, mas já cuidei de você varias vezes, preciso que confie um pouco em mim. - diz ela sentando-se numa cadeira recuperando o fôlego.
_ Você vai fazer a vigília da noite pela próxima semana inteira sozinho. - diz Aurélio ainda chateado.
_ Eu aceito o meu castigo Don. - diz ele com a cabeça baixa. Sabia que tinha passado dos limites e pagaria por seu erro.
_ Agora que já a examinou, nos diga como ela está Simone. - pede Aurélio verdadeiramente preocupado com a saúde da menina. Ao seu lado ele sente Celebe se agitar e por precaução segura o seu braço.