Capítulo 62

1036 Words
Aurelio encarava o homem a sua frente sem recuar, ele tinha ido até aquele lugar com um objetivo em mente e não sairia sem cumpri-lo. Os olhos do homem se moviam por seu rosto, ele o estava analisando algo que não o incomodava. _ Qual vai ser? Não tenho o dia todo para perder aqui. - diz Aurelio voltando até o balcão e se servindo de uma doce de bebida. O homem olhava atentamente para ele, era a primeira vez que via alguém tão confortável com a possibilidade de levar um tiro, aquilo o intrigava. _ Precisamos da mercadoria. - responde ele. _ É só pagar, não sou nenhuma casa de caridade para ajudar os necessitados. - diz ele escorado no balção de forma tranquila. _ Talvez devêssemos matar todos vocês, ai não precisaria pagar. - diz ele com um sorriso de canto. Aurelio cai na risada escorado no balcão, ele nunca tinha ouvido tanta besteira antes. _ Você estaria morto antes mesmo de puxar o gatilho. - diz ele. Os olhos do homem percorrem com cuidado cada rosto naquele lugar. Todos lhe davam arrepios, mas ele não podia demonstrar o quão nervoso estava com tudo aquilo. _ Não sabia que precisava de uma mulher para fazer seu serviço. - diz ele tentando irritar Aurelio. _ Garoto ela tem mais mortes nas costas que você tem anos. - diz Aurelio. Rapidamente Síria puxa sua arma dando um tiro na mão do rapaz, a arma cai no chão enquanto ele silva de dor segurando a mão. _ Cansei dessa conversa. - diz ela se aproximando do homem e o agarrando pelos cabelos. Síria arrasta o homem até uma mesa próxima e o joga em uma cadeira se sentando em sua frente, ela pega uma adaga de sua cintura e crava sobre a mesa. _ Quero a verdade, ou matamos todos, e você vai ser o primeiro. - responde ela dando um soco na mesa. O homem tinha os olhos arregalados, quando ele tinha olhado para ela não imaginava que fosse tão feroz, ele tinha se enganado. _ Se não fosse noivo, roubava ela de você Klaus. - diz Aurelio indo até eles. _ Só por cima do meu cadáver. - responde Klaus girando uma faca na mão. Eles caminham até a mesa ignorando as armas que as pessoas a sua volta apontavam para eles. _ Desembucha garoto, ou tiro a verdade de você a força. - diz Aurelio com um sorriso de canto. _ Não precisa, eu conto. - diz o velho desesperado indo até ele. _ Não Bill, você... - ele não termina de falar, Yuri tinha dado um soco em sua cara e quebrado seu nariz. _ Você fala de mais. - diz Yuri puxando uma cadeira e se sentando ao lado dele. _ Não precisa disso eu digo. - diz o homem parando em frente a eles. _ Então comece. - diz Síria. _ Abaixem as armas. - pede ele as pessoas que estavam ali. - Estou falando serio, abaixem as armas! Um tanto relutante as pessoas no bar abaixam suas armas e voltam para suas mesas, mas seus olhos estavam fixos neles. _ Esse lugar sempre foi usado por várias pessoas para esconder ou transportar mercadorias ilegais, nunca nos importamos com isso, pois as pessoas que faziam isso não perturbavam os moradores, mas alguns meses atrás isso mudou, e a pessoa que assumiu nossa vila tem usado de meios desonestos para nos forçar a colaborar. - diz ele em um fio de voz. _ Que meios? - pergunta Síria. _ Eles pegaram algumas crianças dos moradores da vila e as mantém refém, é a forma deles nos fazer ajudar a colaborar. Suas mercadorias sempre passaram por aqui, e isso nunca nos trouxe problemas, mas depois que essa pessoa passou a negociar aqui ela percebeu o tipo de mercadoria que seus aviões transportavam. - diz ele. _ Então ele resolveu roubar a minha mercadoria. - completa Aurelio. _ Ele queria, mas nos juntamos e roubamos primeiro, era a chance que tínhamos de nos armar e conseguir nossos filhos de volta. - termina ele com um suspiro. _ O que tinha no avião Aurelio? - pergunta Yuri. _ Varias coisas, armas pesadas munições, equipamentos eletrônicos e um pouco de droga. - diz ele com um sorriso sem graça coçando a cabeça. _ Vamos conversar mais tarde. - diz Síria o olhando séria. _ Qual é Sí, é meu ganha pão. - responde cruzando os braços. As pessoas em volta olhavam para eles de forma curiosa, surpresos por ele ter sido dominado por alguém com metade de seu tamanho. _ Quem é o líder da vila? - Pergunta Aurelio. _ É meu filho, ele que sempre tem nos ajudado. - responde o velho. _ Te dou meia hora para reunir todos em um lugar seguro, quero uma reunião com todos. - diz Aurelio com olhos sombrios. _ Eu pensei que ... _ Que eu ia matar todos e pegar o que é meu de volta, - completa ele com desdem. - Eu tenho mais o que fazer do que matar aldeões, mas podemos nos ajudar nessa história. Aurelio tinha um novo brilho nos olhos, algo que seus amigos conheciam muito bem, ele tinha um plano e em breve descobririam do que se tratava. _ Esta falando sério? - pergunta o velho. _ Não somos o tipo de pessoas que vocês estão pensando, podemos mexer com coisas ilegais, mas não compactuamos com o que tem acontecido. - diz Yuri. _ Como podemos acreditar em vocês? - pergunta o homem segurando o nariz quebrado. _ Não podem, vão ter que arriscar se quiserem resolver tudo por aqui. - responde Klaus. O velho olhava de um para o outro em dúvida, mas ele tinha visto o que seus inimigos podiam fazer e não suportava mais ficar longe de seus netos, teria que arriscar. Ele se levanta lentamente e olha para as pessoas a sua volta. _ Reúnam todos na velha igreja, digam que é urgente, e tentem não chamar atenção. - as pessoas acenam para ele e partem esvaziando o lugar rapidamente. - Espero que não nos faça se arrepender senhor. _ Jamais. - responde Aurelio de forma sombria.
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